Capítulo 19 - Pedido de divórcio.

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Alane Dias.

- Era só o que me faltava. - Nizam diz. - Olha, senhorita Bande, eu posso explicar. Nós...

- Como você está? - Ela pergunta, diretamente para mim, interrompendo-o.

- Não é nada disso que você está pensando. - Ele continua.

- Alane. Como você está? - Ignora-o.

- Estou bem. - Gaguejo. - Eu acho.

- Estávamos conversando. - Se defende. - A senhora sabe como é, né?

- Não. Na verdade, eu não sei. O que eu vi aqui foi você foi gritando com a sua mulher. Ou eu estou louca? Queria muito estar, mas foi isso mesmo. - Suspira. - Vem cá. - Me chama.

Eu passo por ele, indo até ela.

Sinto minhas pernas estremecerem.

- Lane, explica para ela.

- Pode me fazer um favor? - Pede. - Cala a sua boca e deixe-a falar? Deus! Acha que eu não percebi o que estava acontecendo?

Fernanda passa suas mãos pelo meu rosto.

- Alane? Eu espero muito que eu esteja errado sobre isso, mas vocês duas... Não. - Ri, sozinho. - Você não faria isso.

Nós duas o encaramos. Seu semblante está sério, como se a ficha estivesse caindo aos poucos. Ele olha para nós com uma mistura de surpresa e confusão em seus olhos. Seu rosto está tenso e seus lábios se apertam ligeiramente. É como se ele estivesse processando lentamente a realidade do que acabou de presenciar.

- Você é menos ingênuo do que eu pensava, mas, demorou para assimilar o que estava acontecendo embaixo do seu nariz todo esse tempo. - Fernanda quebra o silêncio. - Falando sério, você descobriu tudo em um mês. Muitas pessoas com o seu intelecto descobririam antes.

- Isso é sério, Alane? Você me culpou por tudo em todos esses anos, mas agora fez isso?

Sei que ele irá pegar em meu ponto fraco.

- Você se culpou quando não teve a capacidade de segurar nossa filha na sua barriga? Está se culpando agora pelo o que você fez? - Ele pergunta, diretamente para mim, ignorando completamente a mulher.

- Você não pode ter filhos? - Fernanda me pergunta, curiosa.

Só agora percebo que nem sequer lhe falei isso em todo esse tempo.

- Depois nós falamos disso. - Eu respondo para ela. - Você não irá conseguir me ofender, Nizam. Eu não sinto nada com as suas ameaças. Quer dizer, eu sinto. Sinto pena. É tudo o que você me faz sentir por você. Pena.

- Como eu pude ser tão burro? Era por isso que Binn dizia que você - Aponta para Fernanda. - não vale nem o pão que come!

Ela ri.

- Eu até poderia te defender, mas você acredita no meu irmão, então não vale a pena discutir. Você precisa mesmo ser muito burro para acreditar em tudo o que ele diz.

- Isso não está acontecendo. Que momento cômico. Está vendo, Alane? Duas pessoas brigando por sua causa! Tendo você como centro das atenções! Era isso que você sempre quis, não é? Ser o centro das atenções.

Nizam passa por nós duas.

- Eu vou fazer da vida de vocês duas um inferno!

- Prazer. - Fica à minha frente. - Eu sou o próprio diabo!

Ele pega as chaves de seu carro, fica furioso, e sai batendo a porta juntamente do portão.

- Isso foi melhor do que último capítulo de novela. - Fernanda ri, mas eu não acompanho-a. - Desculpa, doutora. Mas eu não consigo ter pena dele.

Amante - FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora