Capítulo 06 - Provocações.

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Alane Dias.

Eu dou risada.

- Não. Você está brincando, né? - Ela ri, negando. - Fernanda, se você é irresponsável, eu não sou. Nós precisamos voltar porque eu preciso trabalhar. E... Na verdade, eu nem deveria estar aqui.

- Eu não sou irresponsável. Responde como se tivesse ofendida, mas ri novamente. - Você pode parar de dar chiliques?

- Eu não estou entendendo o porquê de estar rindo se isso não tem graça.

- É claro que tem graça. Você desesperada por um motivo bobo é hilário. - Deixa sua taça na mesa de centro. - Posso explicar sem você me atrapalhar?

Eu cruzo meus braços, e então ela continua.

- Você mesma disse que tínhamos que resolver um problema em Minas. Estamos aqui para isso. Não se esqueça que ainda é a minha secretária.

- Você não me deixa esquecer disso nunca. - Falo.

- Deus! Você sabe aproveitar alguma coisa sem reclamar? Fica um milhão de vezes batendo na mesma tecla.

- Deve ser porque você sempre age como uma criança, não é? Quantos anos você disse que tinha mesmo? 32? Uau. Não parece. Realmente não parece.

- Se você quiser subir e me ignorar, vai. Eu realmente não quero te ouvir gritando comigo na minha própria casa como se fosse a dona da razão. - Eu dou risada.

- E talvez seja isso mesmo que eu faça.

Coloco fortemente a taça de cristal na mesa, ergo a barra de meu vestido e subo a escada principal da sala, indo para a esquerda.

- Os quartos ficam à direita. - Ela grita.

Ignoro suas palavras, mas vou para a direita até um corredor. Escolho qualquer uma das cinco portas e entro, batendo-a.

Eu me sinto cansada dessa dinâmica de discussões, porém é difícil manter a minha postura diante das suas constantes provocações. Sento-me na beira da cama, respirando fundo para tentar acalmar minha mente, praticamente jogando meu celular perto do travesseiro.

- Você não vai conseguir fugir de mim dentro da minha própria casa. - Ouço sua voz, mas mantenho meus olhos fechados. Escuto a porta sendo aberta.

- Eu não estou fugindo. E eu não deveria estar aqui.

- Eu sei. Você já disse isso.

Ela se aproxima e se senta na cama, mais precisamente ao meu lado. Sinto Fernanda se aproximar cada vez mais. Sua respiração calma começa a ficar mais próxima do meu ouvido, junto com seu hálito quente, carregado pelo cheiro do vinho que tomamos na sala.

- Para com isso. - Me levanto.

- Ah, Alane. - Deita na cama, frustrada.

- Eu já te deixei bem claro que eu sou casada. - Falo devagar e em bom som para que ela entenda.

- E eu já deixei bem claro que o seu esposo não é um problema para mim.

- Claro que não é. As consequências não irão acontecer com você, não é!?

- E por que você não se permite viver essas emoções? Vai me dizer que nunca beijou nenhuma mulher na sua vida?

- Na verdade, eu nunca traí meu marido.

- Para tudo tem uma primeira vez.

- Eu acho que você deveria me deixar sozinha. - Eu a encaro. - Por favor.

Olhamos para meu telefone que começara vibrar. Ela pega e franze o cenho, mas logo sorri.

- O que ele diria se soubesse que você está aqui comigo agora? - Ela vira o celular para min e eu vejo que é Nizam que estava me ligando.

Amante - FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora