Capítulo 28 - Revelações em Brasília.

378 34 26
                                    

Alane Dias.

Fernanda está paralisada enquanto me encara.

Ela e Anne tentam segurar o riso, como se essa fosse uma situação engraçada.

- Anne, quarto. - Digo, apontando para a porta do quarto dela. - Depois a mamãe irá conversar com você.

- Mas, mãe...

- Só vai, querida. Depois nós conversamos. - exclama.

Eu cruzo meus braços, acompanhando a pequena colocar suas pantufas e caminhar até o cômodo.

- Me dê dois motivos para eu não brigar com você. - Peço.

- Porque eu...

- Esse foi um pedido retórico, Fernanda. - Me sento no sofá. - Você só tinha uma tarefa para fazer.

- Ah, não é o fim do mundo. - Ela desliga a televisão. - Foi só um dia, amor. As professoras irão entender.

- Eu não estou falando de ela ter faltado, eu estou falando sobre o que você fez. Sobre você incentivar ela a esconder as coisas por um sorvete.

Fernanda com certeza vai rir.

- Eu não estou brincando, Fernanda. Eu não quero que Anne aprenda a mentir por achar que sempre será recompensada.

Ela olha para mim, percebendo agora a seriedade do que estou falando. A morena engole em seco e seu riso desaparece lentamente.

- Eu entendo o que você quer dizer - responde ela, com a voz um pouco trêmula. - Eu errei, desculpa. E desculpa por querer rir, mas você fica engraçada quando está brava.

- Isso pode até ter parecido engraçado para você, mas isso não é algo para rir. Disse que levaria a sério a educação de Anne e ensinaria a ela valores importantes, como a honestidade e a responsabilidade.

- Prometo que isso não irá se repetir, senhora bravinha. - Beija minha bochecha. - Nós vamos conversar e eu irei explicar para ela. Tudo bem? - Concordo, suspirando. - Mas até que ela aceitou por um preço justo. - Responde.

- Claro, ela é uma criança que adora comer besteiras. Você queria o que?

Ela dá risada.

- Eu irei conversar com ela. E por favor, não faça mais isso.

Eu caminho até a porta do quarto da pequena.

- Pode deixar, senhorita. - Ouço Fernanda dizer.

Eu rio e balanço a cabeça sozinha antes de entrar no quarto. Anne está deitada na cama, com o edredom puxado até o seu rosto, deixando apenas os seus olhos à mostra.

Sinto que é impossível brigar com essa criança na vez que ela está toda escondida para não levar uma bronca.

- Você está brava comigo? - Pergunta. - Eu me sento aos pés da cama.

- Não. Não estou brava. Estou chateada. Nós tivemos uma conversa séria sobre mentiras, você lembra? - Concorda. - Então, o que você precisa fazer?

- Pedir desculpas. - Ele se senta. - Desculpa, mamãe.

- Fico feliz em ver que você entendeu, querida. Pedir desculpas é um bom primeiro passo para consertar as coisas. Aceito suas desculpas, mas também quero que você entenda a importância de ser honesta. - Seguro uma de suas mãos. - É preciso aprender com nossos erros para que eles não se repitam, você me entende?

Balança a cabeça Concordando.

- Não quero que você saia contando mentiras por aí, tudo bem? Eu sei que foi uma bem pequena, mas ainda assim elas fazem um estrago depois.

Amante - FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora