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Emma Schumacher

O café da manhã foi tranquilo. Tudo bem, não foi tão tranquilo por causa da cara fechada do Ravi, até então não notada pelo Calebe.

Acabamos em cerca de meia hora e saímos da mansão Schumacher, indo em direção ao campo de moto cross.

Sim, eu estava muito ansiosa para saber quem iria ganhar. Se o Ravi não fosse irmão da Roxy, diria que isso seria um duelo e apostaria todas as minhas fichas no Calebe. O Ravi mal sabia andar de bicicleta, quem dirá moto.

Chegamos animados e os rapazes logo trataram de trocar de roupa e usar seus equipamentos. Escolher também, a moto que cabia a ambos.

Depois de terem trocado de roupa e já estarem equipados, os meninos entraram no campo.

--Vai Calebe!- Roxy gritou e o mesmo se aproximou, beijando sua bochecha.

Ravi se aproxima de mim.

--Não vai me desejar boa sorte?

--Você poderia usar um trevo de quatro folhas ou o diabo que fosse, mas você mal sabe andar de moto, Ravi.

--Bom... Quem não sabe aprende, não é mesmo?- rio.

--Eu ainda acho absurda essa sua ideia. Depois que você se estabacar no chão, não vem reclamar do Calebe.

--Tudo bem, tudo bem. Um beijo?- rio outra vez.

--Quem diria, o playboy do Ravi me pedindo um beijo...

--Na bochecha, para pelo menos deixar óbvio que somos casados.- bufo.

Ele aproxima sua bochecha e eu, meus lábios. Mordo aquela parte do seu rosto.

--Sua canibal. Isso vai ter volta!

Ele diz e se afasta. O sol estava torrando naquele dia de sábado.

--Quer água, Roxy?- pergunto para minha cunhada, que come o Calebe com os olhos.

--Por favor.

Vou até a pequena lanchonete montada no local e peço duas garrafinhas de água. Ao voltar, Roxy não estava mais lá.

Já era de se esperar.

Passo o olho por todo o local mas nada de uma adolescente loira pelo caminho. Bebo minha água e vejo que os rapazes já estão pilotando.

Meu celular apita. Uma mensagem.

"Te poupei em ficar com a consciência pesada. Voçê ainda me deve um favor.
-S"

Respiro. Não tem mais nada para manter esse -S longe de mim, pois algo que eu temo já foi descoberto: meu segredo. Ou melhor, meus segredos. O máximo que eu poderia fazer, até então, é de esperar as ordens desse indivíduo. E o que mais me assusta é ele ou ela estar bem próximo de mim.

Bloqueio novamente meu celular e observo o campo, onde os rapazes estão a pilotar suas motos enlouquecidamente. Viro meu olhar para a esquerda e vejo mais uma pessoa adentrar aquele campo de terra.

Essa pessoa trajava uma roupa lilás por completo, inclusive sua moto.

A vejo passar a perna direita pelo lado oposto e, só então dar a partida da moto. Foi aí que liguei os fatos.

--Essa não!- grito. --Roxy! Roxy espera!- gritei com toda a minha força. Acenei, pulei, mas nenhuma reação da Roxy foi voltada para mim. Só a moto e ao campo de terra, que exalava areia por todo o ar.

Ela dirigiu ao lado dos rapazes, passando na frente deles. Eu sorri porque sei bem o que eles devem estar pensando.

Respiro aliviada pelo fato da Roxy estar na frente, na sua quinta volta, e viva. Volto a olhar ao redor. Pessoas vestindo macacões vermelhos e de bonés andando de um lado para o outro.

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