Amor teatral | pejão

XIII

Jão Romania

Confesso que não esperava ver Pedro naquela festa, ele estava lindo. Nunca tinha visto ele em festas. Perdi ele da minha visão assim que sai andando pra pista com meus amigos, e ele saiu pro outro lado com Malu.

Já tinha bebido, e dessa vez foram bebidas sem álcool. Tínhamos pouco álcool, até porque não é fácil colocar garotos do terceiro ano pra comprar bebidas. Eu não acho certo um menino como eu, do segundo ano, ficar bebendo e fumando.. Mas eu fui levado ao mal caminho por esses meninos. Eles são gente boa, não fazem nada pra ninguém, mas me levaram pra esse caminho.

Renan e Otto estavam ao meu lado o tempo todo, conversando e rindo. A festa já estava cheia, animada e as luzes da pista ligadas. A música já estava alta, então,minha garganta doía levemente enquanto eu falava com Renan. Só parei de falar assim que vi Pedro de canto, na porta, saindo do quintal do salão. Malu estava em outro canto com Lucas.

Vacilo, deixar ele sozinho pra ficar com o Lucas.

- João! Terra chamando!

- Oi! O Pedro tá ali sozinho..

Renan olha pra traz, e também consegue ver a Malu.

- Vai lá falar com ele.. Você tem amizade com ele, diferente de nós dois..

Ele faz um sinal apontando ele e Otto. Concordo com a cabeça, indo atrás de Pedro que já estava do lado de fora da festa.

Paro do lado dele, depois de acender o cigarro

- Vacilo, Malu te deixando sozinho.

- Vacilo é você fumando com 16 anos.. Mas ela vacilou um pouco mesmo.. Enfim, eu aceitei vir, sabia que eu iria ficar de vela

- Cadê aquela menina que você saía junto? - falo apagando o cigarro, era aparente que ele não gostava.

- A Júlia? Temos nada haver um com o outro.. Ela não sei, eu gosto mais de uma reserva, fazer as coisas espontaneamente.. Ela já queria me beijar o tempo todo, sem preservar meu tempo.. E também queria que eu tirasse fotos e fotos dela.. Eu não gosto muito. Como eu disse, gosto de coisas espontâneas..

- Entendi.. Você não é de mostrar muito os sentimentos mesmo, não é?

- Uhum.. Minha mãe diz que é coisa de aquariano. Eu acho que seja mais do meu jeito "bad boy" diz a Malu. - Ele solta uma risada, e eu o acompanho.

- Que isso bad boy.. Me fala mais sobre as câmeras.. Toda vez a gente fala sobre meu violão.

- Eu gosto muito de basquete, câmeras, teatro, filmes.. Lembra as últimas peças da escola? Direcionei a maioria..

- Uau, você é incrível mesmo.. E eu me achando porque jogo vôlei, sou capitão e camisa dez.

- Somos incríveis.. Só temos as diferenças por conta dos gostos. Enfim. - Estavamos nós dois olhando a lua, e então percebo um flash, me fazendo olhar pra ele, dando um sorriso de canto, parecendo um sorriso malandro.

- Achei que não gostasse de tirar foto dos outros na sua câmera.

- Mas suas eu gosto. Esse sorriso malandro vale muito.

Fico nitidamente, envergonhado.

- Quer beber alguma coisa? Eu pego lá dentro pra gente.

- Não.. Você não vai voltar a ficar com o seus amigos?

- Por hoje não, o Otto e o Renan vão entender.. Aliás, embora eu não vou.. Vim com eles..

- A Malu tem que ficar tranquila também.. Porque eu vim com ela.

- Então pronto! - Me sento no chão, ninguém da festa estava naquele lugar, e nem viriam, ao menos enquanto estivéssemos ali. Assim que ele me acompanha o puxo pra deitar, voltando a olhar a lua.

- Me mostra as fotos que tem na sua câmera?

- Claro! Começando pela sua.. sorrisinho malandro..

- Pronto! Deu pra me chamar assim?

- Eu adorei o apelido!

- Eu não..

- Você gostou também!? Que bom! Agora segue aqui, olha.. Tem algumas fotos dos jogos de vôlei que eu acho que você vai gostar.

Ficamos deitados ali por um grande tempo. Triste foi a hora de despedir. As noites, o tempo em si, com Pedro era bom... Passava rápido e eu nem via. Enfim, julguei ele cedo. Um amigo incrível.