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— Eu não sei como você consegue trabalhar em um lugar tão chato. — Seungmin reclama pela milésima vez, enquanto eu guardo um dos livros que segurava na prateleira correspondente.
— Eu gosto de livros, então para mim essa biblioteca é como um paraíso. — dou de ombros, ainda sem olhar para ele. Eu trabalho na biblioteca municipal de Seul há cerca de um ano e eu realmente amo o que eu faço, para mim é como uma verdadeira perdição.
— Se você diz. — Seungmin pega sua mochila, que até então estava em cima da poltrona e se direciona a mim novamente — Eu já vou indo, você sabe que eu não gosto de lugares muito intelectuais. — murmurou, abrindo um sorriso torto.
— Andou lendo o dicionário? Não é todo dia que te ouço falar palavras difíceis. — o provoco, recebendo um tapinha na nuca como resposta.
— Te vejo depois, cabeção. — despediu-se, se afastando logo em seguida, não sem antes bagunçar levemente meu cabelo.
— Até mais. — aceno, observando-o deixar o local, e então volto a me concentrar em guardar os livros nas prateleiras. Enquanto organizava a sessão em que continham os romances, me deparo com o clássico "Anna Karenina". Sem conseguir me conter, sento-me na poltrona mais próxima e abro o livro começando a lê-lo, mesmo que já o tenha feito centenas de vezes.
Eu sempre tive muito prazer na leitura, principalmente em romances clichês. Além de entretenimento, eles me trazem ensinamentos que apenas livros são capazes de dar. Quando leio, me sinto completo, é até difícil explicar, eu apenas adoro a sensação de felicidade ao imaginar as palavras ganhando vida em lindos romances com finais mais do que perfeitos. "Ele tentou não olhar para ela, como se fosse o sol. Mas, como o sol, ele a viu mesmo sem olhar para ela." Ao ler essa frase, lembro-me instantaneamente de Hyunjin. Não poderia estar mais correta.
Eu não me apaixonei por ele de maneira intencional, apenas... aconteceu. Algo em Hwang Hyunjin me atraiu de tal forma, que foi simplesmente impossível negar ou reverter. Já conheci um ou dois garotos que se interessaram por mim, mas quem eu mais quero nem se quer sabe que eu existo, e isso machuca. Machuca muito.
Desperto de meus devaneios ao ouvir Jieun chamar por mim com o mesmo tom suave e carinhoso de sempre.
— Desculpe Jieun, estava concentrado na minha leitura. — passo os dedos por meu nariz, ajeitando os óculos no lugar, completamente sem graça vendo a senhora em minha frente sorrir compassiva. Ela é a gerente da biblioteca e, sem dúvidas, a senhora mais doce que já conheci.
— Eu compreendo querido, quando damos vida a um livro, todo o resto parece desaparecer. — assinto em concordância.
— Aliás, não queria atrapalhar sua leitura, mas preciso lhe pedir um favor.
— Pode pedir o que quiser. — sorrio, fechando o livro em seguida.
— Bem, eu queria saber se pode fechar a biblioteca hoje. — pede gentilmente — Não quero te incomodar, mas minha filha mais velha insistiu para que eu jantasse em sua casa. — explica, parecendo envergonhada.
— É claro que posso. — levanto-me, deixando o livro sobre a mesa de estudos. — Será um prazer.
— Muito obrigada, meu bem. — ela sorri, deixando as ruguinhas no canto de seus olhos em evidência, se aproximando e deixando um beijo em minha testa — Vou voltar para o escritório, tenho que organizar alguns documentos antes de ir. — concordo com um aceno. — Obrigada mais uma vez. — Jieun sorri se afastando.
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