Casados Por Contrato

01

Emma Gouvêa

Bom, eu devo começar confessando que tenho saudades do muito luxo e grana que minha família e eu tínhamos.
Porém, como nem tudo são flores, acabamos falindo sem saber o motivo. Tivemos que começar a vender jóias, carros e algumas propriedades.

Para tentar folgar as contas de casa, comecei a trabalhar como garçonete de um restaurante. Não era grande coisa mas o dinheiro servia.

Tinha que servir.

Ravi Schumacher

Bom, não preciso falar meu nome, você deve me conhecer.

Meu pai morreu faz alguns dias e eu herdei tudo. Tudinho mesmo.

Bom, ou pelo menos eu achava que estava um mar de rosas. Meu pai deixou tudo claro no testamento:

"... e só receberá tudo isso quando achar uma mulher responsável e dedicada. Caso contrário, em até três semanas, todos os meus bens serão doados para instituições de caridade e ONGs."

Aquilo me matou. Eu estava arruinado. E tinha três semanas para me reerguer.

Emma Gouvêa

Meu pai me avisa que quer minha presença em uma das reuniões dele para tentar levantar os negócios. Eu peço para sair do restaurante mais cedo e com muitos papéis nos braços. Estava completamente distraída quando esbarro em alguém.

--Olha por onde anda filho da mãe!- grito tentando pegar os papéis que iam voando.

--Olha por onde anda você.- diz ele. Além de ser um filho da mãe, é mal educado.

--Não vai me ajudar?- digo olhando no fundo de seus olhos... E que olhos! Mas eles eram familiar...

--Eu não deveria.- ele se abaixa e pega os papéis.

--Cuidado por onde anda.- digo me virando.

--Você sabe quem eu sou?- paro e me viro para ele.

--Além de ser filho da mãe e mal educado? Não, não sei quem você é.- digo me virando outra vez e já andando, o ouço reclamar.

Ravi Schumacher

Eu continuo parado no mesmo lugar observando aquela grossa se afastar quando meu celular toca. Era o Lucas, meu melhor amigo.

--Já arranjou uma noiva, pombinho?- diz em tom irônico.

--Não. Eu preciso de uma noiva.

--Nossa, quem diria! Seu pai te fez mesmo mudar de ideia. Ravi Schumacher casado... É, o mundo vai mesmo acabar.

--Deixe de graça. Estou indo para uma reunião. Te ligo depois.

Eu fui em direção a falida empresa do sr. Cristian. Mas sem tirar a ideia de que em breve estarei casado.

--Caro Ravi! Quanto tempo!- diz Cristian, estendendo uma das mãos. Ele era o melhor amigo de meu pai.

--Eu que diga, Cristian.

--Por favor, sente-se.- assim eu fiz. --Minha filha está atrasada, mas logo virá.

--Claro, tudo bem.

Dois minutos depois, alguém abre a porta como se fosse um furação.

--Olá, pai! Desculpe a demora... Eu tive que fazer algumas coisas.

-Filha...- Cristian aponta para mim.

--Ah claro, descul...- ela se vira para mim --Você?! O que está fazendo aqui?!- sabia que esse olhar me era familiar. Ela era aquela filha chata do melhor amigo do meu pai.