Capítulo 6 - Clima?

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Quando eu pergunto o que mais pode acontecer de errado, Deus não interpreta como uma simples retórica, mas sim como um desafio e capricha para eu não ter mais do que reclamar

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Quando eu pergunto o que mais pode acontecer de errado, Deus não interpreta como uma simples retórica, mas sim como um desafio e capricha para eu não ter mais do que reclamar. Nueng, com aquela cara de investigadora policial querendo arrancar confissão de um suspeito, me encarava esperando por explicações. Só fui salva por um gemido entrecortado vindo do coitado do Kirk.

- Esse pirralho só me apronta... – Nueng murmurou para si mesmo e felizmente me esquecia por alguns minutos. Visivelmente sua chegada de alguma forma tinha constrangido os convidados. Com nenhuma intenção de ser simpática, ela decidiu. – Acabou a festa! – Dessa vez o buburinho voltou. A maioria se lamentando, mas ninguém com coragem suficiente de dizer algo frente a ela. – VOCÊS SÃO SURDOS OU O QUE? – Ela voltou a cobrar fazendo as pessoas se mexerem. – CADA UM PARA OS RESPECTIVOS LUGARES DE ONDE NÃO DEVIAM TER SAÍDO! ANDEM!

Depois dessa o clima foi embora de vez. Nunca vi um lugar com mais de cem pessoas esvaziar em tão pouco tempo. Enquanto Nueng fiscalizava a saída dos visitantes, eu fui ver o estado do dono da casa. O corte não parecia tão grave, mas com certeza teria que levar alguns pontos.

- Isso precisa ser lavado e suturado.

- Não se incomoda comigo não. – Pela primeira vez Kirk me dirigia à palavra. Ele improvisou uma atadura com um pano molhado. – Aquele idiota do Prem te machucou?

Com a cabeça fiz um gesto negativo. Minha prima estava certa, Kirk devia ser boa pessoa. Mesmo ferido se preocupou com uma desconhecida.

- Não. Desculpa... Eu não me apresentei, eu sou Mon, prima da Yuki.

Simpático ele estendeu a mão.

- Kirk. Sua prima é uma amigona! Conheço ela desde criança.

- Kirk, você tem que fechar isso... Não é melhor ir para o hospi...

Antes que eu pudesse completar a frase, a voz firme e imperativa de Nueng me cortava pelo meio.

- Ow garota, será que você ainda não ouviu que a festa acabou? Seus amiguinhos já foram! Tchau!

No quesito insuportável Nueng só perdia para os Operadores de Telemarkting. Com aquela carinha feminina dela era mais dura que um desses zagueiros brucutus. E o pior, ela parece fazer questão de ser assim. Eu tenho certeza que ela deve treinar cada coice, cada ferroada, cada patada em casa em frente ao espelho antes de sair de casa de manhã.

- Seu irmão precisa de um médico!

- Com esse imbecil eu me viro!

- Nueng, dá um tempo! – Kirk retrucou enfurecido. Com o pano ainda no rosto se levantou da cadeira de plástico que estava sentado. – Já não está satisfeita em vir e estragar o meu sábado? Que inferno!

Nueng deu uma risada irônica e logo rebateu o irmão.

- Olha aqui garoto, eu tenho muito mais o que fazer do que estragar suas orgias! – Ela fez uma pausa e continuou. - Acontece que a porcaria do sexto sentido da mamãe bateu e ela me ligou lá da capital preocupada com a casa dela. – A cara de Kirk não foi nada boa. Nueng ainda prosseguia dando bronca como se fosse ela a própria mãe do rapaz. – E pelo visto ela estava certa. Se eu não chego há tempo, aposto que essa ai era a traçada da noite.

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