Perto de completar um ano de rerecasamento, Helô e Stenio embarcam para a Espanha, onde o advogado está auxiliando um de seus antigos clientes num caso enigmático, onde o homem foi acusado de estar envolvido em um suspeito roubo de joias.
Em meio a...
hello, quanto tempo, precisei desse detox, besties. voltando agora a me esforçar para postar todo dia apesar da correria em que se transformou os meus dias. só preciso deixar um pequeno aviso aqui: to cansada de gastar meu espanhol com vocês então finjam que os espanhois ainda estão falando em espanhol, obrigada.
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"A gente devia ter um aperto de mão, sabia?" O advogado falou casualmente, sentado no sofá de couro em sua sala no escritório.
Os dois estavam revisando algumas documentações em busca de mais detalhes para que pudessem começar a agir de fato. Naquele momento, eles tinham praticamente todas as peças do grande quebra-cabeça, mas faltava alguma coisa, o último link que vai conectar todos os pontos perfeitamente e responder cada uma das perguntas que restavam.
"Aperto de mão?" Helô o encarou com uma expressão de estranhamento, erguendo uma das sobrancelhas.
A mulher estava sentada do outro lado da sala, sobre um dos móveis próximos a janela, enquanto observava o movimento lá fora.
O dia estava lindo através das lentes da primavera espanhola, o céu azul, um vento gelado, as pessoas andando de forma tão despreocupada que lhe causava inveja. Seus pensamentos giravam constantemente em torno do mesmo tópico, ela sentia que precisava de mais foco, precisava evitar que Stenio a distraísse tanto para que os dois finalmente voltassem para casa, ela sentia falta de dormir na própria cama.
"Isso." Ele descruzou e cruzou a perna outra vez. "Um daqueles super secretos que só eu e você sabemos."
O olhar infantil que o marido lhe lançou, tão animado e ainda curtindo a brincadeirinha de parceiros da lei, contrastava com o tom sério que o homem usava, pelo menos ele parecia estar aproveitando ao máximo toda a diversão que vinha os cercando. Se é que esse pandemônio podia ser considerado diversão na visão de qualquer um que não fosse o próprio.
"E pra que serviria esse tal aperto de mão?" Ela o estimulou.
"Comemorar as nossas vitórias, claro. Não sei se percebeu, mas eu e você estamos fazendo um curso de formação pra nos tornar os próximos Sr. e Sra. Smith." Sua gargalhada foi inevitável, ecoou por todo o ambiente, enquanto Stenio permanecia sério, não querendo que ela duvidasse de sua sugestão.
"Curso de formação?" Helô perguntou para ter certeza de que tinha ouvido corretamente, o humor ainda permeando sua voz.
"Aham." Ele fez um gesto de confirmação exagerado com a cabeça.
"Você tá num curso de formação pra se tornar o Brad Pitt?" Outra gargalhada se seguiu, alta e clara.
Dessa vez, nem mesmo o advogado se conteve, rindo junto com ela.
"Não foi isso que eu disse." Apontou o dedo em sua direção, tentando conter o sorriso que se espalhava por seu rosto sem permissão.
Ela não consentiu, mas isso não impediu o homem de inventar o tal aperto de mão ali na hora e, com cinco minutinhos de prática, ele já podia ser considerado um profissional da coisa. Stenio encheu a cabeça da delegada, insistindo que ela aprendesse sua técnica complicadíssima.
