24.

742 68 76
                                    

ai to com uma saudade deles, sei lá.

ai to com uma saudade deles, sei lá

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


"Eu vou na frente." Stenio concluiu, ajeitando o terno em frente ao espelho e abotoando as mangas ao redor dos pulsos.

"Aham." Ela respondeu, o som abafado pela distância, já que a delegada estava trancada dentro do banheiro, com certeza orquestrando algum plano para matá-lo no meio da festa.

Os dois combinaram de fingir que não se conheciam, já que o evento era uma festa de inauguração de um empreendimento da empresa de um amigo de Stenio, que não sabia que ele tinha casado outra vez, o que garantia os dois a vantagem de poder abordar a esposa de Sebastian mais de uma vez. A mulher estaria no evento para cumprir obrigações sociais que caíram sobre ela depois da prisão do marido.

Aquele era claramente um trabalho fácil para sua esposa, que tiraria de letra um interrogatório casual com essa mulher. Stenio tinha certa pressa, já que Sebastian estava prestes a ser liberado da cadeia após a aceitação do Habeas-corpus por parte do juiz e ele queria analisar o comportamento da mulher longe do olhar (com certeza intimidador) de seu cliente.

Assim que chegou no local, lembrou o quão extravagante seu amigo Carmo sabia ser. O homem era especialista em dar uma boa festa, ele mesmo já foi vítima das luxuosas comemorações que o empresário costumava planejar. Helô não era muito fã desse tipo de festa, ela certamente ia pedir para ir embora na primeira oportunidade.

Cruzou o hall de entrada após ter suas credenciais devidamente checadas pelos seguranças, rezando aos céus para que o nome de sua esposa esteja na lista. Ele precisou subornar uma das secretárias de Carmo para conseguir esse feito, tomara que a jovenzinha não tenha lhe passado a perna.

Pegou um copo de whisky da primeira bandeja que passou ao seu lado, sabendo que podia confiar cegamente na qualidade do líquido que rodava as festas de seu amigo, ele não era do tipo que economizava. Olhou ao redor do imenso salão principal do casarão histórico em que a festa acontecia para ver se reconhecia algum rosto, mas nem foi preciso procurar muito. De longe, uma mão estava estendida no ar, acenando para ele, o conhecido rosto de Carmo lhe sorrindo, e pela vermelhidão que se espalhava por seu pescoço, claramente já estava bêbado.

O advogado foi até o homem, incorporando os trejeitos mais 'galera' da sua personalidade, algo que vinha tão fácil quanto respirar para Stenio Alencar, sua profissão dependia disso afinal. Levou o copo aos lábios, drenando todo o líquido de uma vez só, antes de andar em direção ao círculo de pessoas que cercava o anfitrião da noite.

Apertou com firmeza a mão do homem, puxando-o para um abraço com direito a batidinhas nas costas, uma música suave tocava ao fundo do salão, o que tornava as vozes exaltadas, ainda mais altas do que realmente estavam. Por isso, todo mundo escutou o cumprimento dos dois, e como Stenio era uma cara nova, rapidamente atraiu a atenção de todos para si, o que não era o ideal, mas ele ainda podia virar a situação a seu favor.

último romance (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora