Agora não tinha mais nada o que fazer. Fechei os olhos para não ver e foi pior. Minha mente fértil e desgracenta já recriou a Guerra de Tróia. Nueng enchia Samanun de tabefes que por sua vez se defendia com um golpe de judô, capoeira ou Mhuay Thai destruindo o nariz perfeito da minha quase namorada. Com as mãos fechadas eu murmurava algo em silêncio. Era uma reza. Quem me fez voltar à realidade foi Jim.
- Kornkamon!
E sua boca abria, fechava emitia sons, mas para mim era a mesa coisa que ela estivesse falando búlgaro. Minha atenção estava voltada à cena na minha frente. Samanun e Nueng se dando um longo e afetuoso abraço. Ninguém estranhou minha cara, pois metade do hospital parava querendo espionar o reencontro das irmãs Anuntrakul que, como não poderia deixar de ser, além de muita emoção teve muita ironia.
- Não acredito!
Samanun deu um sorriso divertido.
- Pode tocar, sou um ser vivo! – Ela disse em um tom brincalhão e ao mesmo tempo imponente tão familiar de Samanun. Estendeu os braços à espera de um abraço. – Não vim te buscar. Ainda não está vendo fantasmas não.
E entre risadas e lágrimas as duas se deixaram cair uma nos braços da outra.
- Tua lek, olha só, daqui a pouco tá cheia de cabelo branco.– Samanun comentou implicante como toda irmã mais nova. – O que dez anos não fazem, hein?!
- Pelo menos meus cabelos estão aqui. E aquele grilo que tinha cabelo quase no fim das costas que atendia como minha irmã? – Era a vez de Nueng alfinetar. – Quarenta anos na cara!
E se deixassem ficariam naquela briguinha de quem tem o ego maior até o outro dia. Besteira, as duas estavam tão lindas. Nueng mais jovem do que nunca e Samanun dando inveja a qualquer garotinha de vinte anos. Por iniciativa de não sei qual das duas, ou das duas, encerraram a conversa da forma mais inteligente possível, um abraço.
- Eu soube que você foi atrás de mim, que me deram como morta.
- Revirei aquela floresta inteira atrás de você. Fui em cada hospital, necrotério, delegacia, seguia qualquer pista... – De longe percebi a voz de Nueng emocionada, mas ela disfarçou bem com um sorriso aberto que muita gente naquele hospital ainda não conhecia, mas eu já havia tido esse deslumbre e babava cada vez que ela sorria assim. – Eu já tinha perdido as esperança...
- Nunca ouviu o ditado, não? Vaso ruim não quebra.
Ao meu lado Kade murmurou frustrada.
- Humpf... Parabéns bonitona, você não vale nem um soco na cara.
- Eu disse que ela nem tinha esse borogodó todo – Uma das enfermeiras comentou olhando para a minha cara. – Branquela, deve ser ruim de cama!
- E vem com esse papo de que o noivo largou por outro, agora já sabemos o porquê.
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Between - Fanfic MonSam
FanfictionEssa história é uma ADAPTAÇÃO! Esqueça tudo que já leu em fic MonSam e abra seu coração pra essa comédia com pinta de filme besta dos anos 2000 :) Kornkamon é uma jovem médica residente talentosa, mas com uma vida pessoal completamente desmoronada...