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Emma Schumacher

Minha cabeça pipocava.

Minha falecida avó - que Deus a tenha - dizia que quem tem dor de cabeça significa que o cérebro estava crescendo. Mas parece que tem gente que ao ficar com dor de cabeça, o cérebro diminui e fica do tamanho do grão de arroz!

Ele saiu do banheiro com o cabelo molhado e com um short de dormir.

--Que frio!- disse ele.

--Você é tão magro, mas tão magro, que sente frio até quando o ar-condicionado está no 23.- digo revirando os olhos.

--Pelo menos eu sou magro e gostoso.- diz passando a mão pela barriga.

--Por favor, não me faça vomitar!

Foi aí que tudo ficou escuro e um barulho de algo estourando foi o único som que se ouviu.

--Emma?- Ravi sussurra com a voz trêmula. Eu me levanto tentando fazer o mínimo de barulho possível e aproximo do seu ouvido.

--Oi.- na mesma hora, Ravi grita e eu rio. Rio pra caramba, vocês não estão entendendo.

--Emma, deixe de brincadeira!- ele alcança o celular e bota na lanterna.

Um grito fino se é ouvido junto com algo caindo.

--Emma, foi você?- ele coloca a lanterna na minha cara.

--Deixe de ser burro Ravi! Como foi eu se estou aqui bem ao seu lado?- digo indo em direção a porta do quarto. --Vai ficar aí sozinho?

--Claro, você pode me assustar.- ele bate o pé e eu sorrio.

--Tudo bem, então fique aí sozinho nesse escuro.- digo saindo do quarto.

--Emma! Me espera.- ele grita.

--Shhh, não grite!- abro a porta do quarto da Roxy. --Rô?- nada. --Roxy? Somos nós! Aparece!- sussurro e vejo umas coisas quebradas no chão.

--Roxy!- Ravi grita.

--Se tivesse um ladrão aqui dentro eu aposto que você já estaria morto.- ouço uma risada e ela vem em nossa direção.

--Minha nossa, é só alguém me insultar que você aparece, né?- ele bagunça o cabelo dela.

--Claro, minha vida não teria a mesma graça se alguém não te zoasse.- ela bagunça o cabelo dele e pega seu celular. --O que aconteceu? Eu estava indo pegar uma colcha e quando voltei, ouvi um estouro. Foi aí que derrubei o meu abajur de vidro que veio diretamente da Índia, você não tem noção.

--O importante é que você está bem maninha. Vamos descer logo.

--Espera!- Roxy liga a lanterna do seu celular e pega um pote de Nutella. --Eu não podia deixar meu bebê aqui, não é?

--Vem, vamos logo.- digo sorrindo.

Descemos as escadas cuidadosamente a pedido do Ravi, não sei o porquê.

--Roxy, fique perto de mim.- Ravi sussurra e se vira, mas a irmã não estava mais lá. --Roxy? Roxy cadê você sua doida?

--Estou aqui!- precisamos ensinar a essa familia que gritar é diferente de sussurrar.

Roxy estava com seu pote de Nutella nos braços olhando a janela. Ou por trás dela.

--Vem Roxy, vamos para a sala.- Ravi e eu nos aproximamos dela.

--Gente, pelo visto só faltou luz aqui em casa.- passo pelo Ravi e olho a rua.

--É mesmo...- comento dando passagem para o Ravi.

Casados Por Contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora