Perto de completar um ano de rerecasamento, Helô e Stenio embarcam para a Espanha, onde o advogado está auxiliando um de seus antigos clientes num caso enigmático, onde o homem foi acusado de estar envolvido em um suspeito roubo de joias.
Em meio a...
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Rio de Janeiro , um mês antes do aniversário de casamento
"Boa noite, boa noite." A delegada estava de bom humor, era possível identificar somente por seu tom de voz.
"Helô, minha amiga, que bom te ver." Laís a abraçou assim que se alcançaram, não esperava encontrar a sócia de Stenio naquela hora da noite, mas foi uma surpresa boa.
"Igualmente, Laís. Já faz tempo que a gente não se encontra na hora do almoço, não tenho te visto no Deck." Mencionou o restaurante que costumavam trombar uma na outra na hora do almoço.
Helô também acenou para Olívia, que arrumava a própria bolsa, claramente se preparando para ir embora.
"Tenho ido almoçar em casa, Monteiro está de licença depois que começou a sentir umas dores nas costas."
"Nada grave, eu espero." Helô pareceu preocupada, notando a presença de uma terceira pessoa na recepção.
No canto da parede, próxima a porta da copa, uma jovem permanecia em pé, prestando atenção na conversa. Se seus cabelos loiros não refletissem a luz com tanta intensidade, a delegada nem teria notado sua presença.
Baixinha e magrinha raquítica daquele jeito, ela passava despercebida. O primeiro pensamento que cruzou sua cabeça, foi que pelo menos essa garota jamais aguentaria seu marido, não que houvessem desconfianças reais em sua cabeça, mas até mesmo ela tinha direito de ter suas inseguranças uma hora ou outra.
As amigas conversaram por mais uns poucos segundos, até que Helô resolveu liberar a mulher para que a mesma seguisse seu rumo e fosse para casa.
"Stenio tá lá dentro?"
"Tá sim, tá sozinho."
Antes que pudesse agradecer a informação e se despedir, uma voz aguda e insuportavelmente sussurrada soou do canto da recepção do escritório.
"O doutor Stenio pediu que ninguém o incomodasse. Ele precisa terminar uma série de documentos que vão ser despachados em um processo ainda hoje."
A delegada analisou a menina, olhando-a de cima a baixo, decidindo que a pirralha não merecia resposta de sua parte, e lhe dando as costas. Acenou um tchauzinho para as outras duas mulheres no ambiente, caminhando até a sala de Stenio como se fosse dona do lugar.
E ela meio que era.
"Essa lista não inclui a mulher dele, Catarina. Tenha um pouco mais de decoro." Ouviu a voz severa de Laís antes de fechar a porta atrás de si.
...
"Oi." A delegada cumprimentou o marido ao entrar na dala, jogando sua bolsa sobre uma das cadeiras.
