Pedro Tófani
Enfim férias! Férias de julho, era tudo que eu precisava, eu conversei com os pais do Jão no último final de semana antes das férias, e eu estava livre.
Confesso que estavamos sendo bem amigos, ele era diferente do Jão que eu tinha conhecido. O Jão que eu tinha conhecido era ameaçador, um jogador chato, querido e popular por toda escola, onde todas as meninas querem o beijar, sai pra festas e adora tudo isso.
O Jão que eu conheço agora ele é legal, toca violão, piano ( mesmo que eu nunca tenha ouvido) gosta de sorrir e rir, adora KitKat. Não consegue se concentrar nas cenas sem rir, ama jogar vôlei mais que tudo, e ama a família. Ele é meio que.. Maravilhoso.
E claro que as férias não iriam ser paradas, Malu e qualquer outro estudante daquela escola, não sabe nem o que é estar parado. No meio da tarde, enquanto eu editava algumas fotos no computador recebo uma ligação de Malu
Ligação °
- Malu? Eai! Sumida..
- Foi mal.. Andei saindo com o Lucas, inclusive tenho várias coisas pra te contar!
- Pois me conte!
- Melhor pessoalmente..
- Eu vou na sua casa, ou você vem na minha?
- Não! Eu queria outra forma.. Você não quer ir comigo na festa das turmas do segundo e terceiro ano comigo? Amanhã?
- Festa Malu? A não, um filme do homem aranha e uma pipoca com doce já não é bom?
- Por favor, Pedro!!!
- Malu, você sabe que eu não gosto dessas coisas! Esses meninos fumam desde cedo, vai estar um cheiro de cigarro muito forte! Isso se eles não derem o jeito de beber como sempre.
- Esses meninos são só os garotos do terceiro B! A gente fica longe! Por favor!
- Poxa Malu!
- Por favor! A gente volta cedo, eu durmo na sua casa e depois a gente vai na praia!
- No frio? Que xaina!
- Alguém liga pro frio? Não precisamos entrar no mar, é só pra ficar de bobeira, e eu te conto tudo sobre o Lucas lá!
- Tá bom! Tá bom! Você me convenceu.. Vou pra aí que horas?
- As 18:40!
- Fechou.. Até amanhã.
- Até Pedroca!
Ligação •
Suspiro, já sabendo que teria de implorar pra Ana Palhares. Termino de editar as fotos, deixando elas na minha pasta, descendo pra cozinha.
- Filho! Chegou bem na hora! Monta a mesa pra mim, por favor?
- Claro!
Falo colocando os pratos na mesa, juntamente dos talheres, logo os copos, ajudando minha mãe a levar as panelas, arroz, carne parmegiana, do jeitinho que só minha mãe sabe fazer. E claro, um suquinho.
Me sento na mesa com meus pais, que percebem que eu tinha algo a falar. Meu pai é o primeiro a dizer que eu poderia falar o que tivesse me incomodando.
- Não é bem algo que me incomoda, só queria saber se vocês deixam eu ir há uma festa da escola amanhã.. Com a Malu.
- Com a Malu pode!
Meu pai diz e minha mãe assente. Na missa, eles não sabem um terço. As loucuras da amada Malu. Eu cuido dela todas as vezes, e na frente deles elas sai como a boa. Por esse motivo uma risada me escapa, mas volto a comer. O dia seguinte seria longo.
Subo depois do jantar, dessa vez quem teria de limpar a cozinha seria meu pai. Tomei um banho e voltei pro meu quarto, pegando meu roteiro, relembrando do beijo. Poxa, nem assumido eu sou.. Claro, muito parecido com meu personagem, Alexandre. Como será que meus pais vão reagir ao ver o filho deles beijando um garoto.
Como a escola vai reagir quando me ver beijando o menino mais adorado daquele colégio? Dançar valsa, beijar, abraçar, segurar na mão. Cara, nada disso seria legal de se fazer com Vitor.
Não demorou pra que eu deitasse e fosse dormir, não querendo pensar naquilo.
Como imaginado, o dia seguinte foi correria, acordei tarde, almocei pouco, me arrumei e ao horário combinado eu estava na casa da Malu, que estava na metade da maquiagem.
- O menino do violão vai estar lá. - Malu fala enquanto se senta na cadeira, pra terminar o resto da maquiagem.
- menino do violão?
- O Jão!!
- Ah meu Deus! Menino do violão Malu?
- sim! Porque depois daquela vez que ele tocou violão pra você, tu ficou todo assim, gostando mais dele.
- Pelo amor Malu! A gente tá tentando ser amigos.. apenas..
- Sua cabeça diz isso.. Mas o coração, em Augusto?
- Nossa Malu! Viaja em mim não, só!
Ela da uma risada, principalmente pelo meu sotaque mineiro. Me deito na cama, mexendo no meu celular. Assim que ela me dá um sinal, chamo nosso uber. Que não demora pra chegar. Assim que entramos vamos seguindo o caminho pra festa, que faço questão de ver se estava certo, até porque Malu estava com medo de ser sequestrada. Ela era sempre louca assim mesmo. Sempre fazendo nossas piadas.
Assim que chegamos vamos até algum lugar, que desse pra sentar, até a festa animar de verdade. Pegamos uma bebida sem álcool, e nos sentamos em um sofá. Que dava visão direto a um grupinho que Jão estava.
Malu tentava falar comigo, mas eu só via ele, rindo, segurando de um lado um maço de cigarro, no outro uma taça, provavelmente vinho. Renan também estava ali do lado, mas não segurava nada, além da mesma bebida sem álcool que eu bebida. Otto chega, com alguns shots. O último, o mais forte, vai pro Jão. - Vira, Vira!- era tudo que eu escutava, até ver Jão virando o copo na boca, soltando o maior sorriso depois de fazer uma careta. Então ele viu, ele me viu e nossos olhos se encontraram, enquanto eu desviei, finalmente ouvido Malu.
- Oi!
- Pedro, fraga?
- Entendi! Entendi!
Ela tinha usado gíria mineira, já que me ouve falar bastante. Ela olha pra trás vendo Jão.
- Ah pronto! Agora só falta você levar uma bolada igual ele.
- não! Vai, o que você tava falando?
Ela suspira e volta a falar.
Gírias do mineiro ultilizadas.
"Xaina- algo ruim
Fraga- quando alguém da bobeira, vc pergunta se ela tá de fraga, se ela entendeu!"

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Amor teatral | pejão
FanfictionPedro, um aluno veterano no teatro, vai ter que aprender a conviver com Jão. Um aluno chato, popular, que até então só se via nos esportes do colégio, já que pra ele, teatro era chato. Mas como sempre, João arrumou um problema e foi colocado nas aul...