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Ravi Schumacher

Nenhuma notícia da Emma.

Já estava de tarde, Ammy já tinha ligado umas mil vezes mas nenhuma notícia da Emma.

Marília, Solange, Sarah, Cristian, Megan e até Jessie estavam lá.
Mas acho que a última foi obrigada.

--Vai ficar tudo bem.- Jessie dizia. --Emma é forte.

--Parentes da srta. Emma Schumacher?- nos levantamos.

--Pois não?- Cristian pergunta.

--A paciente levou um tiro no peito mas graças a Deus não afetou nenhum órgão. Fizemos uma cirurgia e a remoção da bala foi feita com sucesso.- comemoramos. --Por enquanto uma pessoa pode vê-la.

Sr. Cristian se aproxima de mim.

--O destino não erra Ravi. Ele quer que vocês fiquem juntos.- ele aperta meu ombro e eu sorrio.

--Será que eu posso...?

--Claro.- Megan diz e eu sigo o médico.

O quarto era todo branco. Eu odeio hospital por causa da minha mãe, mas sacrifícios são feitos para aqueles que amamos.

O médico me deixa entrar e depois sai, me deixando sozinho.

Emma estava com uma máscara de ar e com os olhos fechados.
Estava serena. Calma.
Se fosse em outra ocasião eu estaria feliz por estar quieta e calada. Mas agora eu queria que ela estivesse falando e reclamando pelos cotovelos.

--Quero te agradecer, Em.- começo. --Por tudo. Por casar comigo, por me xingar, por me fazer rir, por me provocar, por me fazer ficar com raiva, por me proteger mesmo sem eu saber e por me dar a Ammy.- sorrio e toco em seu rosto. --Você me fez muito feliz nesses meses, mais feliz do que eu era antes. Minha vida era preto e branco e você foi minha caixa de lápis de giz. Se você me permitir Emma, quero te ouvir reclamar até o meu último suspiro. Te amo.- digo e beijo sua testa.

***

Eu estava mexendo no meu celular, trocando mensagens com o Lucas. Todos já viram a Emma e alguns foram embora. Só estava eu e sr. Cristian, que tinha ido comer algo.

--Mas em que inferno eu estou?- ouço Emma reclamar baixinho.

Me levanto sorrindo.

--Em um hospital.

--Ravi? Céus!- ela sorri. --Nunca mais eu tomo um tiro por você, vei.- ela revira os olhos. --Cadê a Am?

--Vai com calma. Ela está bem, não se preocupa, ok?

--Que bom.- ela suspira aliviada e eu fico observando-a. --Posso ajudar em algo?

--Obrigado por me manter seguro, garota.

--De nada garoto. Cadê meu pai?

--Foi comer algo. Posso te fazer uma pergunta?

--Tem direito a mais uma.

--Casa comigo?

Ela me olha confusa. Fecha os olhos com força. Ainda com os olhos fechados, libera lágrimas.

--Eu não posso Ravi. Eu não posso.

Eu não esperava por essa.

--Não pode ou não quer?- eu dou as costas e passo a mão no rosto.

--Não posso. Ravi, viver comigo é viver com um perigo! Talvez eu possa sair mais não voltar por conta do trabalho. Você pode ficar em perigo Ravi!

--Eu sei me defender Emma.

--Não Ravi. Você não sabe. Por favor, não força a barra...

--Tá bem.- me viro. --Eu não vou forçar barra nenhuma. Não vou te procurar mais, Emma.

--Ravi... Não complica as coisas!

--Você que complica Emma! Eu estou aqui só pra você, querendo contruir uma família com você e Ammy, quero ficar bem velhinho do seu lado. Mas você complica! Me diz: não sente o mesmo por mim?

Ela fica em silêncio.

--Por favor Ravi, não quero me casar com você.

--Está bem.

Quando abro a porta sr. Cristian está lá, parado.

--Já vai?

--Já. Emma acordou.- sorrio fraco e o deixo sem entender nada.

Passo por ele com o coração na mão.

Infelizmente o amor tem o poder de nos contruir e de nos destruir.

Emma Schumacher

--Por que Ravi saiu assim?- meu pai fecha a porta do quarto. --Emma? Está chorando? Por quê? Tá sentindo dor? Quer que eu chame a enfermeira?- suspiro.

--Não pai.- fungo.

--Oras...- ele senta na minha cama. --Você e o Ravi...?

--Acabou pai.- fecho os olhos. --Eu estraguei tudo!

--Não se altere minha boneca.- ele passa a mão no meu cabelo. --Quando é pra ser, tudo favorece.

***

Dias depois eu saio do hospital.
Com uma dorzinha aqui... Outra ali... Mas viva.

Pedi pro meu pai ficar na casa dele.

Quando abro a porta, todos estavam lá gritando "Surpresa!": Sol, Sarah, Marília, Jessie... Até Ammy, Safira, Erick, Roxy, Calebe e... Ravi.

As pessoas vieram me abraçar e falar o quanto estavam feliz por eu estar viva e essas coisas.

--Quero te agradecer Em.- Roxy diz. --Isso pareceu coisa de filme!- eu rio. Roxy sempre será minha melhor cunhada. --E quero te agradecer extra mega por levar o tiro no lugar do Ravi. Eu iria sofrer muito sem tê-lo aqui...- seus olhos têm lágrimas e eu a abraço.

--Hey, eu aqui não ? Estamos bem, felizes.

--Eu fiquei pu...- ela olha para Ammy que ouvia tudo atentamente. --Por aqui quando soube de tudo.- ela aponta pro pescoço e eu rio. --Fiquei mais preocupada quando o povo apareceu lá dizendo que Ravi pediu para fazermos as malas. Ravi não me deixa comprar pão!, quem dirá viajar sem ele.- ela faz careta e eu rio.

--Rô... Não exagera.- Safira diz.

--E vocês ein? Quero ver menininhas ruivas de sardinhas fotógrafas me abraçando!- digo e os dois riem, morrendo de vergonha.

--Íamos jantar... Mas não deu.- Erick diz.

--Aff, que pena. Mas ó, quero ser madrinha!- pisco.

--Seu pai nos disse para não comentarmos sobre o ocorrido com ninguém.- Calebe se manifesta. --Fica tranquila que da nossa boca não sai nada.

--Obrigada gente, isso é muito importante!- digo contente.

Pego Ammy pela mão e me sento no sofá com ela.

--E ai pestinha? Como vai?

--Bem.- ela sorri. --E você?

--Também vou bem.- ela sorri e abaixa a cabeça. --Quê que foi?

--Tô com saudade da tia Gerusa...

--Quer voltar pra lá?- pergunto.

--Não.

--Por que, então?

--Porque aqui você e papai não estavam brigados.

--Peste... Nós não brigamos por sua causa, ok? É porque o trabalho que a mamãe faz é muito, muito difícil. Ai ele ficou magoado. Mas estamos muito felizes por você estar aqui.- ela sorri. --Quer voltar pra Austrália ainda?

--Não!- ela grita e me abraça.

A festa passou rápido. Não falei com o Ravi durante toda comemoração.

Se o amor fosse complicado, não seria amor...

Casados Por Contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora