Pedro Tófani
Não era minha primeira vez no palco, mas ainda sim eu estava nervoso, pensando só lá na frente. A primeira cena é a minha, que se inicia com um monólogo com a plateia.
- Olha só.. Dessa vez chegou mais pessoas interessadas na minha história. Bem vindos ao, como eu costumo chamar. Ao grande teatro de inferno! Peço a permissão de todos vocês pra chegar me apresentando. Muito prazer, sou Alexandre Claire! Estamos em mil novecentos e bolinhas.. acredito que só de verem esse enferme, já vão saber exatamente nossa época. Bom, nessa sociedade eu não sou ninguém, além de um pobre do povo. E aqui nessa sociedade ninguém é real, acredite, todos tem máscaras pra não serem mortos pelo rei absolutista. Inclusive eu.. Mas não vou contar a vocês, porquê a última vez que eu contei.. Bom vocês vão ver o que aconteceu. - barulhos - Minha mãe deve estar vindo! - me sento no sofá que tinha no palco. - logo depois que eu saí do palco, entrou novas coisas, dessa vez mais chiques. Então Jão entrou no palco..fiz questão de ficar na coxia olhando pra ele, com um sorriso de canto a canto.
Sua cena era como a minha, um monólogo, depois a família dele chega.
- Olha só.. Mais pessoas pra me admirar.. - ele fecha os braços, mostrando os músculos- prazer! Pietro Scott! Oi moça bonita.. - ele pisca pra uma garota na plateia como combinado, mandando um beijo. - Eu sou do clero. Não sou demais.. Porém, eu realmente gosto.. Assim, trabalhar na igreja é chato, mas meu pai é padre! E muito amigo do rei. Essa sociedade é maravilhosa! Eu adoro tudo aqui, ainda mais donzelas como você! - ele olha novamente pra moça, dessa vez dando de descer do palco, então ele é puxado pelo pai dele. Que o chama pra ir a igreja.
Era real a peça tinha se iniciado. Voltei pro camarim, me trocando pra próxima cena, vendo Jão entrando no camarim, me abraçando
- Desculpa...Você viu como eu fui bem?
- Claro!! Eu estive te olhando, você foi incrível!
- Obrigado Pedro! Isso só aconteceu por você!
Assim voltei pro palco, e a peça foi acontecendo como deveria, estava tudo nos conformes. O que era 1 hora pras pessoas que assiste, era 5 minutos pra gente..Tudo acontece muito rápido. E já estávamos na cena da valsa. Alex e Pietro de encontram de madrugada, no meio da igreja. E então vão caminhando um ao outro, começando a valsa. Vídeos games da Lana del rey começou a tocar.
Durante toda aquela peça, ter que olhar apaixonado pelo Jão, me fazia soltar faíscas. Meu corpo ficava quente, e até sentia coisas que não sei explicar. Agora com o toque dele a minha cintura, e manter meu olhar ao dele, eu senti como se fosse um ímã, meu corpo não soltou faíscas, foi logo raios. Parecia uma trovoada. Eu suspirava fundo ao sentir o fim da música, que eu já nem escutava, por me concentrar no Jão.
E então aconteceu, a música acabou, a luz focou na gente e nossos lábios se juntaram. Eles eram uma sintonia perfeita. Ouvi nossos amigos gritando e batendo palmas, vendo eles puxando isso de toda plateia. Naquela hora eu senti um amor intenso, e imenso, por mais que tenha sido apenas um beijo sem língua, técnico. Eu ainda sim senti coisas como nunca. Mas nosso amor é apenas teatral, ele não existe.
Jão Romania
Quando eu juntei meus lábios nos dele, foi como se eu estivesse mesmo beijando alguém em uma festa por exemplo. Naquele momento eu não estava mais ao palco. Eu estava no meu quarto, eu estava em qualquer lugar beijando o Pedro. Não tinha língua, era um beijo técnico, mas ainda sim me encantava, me encantava como nunca. Era mágico, e também parecia proibido..até que era. Mas era proibido pra mim, não pro Pietro. As luzes se apagaram, e eu não conseguia me afastar dele. Mas eu precisava. Então o soltei, dando um sorrisinho pra ele, tentando enteder se a cena foi boa. ele sorriu fraco de volta, e então corremos pro camarim
- Cara que loucura! - gritei ao entrarmos no camarim
- Eu nunca fiz isso!
- Não preciso nem dizer sobre mim! Jogar vôlei nunca me ofereceu essa sensação!!!
- Eai, como foi pro homem hétero beijar um outro homem?
- Foi legal.. Pera, você não é hétero?
- eu? Não! Sou Bissexual assumido..
- Pedro, fala nada não.. Mas eu não acho que eu seja hetero.. Depois desse beijo
Ele da uma risadinha
- Pode deixar, sua máscara tá comigo.. Eu sei como é se descobrir, fica tranquilo..
Suspirei, dando um sorrisinho, indo me trocar. A peça andou e chegou a hora final.
Eu estava na igreja, e Alex também, mas sentado, assistindo a missa. Então fui como pedia cena.
Subi em cima da mesa do padre, logo após puxar Alex, então a igreja fica chocada, principalmente o padre, que era meu pai.
Pietro já estava cansado e resolveu declarar o amor.
- Tudo isso! Tudo isso é teatro! Todos vocês escondem algo! E isso não é novidade! Eu não aguento essa mentira, como vocês aguentam! Eu sou um homem, um homem que ama outro homem! Eu amo Alexandre Claire! Ele é o amor da minha vida! E eu vou casar com esse homem - O padre interfere, enquanto os guardas reais, que são obrigados a ficar na igreja entram, antes do padre falar, eu levo a flecha no peito, já ouvindo o grito de Pedro. Atrás da mesa, tinha um puff, onde eu caí. Pedro foi atrás da mesa, gritando e chorando. Pegando meu copo, sentando na parte da frente do palco.
- Pietro! Pietro acorda Pietro! Por favor meu amor.. Não me deixe.. - ele passa a mão pelo meu rosto e de vira pra olhar o padre
- O seu filho morreu! Você não vai fazer nada?
- É a lei.. Ele não pode ser gay.
- olha como você fala do seu filho!! O seu único filho!!
- Não se preocupe, você vai se encontrar com ele no inferno.
- O inferno é essa sociedade! - Alex, não termina a frase, outra flecha é atirada nas costas dele. O fazendo cair sobre o meu corpo. O padre vai até nos, fazendo o sinal da cruz, saindo do palco, as cortinas se fecham e então eu me levanto. Tirando a fecha do meu peito. O segredo que tínhamos feito era simples. No puff tinha uma flecha com sangue, que coloquei no meu peito, tacando sangue em mim, e Pedro estava com uma flecha nas costas o tempo inteiro, ele só fez um jogo de ângulo pra não verem.
As cortinas abriram de novo, junto com todos, fazendo a referência, juntamente das palmas. Eu estava incrivelmente feliz

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Amor teatral | pejão
FanfictionPedro, um aluno veterano no teatro, vai ter que aprender a conviver com Jão. Um aluno chato, popular, que até então só se via nos esportes do colégio, já que pra ele, teatro era chato. Mas como sempre, João arrumou um problema e foi colocado nas aul...