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Quanto mais Stenio pensava sobre o caso, mais encurralado em um beco sem saída ele parecia ficar.

Não havia solução assertiva que pudessem encontrar. Não existia maneira de provar efetivamente todas as descobertas que fizeram.

Simplesmente não dava.

A única alternativa restante, era aceitar que o modus operandi do ladrão internacional de jóias trazia dúvida para a autoria do crime, então poderiam aguardar a finalização da investigação e levar essa mesma razão até o julgamento.

O problema era o policial responsável pela investigação, que estava investigando um crime que ele mesmo cometeu, então não dava para confiar na imparcialidade do homem. O advogado precisava, no mínimo, garantir um julgamento justo para Sebastian.

Mas Stenio ainda não via como.

"Nós vamos até a casa dela." Helô anunciou.

Ela estava a horas em silêncio, encarando um ponto fixo na parede. Seu marido imaginava que um plano estava sendo construído por aquela cabecinha de titânio, mas ele não estava preparado para o que ela tinha a dizer.

"Na casa de quem?!" Sua voz desafinou ao perguntar.

"Salete." A delegada deu de ombros ao responder.

"Salete, Helô? Ficou maluca?!" A voz do homem afinou ainda mais.

Ao mesmo tempo, a delegada lhe lançou um olhar feroz de pura irritação, ela odiava quando ele usava a palavra 'maluca' para se referir a sua pessoa, o que era tocar em um ponto sensível.

"Não! Mas a única forma de nós conseguirmos tirar alguma coisa deles é algum tipo de confronto!" Stenio a encarou pelo canto dos olhos, porque não era possível que estivesse ouvindo isso de sua esposa.

Confrontar Salete e o babacão seria a coisa mais imprudente a se fazer.

Primeiro que qualquer coisa que os dois criminosos confessassem não serviria para nada em julgamento e o advogado e a delegada ainda corriam o risco de entrar no radar das maldades que praticavam, por pura retaliação. Stenio não sabia o tipo de gente que os dois tinham em seus respectivos círculos de amizade, fazer aquilo era quase uma missão suicida.

Ele explicou isso a Helô, que apenas voltou a olhar o ponto fixo que já encarava anteriormente, provavelmente pensando que ele tinha razão. O marido quase podia ver as engrenagens do cérebro da esposa trabalhando com afinco para formular uma ideia útil.

"Deixa tudo comigo, eu tenho um plano." Ela não disse mais nada e ele também não perguntou, mas a desconfiança pairou entre os dois pelo restante da noite.

Mais tarde naquela mesma noite, já se aproximava da meia noite quando a delegada se levantou da cama que os dois dividiam no hotel, com a desculpa de ter esquecido de enviar um documento importante a Yone, que supostamente continha dados de um dos suspeitos, algo que a investigadora precisava para conseguir hackear alguma coisa. Ela não explicou direito e ele pegou a mentira no ar de imediato, como sua esposa não possui o costume, até mesmo mentirinhas bobas soavam ridiculamente falsas na boca dela.

último romance (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora