Capítulo 4 - Família

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O toque da ponta dos seus dedos era de uma suavidade sem tamanho

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O toque da ponta dos seus dedos era de uma suavidade sem tamanho. Bom sinal ela ter conseguido mexer as próprias mãos. Sua sensibilidade pelo que eu tinha visto não corria riscos. Estranho. Ao encarar aqueles olhos castanhos da mulher que estava deitada sobre o gramado, novamente voltei a pensar em mudança e conclui: Não tem importância se sou do time dos que tem medo de mudar, ou das que tem medo que as coisas nunca mudem. Preciso pensar isoladamente, refletir sobre o que eu quero no momento e tomar finalmente as minhas próprias decisões, pouco importando se tenho medo ou não. As coisas simplesmente acontecem. Nueng parecia ter "acontecido" na minha vida. E eu na vida dela.

- Moça, você consegue falar?
 
- Nueng. – Calmamente ela me respondeu. – Meu nome é Nueng.

Não pude deixar de sorrir. Criatura mais marrenta. Eu toda preocupada com seu estado de saúde e ela ainda tinha cabeça para me corrigir. Metida!

- Nueng, seu sobrinho já chamou o socorro. Eles estão chegando.

Não me enganei com o garoto. Assim que o helicóptero conseguiu pousar, ele correu de encontro aos paramédicos que vinham com a maca e os primeiros socorros. Do helicóptero desceu também uma mulher toda de branco, negra e gordinha. Ela devia ter um metro e meio, mas o olhar era desses sargentões de exército que metiam medo em todos os soldados. O garotinho foi correndo ao seu encontro, ela parecia preocupada.

- Arthit, você está bem, o que aconteceu?

- A moça estava na pista, ela viu tudo e me ajudou a socorrer a tia Nueng. Ela vai ficar bem, não vai?

- Ok, já fez sua boa ação de hoje. – A médica deu um chamado a um rapaz também de branco. – Examine o Arthit.

A cara de Arthit não foi nada boa. Ele estava adorando brincar de ser o doutor.

- Mas tia...

A médica mal encarada colocou as mãos na cintura e fez uma carranca que até eu a obedeceria. Por fim o garoto acabou indo ser examinado pelo tal médico. Um dos paramédicos terminava de colocar o colar cervical em Nueng. Eu voltei a prestar atenção nela. Apesar de parecer bem e ser até um pouco grosseira, eu tinha que fazer um exame neurológico de praxe. Voltei a me agachar próximo a eles.

- Nueng, eu preciso te fazer umas perguntas.

- Estou meio ocupada para responder agora. – Pela força do coice deve ter a marca da ferradura na minha cara até hoje. – Cadê o Arthit?

Meu juramento médico me impedia de mandá-la para o quinto dos infernos e falar meia dúzia de palavrões pela grosseria. Era a minha real vontade. Salvei a vida da mulher, custava ela colaborar? Apenas procurei paciência e voltei a perguntar.

- Você pode me dizer qual seu nome completo?

- Nueng Anun... Que isso importa agora?. – Contrariada me respondeu. – Cadê o Arthit?

Between - Fanfic MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora