Capítulo 8 - Confissão

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Se Dijh não conseguiu ser simpática no discurso, a agora "toda poderosa chefona" Nueng Anuntrakul não fez diferente

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Se Dijh não conseguiu ser simpática no discurso, a agora "toda poderosa chefona" Nueng Anuntrakul não fez diferente. Com aquela cara de Capitão Gancho que Nueng sabe fazer muito bem, ela começou a soltar as regras do jogo para os internos. As regras que eu já sabia, eram as mesmas do programa que eu fiz em Bangkok. Em suma um interno não pode matar ninguém e deve absorver o máximo de aprendizado possível. Alguns desistiriam no meio do programa, outros ficariam pelo meio do caminho, mas uma coisa era certa, o grupo não seria o mesmo do início.

Em pensar que eu já poderia estar do lado de lá, com os outros residentes ensinando aos novatos como Chin e meus outros amigos de Bangkok já deviam estar fazendo. Se não fosse a sacanagem de Nop eu já teria meus próprios novatos para ensinar e não estaria de volta na linha de largada daquela corrida maluca.

Mais sacana que meu ex noivo só o meu destino. Como encarar Nueng, a mulher que eu querendo ou não me atraia incontestavelmente, a mulher que quase beijei, a mulher que era minha chefe?! Está certo que trabalharíamos em setores diferentes. Ela na cirurgia e eu no atendimento clínico, mas de qualquer jeito ela era minha encarregada, membro da diretoria. Pelo que Dijh explicou em sua apresentação o fundador do hospital era avô materno de Nueng. Ela mandava mais do que qualquer um ali dentro.

Os grupos de internos começaram a se dispersar. Confesso que morri de inveja, até perdi as contas de quanto tempo não participava de uma operação, só lembro que a última foi em cirurgia plástica. Enquanto eles retirariam tumores, restaurariam aortas e participavam de cirurgias cerebrais, eu teria que cuidar de assaduras, torções, dores de barriga e resfriados. Casos comuns de clínica. Estava seca para mexer com bisturi.

Nada do chefe Clínico Geral aparecer. Dijh dava ordens aos outros residentes, devia ser chefe deles. Nueng logo me achou no meio da confusão de novatos. Ela estava linda. Os quase cachos presos em um rabo de cavalo, brincos pequenos enfeitavam suas orelhas. Por baixo do jaleco branco usava uma blusa lilás de botão, calça social e sapatos combinando. Será que estava com o mesmo perfume da cabana? Bom, não que me interesse, não é, vim aqui trabalhar e não para arranjar namorada. Ela conversava com dois sujeitos que tinham cara de atendentes. Em um momento parecia interessada na conversa, com uma expressão concentrada. Um segundo depois nos perdíamos uma nos olhos da outra como um imã invisível ou como se uma linha imaginária nos ligasse.

- E aí, muito medo da ditadora ou já está acostumada com a cara feia da minha irmã?

Nueng podia ter mil defeitos, mas com certeza cara feia não era um deles. Quem me interrompeu foi Kirk com seu entusiasmo de primeiro dia de trabalho. Ele também era interno assim como tantos outros.

- Paciente! Esqueci que você também começava hoje! – Ele sorriu para mim gostando da brincadeira, me cumprimentou com um beijinho no rosto e abraço. – E essa cabeça?

- Rachei ela procurando por você.

Rimos. Kirk me lembrava mesmo Chin, acho que esse era o maior fator que fazia me simpatizar com ele de cara. Aproveito para deixar bem claro, que assim como Chin, meu interesse por Kirk e ele por mim nunca passou do campo da amizade. Junto de Kirk, Jim, Kade e Tee eram internos de Dijh e esperavam ela terminar de papear com um cirurgião para começarem a fazer a ronda de pré e pós operatório. Ficamos ali conversando sobre trabalho por uns dois minutos até nossa cortadora oficial dar o ar de sua graça.

Between - Fanfic MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora