XXX

518 40 14
                                        

Pedro Tófani

Eu estava feliz ao lado do Jão. O dia foi muito legal, e conseguimos aproveitar bastante. Falei sobre minha família, e tudo que eu poderia sobre bh.

Contei em detalhes como foi meu assumir pro meu pai, e tudo que pude sobre minha prima, e como eles se dariam bem caso ela viesse pra cá.

- o problema grande da situação é que ela não quer deixar o namorado. Eles se conhecem das aulas de inglês, desde pequenos.

- Poxa.. Eu não sei o que faria se você tivesse mesmo ido pra BH!

- exatamente! Se ela vir mesmo, vou tentar fazer de tudo pra ela socializar bem!

- Ela vai entrar na nossa escola?

- Não, ela tem a idade da Isa. Inclusive, como vai ser ficar um ano sem sua irmã na escola?

- Meio que triste. Mas Isa já está preparando vestibular, Enem.. Ela vai tentar a chance de entrar em uma faculdade de medicina.

- Medicina? Ela gostou mesmo da enfermagem! Eai, quando vai ser a formatura?

- Vai ser dia 29 de janeiro. A sala dela está fazendo as contas, e preparando tudo.

- certeza que vai ser lindo, nossa escola sempre consegue muito dinheiro.

- Também acho! Isa não quer me deixar ver o vestido dela!

- Ela quer surpreender o irmão dela, pra ver ele chorar com o quanto a menina que cresceu com ele, cresceu. Mesmo vocês não tendo muita diferença de idade.

- Pois é.. Ano que vem eu choro, e no próximo é ela.

- Fiquei meio confuso, até entender, a questão é do tempo da formatura.

- Exatamente! - ele olha pra minha cara, como se estivesse debochando, quase rindo.

- você não vem rir não!! Eu não raciocinei rápido..

- eu raciocinei primeiro do que o Pedro Tófani?

- sim..

- Palhares?

- É! Já falei.

- me sinto muito inteligente agora!!

Reviro os olhos, enquanto ele me puxa pra um canto.

- chegamos aqui,aonde eu queria - ele me olha.

Olho pra ele e o arredor, vendo um lugar vazio, que se encontrava com alguns bancos e um pequeno lago, era como um parque.

- Aqui é lindo!

- Eu já vim aqui várias vezes tocar violão. - ele fala pegando minha mão, me levando pra sentar em um banco, de frente pro lago.

- Você vai a tantos lugares tocar violão, que meu Deus.

- eu gosto de sair pra esses lugares vazios, eles me trazem mais paciência pra aprender. - dou um sorriso olhando pra ele, que me segura pelo queixo, me trazendo a um selinho carinhoso.

Foi o que fizemos por ali, conversamos sobre tudo que tínhamos direito, mas principalmente, trocamos beijos. Ao tempo todo eu estava segurando as mãos dele, enquanto ele segurava a minha, fazendo um carinho com o polegar. Esse era um lado que nunca pensei em achar do Jão. E eu não poderia negar de estar maravilhado por ele. Não pelo lado dele, sim por ele mesmo.

Os beijos eram rápidos, mas cheios de carinho, e compaixão. Éramos mesmo dois adolescentes apaixonados.

- Me lembro bem, você falando que nunca beijaria alguém como eu, e que seus pais não iam gostar de saber que sou um adolescente beijoqueiro.

Amor teatral  | pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora