Romar e Sephir

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Paulo e Patrícia continuavam caminhando, maravilhados com todo aquele novo mundo. Ao seu lado iam Veludia e Jodi, trocando olhares e sorrisos entre eles.

De súbito apareceu á frente deles, Hudo e outro homem. Este, que acompanhava Hudo, era mais jovem. Aparentava ser um adolescente ainda. Parecia um atleta, trajava vestes azul-claro. Corpo esguio e moreno. Olhos da cor do mel, cabelo pelos ombros.

- Olá. – disse Hudo – este é Romar. Ele é o nosso mensageiro, guia, protetor e guardião do mundo.

Paulo e Patrícia acenaram com a cabeça, em forma de cumprimento.

- Temos um assunto importante a tratar – acrescentou Hudo, virando-se para Jodi – Existe uma divergência num dos planos, que é necessário tratar de imediato, antes que poderá acarretar consequências para o mundo.

Paulo fitou os dois intrigado com aquela afirmação.

- Vamos então já tratar disso. – respondeu Jodi.

Romar esticou os braços para Jodi e Huno, tocando-lhes no ombro destes. Hudo acenou para os restantes se aproximarem. Hudo toca no ombro de Patrícia, Jodi tocou no ombro de Paulo e Veludia. Romar fechou os olhos e todos começam a desaparecer dali. São transportados fisicamente para a caverna onde se encontraram pela primeira vez.

Hudo caminhou pela galeria principal até uma galeria secundária ao fundo. Jodi seguiu atrás. Os restantes seguiram depois.

- Um dos que chegaram agora, do mundo dos Errantes, está a causar grandes problemas na harmonia. A raiva e tristeza dele está a fazer colapsar o mundo dele. Poderá se expandir para os outros planos se não for contida. Como está a criar um mundo assente na raiva e vingança, está a destabilizar tudo. Criou personagens, só para as maltratar e assassinar por pura vingança. Tem de ser parado. Traz consigo uma bagagem de pura maldade. Tem de ser privado disso.

- Mas como isso é possível? Afetar os outros? – questionou Patrícia.

- A energia e vibração do sonho dele pode contagiar outros planos próximos a este. Vou tentar explicar de forma que tu e o Paulo entendam. Imagina que vocês viajam num metro pela manhã para o trabalho. Vão tristes, introvertidos. De repente um estranho começa á gargalhada, durante os próximos minutos. Por contágio, todos os passageiros começam a ser levados por aquela emoção e esporadicamente expressam sorrisos ou gargalhadas. Sem saberem, todos são contagiados por aquele estranho. Assim é o mesmo que a raiva e a energia negativa de um desejo aqui, pode contagiar todos os outros próximos a este. Além de que ele pode quebrar por má intenção a barreira entre o plano dele e os demais.

- Isto é uma das regras aqui – retorquiu Jodi, dirigindo-se a Paulo – Quando crias algo negativo aqui, tem de ser parado para não desestabilizar tudo o resto. Tem de haver harmonia e estabilidade entre todos.

Hudo e Jodi pararam diante de uma pequena mesa em pedra. Por cima desta encontrava-se um cristal. Era achatado e translúcido, como um diamante. Tinha uma leve coloração azulada.

Hudo colocou as duas mãos sobre o cristal e acenou para Jodi. Este aproximou-se e colocou também as mãos no cristal. Ambos fecharam os olhos. O cristal começou a emitir uma luz brilhante do seu interior.

Passados alguns instantes Hudo retirou as mãos do cristal:

- Não está a resultar. Precisamos de mais alguém aqui. Nós não somos suficientes para este problema. A energia e a força dele já são imensas.

- A Sephir poderia ajudar neste assunto. – respondeu Jodi, fitando logo de seguida Veludia.

Hudo olhou para Jodi e depois para Veludia.

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