XXXIV

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Jão Romania

Depois daquele dia na praça, nossos amigos ficaram um pouco desconfiados por termos sumidos juntos, e voltados juntos. Mas não falaram nada.

Eu e Isa chegamos em casa bem cansados, indo cada um pro seu quarto dormindo.

Dormir sem nem precisar ver algo na televisão antes, só a luz da lua me satisfez e me fez dormir rápidinho.

No dia seguinte acordei com minha mãe entrando no quarto.

- Filho..

- Oi..? - disse com a voz rouca, e os cabelos louros bagunçados.

- Estamos indo pra Campinas.

- Campo grande!? - falei não entendendo nada por ter acabado de acordar.

- Campinas!

- Fazer o que?

- Vamos tirar a medida do vestido de formatura da sua irmã. Voltamos amanhã. Não quer ir?

- Não.. coisa chata.

- Tudo bem! Se precisar pode nós ligar. Vamos deixar um dinheirinho no lugar de sempre.

- Tá bom mãe. Te amo.

- eu também. - ela vem, me deixando um beijo na bochecha. Logo saindo, fechando a porta novamente.

Nem vi eles saindo, assim que coloquei a cabeça no travesseiro, apaguei novamente.

Só acordei quando ouvi meu telefone tocar. Levantei bambeando, e vi o nome do Pedro. Já era meio dia. Caramba, olha o que as férias fazem com a gente.

Coloquei o celular na bochecha, aí sim na orelha.

Ligação

- Tá me ouvindo?

- Oi Pedro.. Eu tô sim. Eu só acabei de acordar. - Risadas-

- Marília tá te ouvindo também, acho bom ela mesmo falar. - Ouvi um barulho do telefone sendo passado. - Oi Jão!

- Fala Marília! Notícia boa?

- Sim! Nunca imaginei receber uma notícia boa tão rápido! O zebu, Pedro te falou dele?

- Falou! Seu namorado.

- É! Ele passou na USP! Ele vai vir pra cá!

- Meu Deus! Sério!!!

- Sério!

- O que o destino une ninguém separa.

- Só que.. ele vem amanhã.. e precisa de um lugar pra ficar.. E aqui, na casa do Pedro, não cabe ninguém. É só até às aulas começaram.

- Eu até perguntaria pros meus pais se ele pode ficar aqui, mas eles foram pra Campinas e só voltam amanhã. Dependendo do horário, fica ruim pra ele.

- Poxa.. a gente consegue manter ele aqui por um dia. Não é Pedro? - ouço a voz de Pedro, em uma resposta positiva.

- Bom! Eu vejo com meus pais então! Vai ser um prazer ter ele aqui.

- valeu Jão! O Pedro não poderia ter namorado melhor! - Ouço a voz do Pedro novamente, gritando um "Marília!" Pegando o telefone novamente.

- Desculpa Jão.. E valeu.

- Que isso, você sabe que por mim a gente namora mesmo.

- Aff, eu fico sem jeito assim. Não sei lidar com isso. A gente se vê!

- Pedro! Não quer vir aqui em casa hoje a noite? Não tem ninguém aqui.. - silêncio-

- Marília, você passaria a noite sozinha aqui? - voz positiva-

- Eu vou!

- Ta bom! Te amo! Tchau!

- te amo também! Tchau!

Sem ligação

Dei um sorriso, deixando o celular no piano, soltando algumas notas. Indo pra cozinha fazer um macarrão pra que eu almoçasse.

Não deu certo.

O macarrão ficou duro. Eu já tinha colocado molho e jogado a água fora. Não colava eu colocar na água novamente.

Optei pelo mais fácil. Pedir um almoço. Que isso Vitor. 17 anos e não consegue fazer um macarrão.

Pedi um nhoque. Fui tomar um banho rápido e assim que me troquei ouvi o interfone.

Peguei a marmita, e me sentei no sofá, comendo enquanto eu via "minha mãe é uma peça" Que passava na sessão da tarde da globo.

Quando terminei, me levantei pra dar uma ajeitada na casa pra receber Pedro. O natal estava aí. E queria muito que ele viesse passar comigo. Mas sem chance.

Talvez o ano novo? Bom, de uma coisa eu sei. Ele vai comigo na formatura da minha irmã de um jeito ou de outro. Se meus pais não quiserem, eu não me importo. Ele vai.

Assim que deu o fim de tarde, pensei em já falar pra ele vir, mas parece que compartilhamos a mesma cabeça, e quando peguei no celular, o interfone tocou. Corri, tendo a confirmação que era ele, abrindo e o chamando pra subir.

Abri a porta, o recepcionando com um sorrisinho, recebendo dele um sorriso largo. Esse sorriso dele é lindo.

O puxei pela mão pra entrar.

- Oi.. - ele me disse
- Oi..

É incrível como a maioria dos nossos diálogos começam com esse justo "oi"

- cheguei cedo?

- Não! Eu ia te mandar uma mensagem agora! Sabe eu queria te mostrar uma coisa antes de ver o filme.

- Me mostrar algo?

- Uhum! - Puxo ele pela mão, indo pro quarto, deixando ele na minha cama, enquanto me sento na cadeira do piano.

Começando as notas de carinhoso, da Marisa monte.

Olhei pra trás vendo o sutil sorriso do seu rosto. Essa era a música que eu estava tocando quando ele veio aqui pela primeira vez. E me recusei a tocar quando ele me pediu pra ouvir.

Dessa vez eu estava atendendo o seu pedido.

Eu cantava realmente pra ele. Eu não estava soltando as palavras no ar. Eu cantava o dedicando a música.

"Meu coração... Não sei porque. Bate feliz.. quando te vê. E os meus olhos ficam sorrindo. E pelas ruas vão te seguindo.

Mas mesmo assim.. foge de mim.

A se tu soubesse como sou tão carinhoso, e muito, muito que te quero.."

Finalizei a música me levantando, indo até ele, que me puxou pela cintura, me dando um beijo.

Acho que ele gostou, não é?

- Não sei o porquê você não quis me mostrar essa música antes..

- Eu não gostava de você..Estava revoltado

- Agora gosta até demais!

- tá reclamando?

- Jamais! - Ele me trouxe pra mais um beijo. Longo dessa vez

 Longo dessa vez

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