Perto de completar um ano de rerecasamento, Helô e Stenio embarcam para a Espanha, onde o advogado está auxiliando um de seus antigos clientes num caso enigmático, onde o homem foi acusado de estar envolvido em um suspeito roubo de joias.
Em meio a...
essa coisa e postar todo dia é um saco gente, me desejem forças.
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"Oi minha amiga, obrigada por vir me encontrar." Laís inclinou o pescoço para lhe dar dois beijos assim que Helô chegou perto.
"É sempre uma honra, Laís." A delegada respondeu num tom leve. "Mas confesso que eu já tenho uma ideia do motivo pelo qual você me chamou."
As duas se sentaram próximas ao balcão do bar, seu Joel serviu duas cervejas, finalizando o atendimento com um sorriso direcionado a delegada e um aceno à advogada. Laís tomou um gole da bebida, ansiosa por ter que abordar um assunto tão pessoal com a mulher à sua frente.
"O Stenio está impossível, Helô. Eu não sei mais o que fazer". A primeira começou.
"O Stenio não é nenhuma criança, Laís. Ele não precisa que você coloque sobre si a responsabilidade de resolver seja lá o que for que ele tá passando." Helô foi incisiva, mesmo que sua preocupação espelhasse a da amiga.
"E eu não pretendo tentar, Helô. Eu já tenho uma família pra cuidar e dois adolescentes, é por isso que eu te chamei aqui."
"Você pretende ME fazer de babá de Stenio, é isso?" Fingiu indignação, como se ele já não fosse seu problema desde sempre.
"Você É a babá do Stenio. Você é casada com ele, eu tava lá quando você disse sim, não pela primeira, nem pela segunda, mas pela terceira vez!"
A mulher enfatizou o 'terceira', fato que sempre incriminava a delegada toda vez que o assunto era jogado sobre ela.
"Olha, eu sei que você está acostumada a dar as broncas por aí, mas dessa vez eu preciso ser enfática, Helô. O Stenio precisa de ajuda-"
"Ele tem ajuda, ele faz terapia." Helô a interrompeu, se justificando com desconforto.
"Não é essa ajuda que ele precisa, porque de alguma forma, ele só funciona com você, só tá bem quando tem você por perto." A delegada lhe direcionou um olhar sério, uma expressão incrédula adornando seu rosto.
Helô sabia que tinha verdade nas palavras de Laís, ela e Stenio já estavam ultrapassando todos os limites da dependência dentro de um casamento. Talvez fosse hora de parar de rejeitar tanto essa noção e começar a aceitar que ela precisaria segurar a mão do marido em sua jornada de cura.
Ele não era mais o mesmo há meses, apesar de ainda levar as coisas de forma leve, o advogado embarcou em uma jornada difícil depois que as coisas esfriaram após a intervenção da máfia.
"Você está dramatizando o nosso relacionamento..." Helô insistiu na negação.
"Será que tô? Porque do meu ponto de vista, o sócio majoritário do meu escritório teve um senhor surto hoje mais cedo e ameaçou a começar a demitir metade dos funcionários caso ele tenha que ficar fora do país por mais uma semana."
