Capítulo 16 - Rosas.

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Acordar sozinha depois de uma noite intensa de prazer com outra pessoa é uma experiência extremamente triste.

Encaro os lençóis desarrumados e suspiro.

Ainda sinto o cheiro dela no quarto.

Eu rasgo seu bilhete e jogo no lixo do banheiro. Quando saio do quarto, deixo o dinheiro em cima da cômoda. Passo na recepção e entrego o cartão que estava em cima de minhas roupas dobradas. Caminho pelo corredor vazio, sentindo um misto de sentimentos.

Satisfação com uma dose de raiva.

Enquanto o sol começa a iluminar o dia aqui fora, deixo o ar fresco preencher meus pulmões. Preciso de um café. Prendo meus cabelos que insistem em se bagunçar com o vento e vou até a central de táxis que fica um pouco à frente.

- Por favor, me deixe na frente da empresa Salware. - Peço.

Ele apenas assente e então, nós entramos em seu carro.

Assim que paramos, eu transfiro o dinheiro para o rapaz e desço.

Franzo o cenho quando percebo que há mais dois seguranças novos além dos dois que já são costumeiros.

- Identificação. - Pede um deles.

- Ela trabalha aqui. Pode entrar, senhorita Dias. - Responde o outro.

- Obrigada.

- Deus! Até que enfim você apareceu! - Vanessa vem apressadamente.

- O que aconteceu?

- Lembra que os sistemas foram hackeados, não é? - Balanço a cabeça. - Roubaram um dos documentos importantes da Fernanda e ela está uma fera, mexendo em todos os computadores.

Eu encaro a morena dentro de sua sala, conversando de uma forma nada agradável com alguém em seu telefone.

- E vocês já arrumaram um jeito de arrumar essa bagunça?

- A equipe de TI está investigando.

Lembro-me das notícias antigas que li sobre a sua família.

- E o que exatamente foi roubado? É alguma coisa que pode causar algum dano significativo? Tipo, dela e da família dela?

- Ela não entrou em detalhes, mas disse que era um documento extremamente confidencial, com várias informações sensíveis sobre um projeto importante da empresa, e sim, sobre a família dela. Lane, se isso cair em mãos erradas... nós duas vamos conhecer um lado dela que ainda não conhecemos.

Eu a encaro.

- Tá bom, mas o que ela está fazendo nos computadores?

- Está tentando rastrear qualquer atividade suspeita, mas eu tenho certeza que isso não aconteceu aqui dentro. Foi alguém de fora.

Paro de respirar por alguns segundos.

Não.

Ele não seria capaz.

Ele não prejudicaria alguém que lhe desse uma oportunidade única.

- Vanessa, se você me der licença, eu preciso fazer uma ligação.

- Claro, vai lá. Se acontecer mais alguma coisa, eu te aviso.

Eu caminho apressadamente para fora.

Sinto meu estômago embrulhar. Não acho que Nizam tenha algum envolvimento com isso. Não quero ter dado motivos para ele agir desse jeito.

Espero do fundo do meu coração que isso seja um mal entendido.

Em dois toques, ele me atende.

Eu me afasto da fachada e encontro um lugar tranquilo para falar.

Amante - FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora