XXXIX

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Pedro Tófani

Acordei em casa no outro dia, com Jão do meu lado. Já era tarde, até porquê ficamos até umas 3 da manhã por lá.

A preguiça foi tanta, que o Jão não quis colchão, me puxou pro quarto de hóspedes que tinha a cama de casal, e deitou ali mesmo, comigo.

Me virei devagar, percebendo que ele já estava acordado mexendo no celular.

- Bom dia..

- Boa tarde. - ele desligou o telefone e me olhou.

- A gente dormiu de mais..

- Uhum.. sua mãe tava procurando a gente no seu quarto, entrou aqui e acabou me acordando.

- Aí sério!? O que ela falou.. ?

- Eu fiquei morrendo de vergonha, porque eu estava abraçado na sua cintura. Mas ela só sorriu e falou que quer falar com você depois. Espero que não seja algo ruim.

- não vai ser tenho certeza.

- E se ela só foi simpática, e na verdade não quer a gente juntos?

- Daí.. a gente foge pra qualquer fim de mundo.

- Tá bom.. - Ele da uma risada gostosa. Realmente aquelas risadas de quem acabou de acordar.

Me virei pro teto, chegando mais pro lado dele, o abraçando, deixando um carinho em seu cabelo.

- Programação pra esse novo ano?

- Voltar pro vôlei!

- Podemos ir no parque hoje, jogar alguma coisa..

- Eu não sei jogar basquete.

-  E eu não sei jogar vôlei.

- Eu te ensino!

- Só se eu puder te ajudar outro dia com o basquete!

- Tudo bem! Mas agora eu vou te dar aula!

Dei uma risada, me levantando, indo pro meu quarto, trocando rapidamente. Deixei Jão livre pra escolher uma roupa e desci, vendo minha mãe na sala.

Ela não demorou a me chamar, fui até ela meio nervoso. Meu pai não estava em casa, foi passar o ano novo com minha vó em BH. Nós preferimos ficar dessa vez.

- Filho, não preciso nem perguntar sobre o que está acontecendo entre você e o Jão, na é? Estão namorando.

- Uhum..

- quero que você conte pra mim, diga o que está sentindo.

- Poxa mãe, eu jogo muito do Jão. Eu não entendo muito bem como passamos de pessoas que tinham uma intriga gigante, pra dois colegas, e quando vê, Jão estava louco por mim, e eu por ele.. eu não sei como tudo isso aconteceu, mas eu sei que aconteceu e eu estou feliz com ele..nossos amigos apoiam, a gente se respeita, temos uma conexão forte eu diria, pois tudo aconteceu tão naturalmente que nem sentimos o barco fluir.

- eu entendo bem isso, com seu pai foi a mesma coisa. A gente se apaixonou tão rápido que nem percebemos como as coisas ocorreram.. Logo tivemos você, que foi a divisão perfeita de amor. Você era tão pequeno correndo pela igreja pra nós entregar as alianças, já que o mocinho não quis esperar até o casamento para poder vir. - ela dá uma risada, e eu um sorriso- tenho tantas lembranças boas.. você gritando pela casa enquanto a gente te implorava pra fazer silêncio..Você, a Malu, a Marília, brincando juntos com a mangueira nos dias quentes. Você sempre foi um menino doce, especial, e torci tanto pra que continuasse assim, e olha só pra você agora.. um moço grande. Ainda doce e especial. Eu quero mesmo que você seja feliz, não importa com quem.

Não entendi o porquê de todo aquele discurso, ela queria me afogar em lágrimas? Abracei ela forte, me contendo. Jão apareceu na sala

- eai Pedro, vamos?

- Uhum! Tchau mãe! Até mais tarde!

- Até filho!

- tchau dona Ana.

- tchau genro!

João quase caiu duro. Quando saímos pra fora então, ele me olhou em plenos choques.

- Ela me chamou de..?

- Genro!

- Genro!

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