Capítulo 14 - Apagão.

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Após sete longas horas de viagem, durante as quais Fernanda mal trocou mais do que cinco minutos de conversa comigo, finalmente chegamos ao monótono Rio de Janeiro.

Eu não entendi nada da explicação de Vanessa pelo telefone. Mas, podia perceber que pela cara da morena ao meu lado, isso não é nada bom.

Ao estacionar o carro em frente à empresa, Fernanda e eu saímos rapidamente. Quando entramos no térreo, percebemos que ele estaria completamente vazio caso não tivessem os dois seguranças atentos cuidando da entrada.

Entramos na sala de reunião onde todos os funcionários do primeiro setor estão.

- O que aconteceu? - Pergunta.

Por mais que seu tom de voz seja calmo, eu sinto seu nervosismo.

- O banco de dados está sendo invadido. - A mais nova responde, digitando freneticamente em seu notebook.

- Mas os backups são feitos todos os dias. Não tem como isso ser tão ruim a ponto de perder todos os dados, não é? - Eu pergunto.

- Se burlaram os sistemas que eu estou pensando, sim. Tem como sim. Isso são falhas de segurança. Programas desatualizados. - Fernanda responde. - Precisamos desligar.

A sala fica em completo silêncio.

Vários olhares preocupados se encontram, enquanto todos processam as palavras de Fernanda.

- Não podemos. - Um dos funcionários diz. - Não podemos fazer isso, senhora. São mais de dez horas para o sistema religar e voltar a funcionar.

- Eu sei, mas não posso ficar esperando por mais tempo. Vocês não sabem desde quando isso começou. Não sabem há quanto tempo eles têm acesso ao nosso sistema. Se os dados dos meus clientes vazarem, todo esse esforço que fizemos para manter a empresa em pé terá sido em vão.

Ela suspira.

- Vanessa, mande desligar. Agora!

A Menor corre para sua área de trabalho e inicia uma ligação.

Cinco minutos depois, ficamos sem energia.

- Eu quero que o reiniciamento seja iniciado dentro de uma hora. Enquanto isso, precisamos trabalhar para encontrar soluções para o problema.

Ela sai da sala.

Hesito em ir atrás, mas, decido por ir mesmo assim. Quando ela entra em sua sala, eu entro junto. Fernanda se senta em sua cadeira e, cautelosamente, eu caminho por trás dela.

- Vamos ter que adiar nossa noite para outro dia, pois parece que alguém está brincando de hacker. - Ela diz, segurando uma de minhas mãos.

- E se você comprar os serviços de uma empresa dessa área e dar total dedicação a ela?

- Não sei, Lane. Qualquer coisa de fora que venha agora me faz querer repensar mil vezes.

- Você sabe que... Nizam é especialista nisso.

- Ótimo, eu adoraria comprar os serviços do seu marido. - Diz, ácida.

- Foi só uma ideia.

Eu fico um pouco desconcertada com a resposta ácida dela, mas tento não levar para o lado pessoal. Respiro fundo e respondo com calma:

- Só quis oferecer uma coisa que poderia ser útil para você. Mas, te entendo.

- Peça para Vanessa chamá-lo aqui. Por favor.

- Ei. - Viro o seu rosto para ela me encarar. - Calma, vai dar tudo certo.

- Tomara. - Sorri fraco.

Deixo um beijo em sua testa e vou para fora.

Amante - FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora