Alane Dias.
Eu dou risada.
- Não. Você está brincando, né? - Ela ri, negando. - Fernanda, se você é irresponsável, eu não sou. Nós precisamos voltar porque eu preciso trabalhar. E... Na verdade, eu nem deveria estar aqui.
- Eu não sou irresponsável. Responde como se tivesse ofendida, mas ri novamente. - Você pode parar de dar chiliques?
- Eu não estou entendendo o porquê de estar rindo se isso não tem graça.
- É claro que tem graça. Você desesperada por um motivo bobo é hilário. - Deixa sua taça na mesa de centro. - Posso explicar sem você me atrapalhar?
Eu cruzo meus braços, e então ela continua.
- Você mesma disse que tínhamos que resolver um problema em Minas. Estamos aqui para isso. Não se esqueça que ainda é a minha secretária.
- Você não me deixa esquecer disso nunca. - Falo.
- Deus! Você sabe aproveitar alguma coisa sem reclamar? Fica um milhão de vezes batendo na mesma tecla.
- Deve ser porque você sempre age como uma criança, não é? Quantos anos você disse que tinha mesmo? 32? Uau. Não parece. Realmente não parece.
- Se você quiser subir e me ignorar, vai. Eu realmente não quero te ouvir gritando comigo na minha própria casa como se fosse a dona da razão. - Eu dou risada.
- E talvez seja isso mesmo que eu faça.
Coloco fortemente a taça de cristal na mesa, ergo a barra de meu vestido e subo a escada principal da sala, indo para a esquerda.
- Os quartos ficam à direita. - Ela grita.
Ignoro suas palavras, mas vou para a direita até um corredor. Escolho qualquer uma das cinco portas e entro, batendo-a.
Eu me sinto cansada dessa dinâmica de discussões, porém é difícil manter a minha postura diante das suas constantes provocações. Sento-me na beira da cama, respirando fundo para tentar acalmar minha mente, praticamente jogando meu celular perto do travesseiro.
- Você não vai conseguir fugir de mim dentro da minha própria casa. - Ouço sua voz, mas mantenho meus olhos fechados. Escuto a porta sendo aberta.
- Eu não estou fugindo. E eu não deveria estar aqui.
- Eu sei. Você já disse isso.
Ela se aproxima e se senta na cama, mais precisamente ao meu lado. Sinto Fernanda se aproximar cada vez mais. Sua respiração calma começa a ficar mais próxima do meu ouvido, junto com seu hálito quente, carregado pelo cheiro do vinho que tomamos na sala.
- Para com isso. - Me levanto.
- Ah, Alane. - Deita na cama, frustrada.
- Eu já te deixei bem claro que eu sou casada. - Falo devagar e em bom som para que ela entenda.
- E eu já deixei bem claro que o seu esposo não é um problema para mim.
- Claro que não é. As consequências não irão acontecer com você, não é!?
- E por que você não se permite viver essas emoções? Vai me dizer que nunca beijou nenhuma mulher na sua vida?
- Na verdade, eu nunca traí meu marido.
- Para tudo tem uma primeira vez.
- Eu acho que você deveria me deixar sozinha. - Eu a encaro. - Por favor.
Olhamos para meu telefone que começara vibrar. Ela pega e franze o cenho, mas logo sorri.
- O que ele diria se soubesse que você está aqui comigo agora? - Ela vira o celular para min e eu vejo que é Nizam que estava me ligando.
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Amante - Ferlane
FanfictionAlane Dias, em meio ao desemprego e à constante pressão de seu marido, se vê obrigada a buscar qualquer trabalho para ajudar com as contas de casa. Ela consegue uma grande oportunidade em uma empresa de renome, onde impressiona a exigente dona, Fern...