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Pedro Tófani

Entreguei meu celular pra Isa, e pedi pra ela ligar pra um hospital, e em seguida pra minha mãe.

Eu não escondi pra minha mãe que eu faria isso pra Malu, então ela traria roupas pro Jão, pra irmos ao hospital e trocar ele. Assim também, poderíamos falar que ele escorregou no palco, não entregando ele pros pais.

Assim que chegamos no hospital ficamos ao lado de fora, com o tênis dele. Ele teve a grande ideia de tirar o tênis e ficar só de meia molhada. Ele estava em uma sala de hospital e só poderíamos falar com ele, assim que ele acordasse.

Meu pai chegou, enquanto minha mãe tinha ficado em casa. Ele perguntou a explicação e eu disse tudo, logo vendo um médico vindo. Ele chamou Isa primeiro.

- Vamos embora então filho.

- Não! Eu quero falar com o Jão! Não vou embora sem falar com ele..

- Eu não posso esperar muito filho..

- Pode ir embora! Eu me viro depois. Prometo não chegar tarde.

Ele suspira e concorda com a cabeça.

- Se cuida hein.. Tem roupa pra vocês dois aí.

- ta bom, obrigado.

Meu pai foi embora, e eu fui ao banheiro do hospital me trocar, me encontrando com Isa no corredor.

- O Jão quer te ver..

Fui com ela até o quarto dele. Entrando tanto quanto rápido, parando ao lado da cama dele, vendo que a roupa dele ainda estava molhada.

- Eai, eu trouxe pra você. Assim você pode ter caído no teatro, e não depois de um banho de piscina.

- valeu.. - Ele se senta na cama, pra conseguir ir ao banheiro, mas acaba sentindo um peso na cabeça, colocando a mão nela, quase caindo pro lado. Corro pra segurar ele, enquanto ele começa a rir.

- Tá rindo de que?

- Você falou que nunca se preocuparia comigo.. E não foi isso que aconteceu quando eu caí.. A Isa me contou. - Ele diz ainda rindo, se deitando na cama.

- Deixa de ser assim! Bater a cabeça é coisa séria.

- Eu sei.. Valeu caipira.

- Vai, vou te ajudar a ir trocar de roupa, seus pais já estão vindo. - ele resmunga, voltando a se sentar. Ele sente o peso novamente, então damos um tempo. Vamos assim, até ele conseguir botar os pés no chão, indo agarrado em mim e Isa pro banheiro. Trocando de roupa, sozinho, mas com Isa perto da porta.

Pra voltar na cama foi a mesma coisa. Tiramos o plástico da cama, que estava por cima por ele estar molhado. Então deitamos ele novamente, vendo o pai dele passando pela porta, rapidamente.

- Meu filho! O que aconteceu?

- Oi pai.. Eu escorreguei no teatro, mas estou bem.

- Que absurdo e falta de cuidado!

- Foi culpa minha mesmo! Não tem nada demais, eu só bati a cabeça e amanhã mesmo posso ir embora. - logo dona Catarina entra também, indo falar com o filho, o pai dele vem até mim

- Pedro, você viu a queda?

- Vi sim.. Ele pisou no próprio roteiro, que deslizou no chão e fez ele cair.. O socorri.

- muito obrigado menino! Você é um homem de luz. Seus pais vem te buscar?

- não senhor.

- faço questão em te levar.

- não precisa se incomodar! Eu posso pedir um Uber.

- Não, não! Eu te levo em casa! Faço questão!

Ele pede tanto que acabo a ceder. Colocando as roupas molhadas no Jão, em uma sacola dentro da minha bolsa. Então me despeço, pedindo por notícias, entrando no carro dele. Um cheiro de menta gostoso sobe.

O banco era um coro confortável, branco, assim como a parte de fora do carro. Coloquei a mochila ao meus pés, então o pai dele puxa assunto comigo.

- Você tem irmãos?

- Não.. Apenas a Malu mesmo, que é minha amiga, mas é como irmã.

- Malu, a menina que na última apresentação de escola falou de moda? 

- Ela mesmo!

- Ela é uma grande estilista

- Eu também acho! Ela é incrível.

- Você tem quantos anos Pedro?

- Tenho 16 como seu filho.

- Vocês são novos. Tem que aproveitar a vida mesmo. Teatro é uma ótima ideia de expressão.

- Eu também acho! Adoro. Seu filho se sai muito bem.. porém acho que o amor do vôlei dele sai maior.

- É claro, aprendeu com o pai não é.

- O senhor gosta de vôlei?

- Muito, mas prefiro futebol.. São Paulino roxo aqui

- Sua mulher é corintiana?

- É sim.. E você, torce pra algum time?

- Cruzeiro, vim de minas.

- Ah sim! É um bom time

Fluidos com o assunto, nem percebemos ao chegar na minha casa, então desço do carro, agradecendo pela carona

- Muito obrigado!

- que isso Pedro! Obrigado você! Quero meu filho sempre ao seu lado. Um menino inocente, boa influência.

Dou uma risada envergonhada, entrando em casa, dando um abraço nos meus pais, subindo pro quarto, enquanto minha mãe estendia nossas a roupas no varal, pra entregar depois para ele. E assim que deitei pra dormir, recebi uma mensagem de Malu.

Maluzita

"Oi pe, deu tudo certo.. Eu tô namorando!!!"

You

" Malu? Sério mesmo??? Caramba!!! Que notícia boa!! Me sinto menos culpado. Me chame de cupido Pedro agora! Trouxe um pedido de namoro que está demorando a meses!"

Maluzita

"É sério sim! Amanhã posso ir sua casa contar tudo?"

You

"Claro!! Vou te esperar depois do almoço. Tenho coisa pra te contar também. "

Desliguei o celular, pegando no sono em segundos.

Amor teatral  | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora