Alane Dias.
- A senhora ainda não tem nenhuma previsão para voltar a São Paulo? - Nizam pergunta, chamando a atenção de Fernanda que não fez questão de olhá-lo.
- Nenhuma. Muito menos ao Rio. - Me encarou. - Por que? Vocês querem voltar?
Ele ri sem graça.
- Eu tenho reuniões com alguns assessores, preciso voltar amanhã.
- Bom... Pode ir.
Sinto uma sensação percorrer minha perna. Ao olhar embaixo da mesa, percebo que é o pé dela se movendo carinhosamente.
- Mas, eu preciso que sua advogada fique. - Diz. - Nós ainda temos que conversar sobre algumas coisas jurídicas.
Me sinto desconcertada com sua sutil carícia.
- Tem algum problema? - Ele pergunta diretamente a mim.
Balanço a cabeça rapidamente como um sim, e volto a comer.
- De qualquer maneira, resolvam isso depois. Eu não costumo conversar sobre trabalho na mesa do jantar. - Fernanda fala.
Engulo o resto da comida com dificuldade depois dessa breve conversa e dou um suspiro de alívio. Tento focar em outra coisa e ignorar a tensão que Fernanda sempre causa. Mas, agradeço mentalmente por ela ter decidido deixar o assunto para depois.
Apesar do desconforto, tento apreciar a comida de Maria enquanto engulo o resto ainda com dificuldade. É como se ela estivesse ficando cada vez mais pesada dentro de mim, refletindo o peso disso tudo. Decido que é melhor não me envolver mais nesse assunto por enquanto. As coisas empresariais de Nizam não me interessam.
Depois do jantar, ele subiu para tomar um banho enquanto eu continuei na área externa. Agora, me encontro sentada na beira da piscina, apenas com meus pés na água gelada na piscina.
- Buh! - Fernanda aperta minha cintura firmemente.
- Que susto, Fernanda! Pelo amor de Deus!
Meu corpo estremece com seu toque.
Fecho meus olhos, ouvindo-a rir.
- Está assustada, doutora? - Se senta ao meu lado.
- Óbvio! - Reclamo, olhando-a.
Confesso que o seu sorriso é bonito.
- Vem cá, que assuntos judiciais são esses?
- Hm... - Parece pensar. - Um bem sério, por exemplo, o beijo que você vai me dar agora.
Me beija inesperadamente.
- Não. - Me afasto. - Agora não, Fernanda.
- Por quê? - Mantém seu olhar fixado em minha boca. - Pensei que gostasse de correr riscos.
- Eu gosto desse tipo de risco, mas não estou interessada em beijar você agora. Preciso saber o que você quer exatamente.
- Ah, Lane. - Suspira.
Ela sustenta o peso de seu corpo em seus dois braços esticados para trás enquanto olha para o céu escuro.
- Eu não sei. Mas gostaria muito que você ficasse aqui por mais um tempo, até resolvermos as pendências nas filiais. - Encosta sua cabeça em meu braço. - Pode fazer isso?
Olho de canto de olho para a luz do quarto que acabara de acender. Ela se vira para observar o mesmo que eu e me encara novamente.
- O que foi? - Pergunta.
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Amante - Ferlane
FanfikceAlane Dias, em meio ao desemprego e à constante pressão de seu marido, se vê obrigada a buscar qualquer trabalho para ajudar com as contas de casa. Ela consegue uma grande oportunidade em uma empresa de renome, onde impressiona a exigente dona, Fern...