Nusil

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Veludia, Paulo e Patrícia voltaram a Aeternum.

Estavam de novo naquela colina onde avistaram ao longe o palácio de cristal. Veludia dirigiu-se para lá, eles seguiram atrás. Iam de novo ao encontro de Sofia. Só esta sabia do paradeiro de Nusil.

Ao chegarem na presença de Sofia, esta fitou-os com um olhar desaprovador.

- Olá. Necessitamos da ajuda do Nusil. – disse Veludia gentilmente para ela. – Ele poderá ser a única solução para o Paulo e a Patrícia levarem os seus entes queridos dali para o seu mundo.

- Não sei se isso é boa ideia. – argumentou Sofia – todos nós sabemos as consequências das suas visões. Além de que ele está exilado.

Patrícia indagou:

- Mas poderá ser a nossa única hipótese de levá-las connosco para o nosso mundo. Pelo que sei ele tem o poder de manipular e ter visões. Poderia de alguma forma inverter a ideia de elas continuarem lá.

- Sim. Mas... - Sofia ficou relutante em continuar a falar. – Ele outrora já causou problemas para vários mundos. Por isso está exilado. Tem sorte é não estar exilado no Mundo dos Perdidos.

- Estou a ver que nestes mundos nem tudo são rosas. Também têm muito espinhos. Os esqueletos no armário crepitam nas vossas mentes – afirmou Paulo, com um tom irónico.

- Sim. Já tivemos em tempos remotos, problemas sérios que quase fizeram colapsar todo o Universo. Mas isso é um assunto, o qual está enterrado silenciosamente dentro das mentes de alguns de nós que as vivenciaram.

Sofia continuava relutante em relação a dar conhecimento do sítio onde Nusil estava exilado. Aquilo poderia avivar más memórias. Mas por fim tomou a decisão de ajudar.

- Ok. Vou dar a indicação á Veludia do paradeiro dele, mas com uma condição. Em nenhum caso vão acreditar em nada das visões dele, ou das suas profecias. Além de que, mesmo que não vos consiga ajudar, têm de o trazer de volta.

- Sim. Irei fazer-me de surdo perto dele. E prometemos trazê-lo de volta logo que possível. – respondeu de imediato Paulo.

Sofia aproximou-se de Veludia e murmurou-lhe ao ouvido a localização de Nusil. Ele encontrava-se numa ilha deserta no mar alto.

Os três de imediato despediram-se de Sofia e pegando nos seus fios rumaram ao mar alto até á ilha indicada por Sofia.

Era uma ilha deslumbrante. Areia reluzente, projetando nos seus grãos os raios solares. Um mar calmo, de um azul cristalino. Do local onde se encontravam avistavam uma colina composta por várias árvores e arbustos de toda a espécie. Palmeiras, pinheiros, oliveiras, até bonitos catos existiam ali. Subiram a colina. Quando alcançaram o topo, avistaram um lago num pequeno vale. Numa das margens deste existia uma pequena cabana de madeira, assim como um cais com um pequeno barco.

Paulo ficou estupefacto com aquela visão. Era a primeira vez, ali naqueles dois mundos, que via algo que lhe parecia mais familiar com o seu mundo. Tudo o resto excedia a sua imaginação, mas aquilo era uma paisagem muito familiar e comum. Ele, uma década antes, chegou a alugar uma cabana, umas vezes, junto a um lago para passar férias e relaxar. Aquele cenário já era algo que ele conseguia compreender e assimilar perfeitamente. Embora a ilha lhe parecia idílica, aquele quadro com a cabana e o lago era o mais aproximado á realidade.

Seguiram por um pequeno trilho que levava á entrada da cabana.

À porta da cabana estava Nusil. Era um pouco diferente de todos os que tinham conhecido até ali, naqueles dois mundos fantásticos. Aparentava já ter alguma idade. Talvez, uns cinquenta ou sessenta anos. Vestia calças e camisa, de um castanho-escuro monótono, o seu cabelo era meio grisalho. Aquilo tudo era um quadro diferente do normal daqueles mundos. Parecia mais normal para o mundo deles. Não tinha aquela magia e graça que se comtemplava por todo o sítio, por onde tinham passado até ali.

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⏰ Última atualização: Aug 07, 2024 ⏰

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