25

11.1K 567 10
                                    

Emma Schumacher

--O Calebe vai pedir a Roxy em namoro.

Ravi comenta baixinho enquanto devora uma vasilha de pipoca microondas.

--Sério?!- quase grito. --Que bom! Assim, quem sabe, ela se distrai um pouco.

--Nada disso. A governanta ainda será contratada.

--Como você é chato!

Ficamos assistindo desde a hora que a Roxy saiu com o Calebe, até aquele fim de tarde.

Decidimos fazer o seguinte: ele escolhe um e eu escolho o outro. Ficamos repetindo isso várias vezes. Ambos teriam de ficar até o fim dos filmes.

Só levantamos para pegar mais comida e ir ao banheiro.

--Finalmente chegou minha vez!- comento assim que As invenções de Hugo Cabret acabaram. --Estava quase dormindo aqui.

--Duvido. Vi que você nem chegou a piscar.- ele ri.

Fomos para a cozinha fazer mais pipoca, pegar mais bebida e algumas guloseimas.

--Não é todo dia que vemos uma mulher comendo essas coisas.- Ravi para e me observa comer um pedaço enorme de bolo de chocolate com muita cobertura.

--Como assim?- pergunto com a boca cheia, abrindo-a de propósito e vendo o Ravi fazer cara de nojo.

--As mulheres são frescas: evitam comer besteiras por medo de engordar.- revira os olhos.

--Como já havia dito: sou diferente das outras mulheres.- chupo meus dedos sujos de chocolate.

--Será que dá para ser menos nojenta?- vai até o microondas tirar a pipoca.

--Dá pra ser menos irritante?- levanto uma das sobrancelhas.

Não espero pela sua resposta e vou lavar minhas mãos. Pego as coisas e vamos para a sala, que estava bagunçada, gelada (por conta do ar-condicionado) e silenciosa.

--Eu juro que se eu fosse trancada em uma casa no meio do nada, eu morreria.

--Por quê?- pergunta confuso.

--Eu e o silêncio somos inimigos.- ele ri.

--Percebe-se.

Assistimos o terceiro filme tranquilos, evitando conversas. O filme escolhido por mim, foi pior do que o outro. Invocação do Mal fez o Ravi dar vários pulos e me fez dar várias risadas. Enquanto eu estava concentrada no filme, ele se remexeu e perguntou:

--O que é isso?- encaro o frasco que estava em sua mão. Parecia muito com o frasco que o tal do
-S deixou para mim.

--Onde estava?- ele analisa o frasco como se soubesse de toda a verdade.

--Pelo sofá.... O que será que é?- pergunta com as sobrancelhas franzidas.

--Fica aí que eu já volto.

Subo os degraus de dois em dois e vou até minha gaveta de joias, onde guardo o frasquinho com o sonífero. Meu coração começa a bater mais forte.

Como o frasco foi parar lá embaixo se. para abrir a caixinha, é necessário uma chave?! Chave que por sinal, mantenho guardada na gaveta dentro de uma meia antiga!

Decido então pegar meu livro. O livro que mais me agrada. Ao tocar nele, sinto um arrepio enorme, tendo a certeza de que eu iria abrí-lo por mais que eu não quisesse.

Mantenho calma e desço torcendo para que o curioso do meu falso esposo não tenha triscado na bebida..

--Ravi?- chamo-o, mas sem sucesso.

Casados Por Contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora