Eu to aqui

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𝑺𝒐𝒇𝒊𝒂 𝑴𝒂𝒚𝒆𝒓

A única coisa que eu me lembro é de ter saído de uma discussão boba com Pablo e entrado em um Uber que eu havia pedido na correria.

Com a pressa que eu estava eu nem olhei o motorista nem merda nenhuma.

Eu entrei em um carro que parecia me esperar na frente da casa. Óbvio que no calor do momento eu pensei "que se dane também,porque eu deveria me preocupar tanto com uma coisa tão boba como essa? " e adivinhem? Não era "coisa boba".

Eu acordei em um lugar sujo,escuro e com as janelas tampadas por tábuas de madeiras.

Eu tentei me levantar do chão,mas as minhas mãos estavam presas em uma cadeira e os meus pés amarrados. E lógico,a minha boca tampada com uma fita.

— Socorro! — tento pedir ajuda mas com a fita na minha boca ninguém vai entender nada mesmo se escutasse isso.

— Então você acordou? — um homem todo tatuado e forte me pergunta se abaixando na minha frente.

Tento me soltar dali mas sem chance.

— Me solta! — continuo na tentativa de falar alguma coisa. Mesmo com aquela fita na boca.

— Hum? — ele pergunta e ri sarcástico,pega no cantinho da fita que estava na minha boca e o puxa sem nem pensar duas vezes.

— Ai porra — falo automático por causa da dor que senti quando aquele filho da puta arrancou aquela fita de mim.

— O que você quer de mim? — pergunto olhando para o homem.

— De você? Só os seus serviços. Do seu namoradinho babaca? Algumas coisas. — ele começa.

— Você tá chapado. Eu não namoro e muito menos vou fazer qualquer merda pra você. — digo

— Me respeita,vadia! — ele grita segurando o meu rosto com força.

— Eu espero que você tire essas mãos imundas de perto de mim antes que eu arranque elas e cole elas no seu pau. — falo para o homem que me olha aparentemente surpreso pela minha frase e "ameaça" e se afasta de mim.

Eu tinha vencido isso assim tão fácil? Só por tocar no assunto do pau dele? Ah homens.

— Pode deixar ela comigo agora. — uma mulher aparece nas sombras e se senta em uma cadeira a minha frente.

— Quem é você? — pergunto para a mulher que parecia ter o controle de tudo e todos ali na palma da mão.

— Eu? Sou a mulher que era pra ter se casado com Pablo e mesmo assim você se intrometeu na minha vida e fez ele terminar tudo. — ela diz com raiva.

Ah tá? Uma ex nunca superada? Me polpe.

— Você tá maluca. Eu e o Pablo não temos nada. — Digo para a mulher que me encara

— Você não é a Sofia May? — ela pergunta com confusa. Tadinha,sequestrou a pessoa e nem sabe quem.

— Mayer. — a corrijo

— Você não tem juízo. Eu posso te matar a qualquer momento e ainda me desafia? — ela diz pegando no meu rosto e eu a encaro.

— Está brincando né? Vai me matar com aquela arminha de brinquedo? — pergunto olhando para uma arma falsa mas bem feita jogada no chão ali perto.

— Não é de brinquedo. — ela diz contando vitória e sorrindo.

— Na verdade é sim. Essa arma tem números diferentes das originais.  — Respondo para a mulher que me olha surpresa.

— Como você entende de armas? É uma criminosa? — ela pergunta e eu dou uma risada sincera

— Eu sou filha de ex polícial. — respondo para a garota com uma piscadinha

— Por isso do psicólogo forte é inabalável. — ela diz baixo mas alto suficiente para eu ouvir.

— Vai continuar com esse teatrinho ou vai me dizer o que quer? — pergunto

— Quero que ligue para o Pablo e marque um encontro pra mim. — ela diz

— Eu e ele estamos brigados,eu não vou ligar pra ele. — respondo e ela me olha com um sorrisinho de canto.

— Estão brigados? — ela pergunta novamente. Caralho eu acabei de falar isso!

— Quer dizer que além de burra você é surda? — pergunto rindo pra ela.

— Me respeita,May! — ela diz

— MAYER. — digo sem êxito

— Ok,Mayer. Com esse tempo já foi suficiente para pegarmos sua irmãzinha na escola. — ela diz e eu sinto o meu coração acelerar na hora.

— O que você fez com a Lara sua — antes que eu possa terminar ela coloca outra fita na minha boca.

— Que reviravolta,Sofia! Eu achei essa história emocionante,e você? — ela pergunta rindo e se levanta novamente já sumindo no escuro

Porra as coisas saíram do meu controle novamente. Eu falhei de novo. Mas dessa vez foi com a minha irmãzinha. Que droga!

Sinto alguém colocar um pano no meu nariz com algum sonífero e em fração de segundos eu já vejo tudo preto.

Não sei por quanto tempo eu fiquei ali depois de desmaiar,mas eu acordo assim que ouço barulhos no portão do lugar.

— Socorro!! — tento falar mesmo com aquela porcaria de fita tampando a minha boca.

— Sofia? — ouço a voz de Pablo e logo vejo o jogador correr até mim com uma cara de choro.
Ele havia chorado?

O mesmo tira todas aquelas fitas que estavam me prendendo naquela cadeira e finalmente a da minha boca.

Ele me abraçou tão forte.

Mas eu não revidei o abraço,eu apenas fiquei ali,quieta.

— Você está bem? — ele me pergunta olhando nos meus olhos e eu não consigo fazer o mesmo. Abaixo a minha cabeça e não o olho nos olhos.

Os policiais que estavam com ele chegaram no local e para minha surpresa o meu pai também estava.

— Pai? — pergunto me levantando depois de Pablo se separar do nosso " abraço ".

— Sofia! — ele diz correndo até mim e me dando um abraço apertado.

Eu não me segurei. Eu chorei como uma criança nos braços do meu pai.

— Ei,o que aconteceu? Está tudo bem agora. — ele diz tentando limpar as minhas lágrimas que desciam como água.

— Não, não está. Eles pegaram a Lara — assim que digo o nome "Lara" eu caio no choro novamente e o meu pai me abraça novamente. Mas dessa vez muito mais apertado.

— Quem disse isso? — meu pai me pergunta e por mais que eu soubesse que essa informação era crucial para acharem a minha irmã também envolvia Pablo. E eu queria protegê-lo. Independente de tudo que aconteceu.

— Eu não sei,uma mulher. Mas disseram que pegaram ela na escola,Pai. — digo voltando a chorar e sinto Pablo pegar na minha mão.

— Vai pra casa com o Pablo. Eu vou achar a Lara. Eu prometo pra você! — ele diz olhando no meu rosto e eu concordo com a cabeça.

Assim que eu concordo com a cabeça eu vejo meu pai e alguns policiais saírem do local e já ouço o barulho dos carros saindo.

Pablo me vira pra ele e continua me olhando nos olhos. Mas dessa vez eu olhei nos dele também. E a real? Eu chorei como uma criança novamente. Só que dessa vez nos braços do garoto que me amava e que eu amava.

— Pablo,se acontecer alguma coisa com ela eu não sei o que vai ser de mim. — Digo em meio ao choro.

— Calma,princesa. Eu to aqui. — ele diz e me da um beijo na cabeça.

— Vamos pra casa,eu quero te tirar daqui logo. — ele diz e eu concordo com a cabeça.

Eu não iria me perdoar nunca se algo acontecer com a minha irmã por culpa do meus caprichos amorosos.

Você sabe o que é amor?  | Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora