23° Capítulo🤍

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Olhar para a lua e para as estrelas sempre foi algo que eu amei fazer com meu pai

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Olhar para a lua e para as estrelas sempre foi algo que eu amei fazer com meu pai. Ele costumava me dizer que ele era a lua, minha mãe era o sol e eu era uma estrelinha, a mais brilhante entre todas as outras.


Hoje o céu estava mais estrelado do que o normal, então eu precisei descer para apreciar a vista enquanto as meninas provavam as roupas que compraram no centro. Hoje nós havíamos passado o dia todo passeando pelo centro de Jeju com nossos colegas e professores, e almoçamos por lá também, mas a verdade é que eu nunca gostei muito de fazer compras, então não comprei muita coisa, apenas algumas lembrancinhas para minha mãe, mas, apesar disso, consegui me divertir bastante.


─ O céu está lindo hoje, não? ─ estava tão distraído que nem percebi quando Hyunjin se sentou ao meu lado no enorme gramado da área recreativa do hotel.


─ Está mesmo. ─ assenti, voltando meu olhar para a lua. ─ As estrelas estão com um brilho diferente hoje. ─ comentei.


─ Que bom que não fui o único que
notou.─ sorri com sua fala. ─ Elas parecem mais intensas. ─ concordei.


─ Também veio aproveitar a vista? ─ questionei, voltando meu olhar para ele.


─ Não apenas por isso. ─ franzi as sobrancelhas em curiosidade. ─ Estive te procurando no seu quarto e Seungmin me disse que estaria aqui. ─ contou, aproximando-se de mim.


─ Me procurando?


─ Sim, preciso te entregar algo. ─ disse, tirando uma caixinha preta do bolso de sua jaqueta. ─ Eu vi em uma loja no centro hoje e achei que combina com você. ─ sorriu ladino

─ Abre. ─ disse, me entregando a caixinha.


─ Mas eu não comprei nada para
você. ─ murmurei, aceitando o presente.


─ E nem precisava. Eu comprei por que achei que você gostaria. ─ assenti, abrindo a caixa e encontrando um par de pulseiras. Em uma delas havia um pingente dourado em formato de sol e, na outra, uma lua dourada que se encaixavam perfeitamente. ─ O que
achou? ─ perguntou, após alguns segundos de silêncio. ─ Eu pensei que você pudesse usar a de lua e, se precisar de alguém para ser seu sol, tem a mim como candidato.

Sorri, sentindo meus olhos marejarem por me lembrar de como meu pai chamava minha mãe. Meu sol.

─ Ei, tá tudo bem? ─ perguntou com a voz suave, parecendo realmente preocupado.


─ Está sim. ─ confirmei sorrindo. ─ É o presente mais adorável que eu já
ganhei. ─ disse, vendo seu sorriso ladino se transformar no mais genuíno sorriso que já vi.

─ E eu iria adorar que você fosse o meu sol.

─ Que bom! Por um momento, achei que fosse me rejeitar. ─ brincou. ─ Fico feliz que tenha gostado, quer ajuda? ─ pediu ao ver minha dificuldade em colocar a pulseira.


─ Quero sim. ─ confirmei, entregando-a para ele, que a colocou em meu pulso com muita facilidade. ─ Obrigado. ─ agradeci timidamente.


─ Por nada. ─ sorriu se afastando vagarosamente e eu voltei meu olhar para o céu novamente.


─ Sabe, acho que eu nunca te contei o porquê do meu medo de
tempestades.─ comentei, chamando sua atenção.


─ Na verdade não e nem precisa, se não quiser.


─ Eu quero... eu preciso na verdade. ─ disse firme e ele assentiu, então, respirei fundo a fim de começar a falar. ─ Eu tenho medo de tempestades por causa de um acidente que eu sofri quando era criança. Numa noite, quando eu tinha doze anos, meus pais e eu estávamos voltando de uma festa e chovia muito, o que tornava a estrada ainda mais perigosa. A tempestade fez com que um caminhão perdesse o controle e invadisse nossa pista. ─ contei com um nó em minha garganta e com meus olhos marejados. ─ Foi nessa noite que meu pai morreu. Também foi aí que eu ganhei essa cicatriz horrível. ─ finalizei já soluçando, e senti os braços fortes de Hyunjin me envolverem em um abraço aconchegante.


─ Eu sinto muito. ─ disse com voz
mansa. ─ De verdade. Espero que você saiba que sempre vai poder contar comigo.


─ Obrigado. ─ sorri fraco ao nos afastarmos.


─ Sabe, quando eu tinha cinco anos, minha mãe abandonou a mim e ao meu pai e foi embora. ─ contou, após alguns minutos de silêncio. ─ E até hoje eu não tenho notícias dela. Por causa disso, eu já tive muito medo de amar alguém. Por que eu tive medo de que a história se repetisse.


─ Eu não fazia ideia. ─ o olhei surpreso. ─ Sinto muito por isso.


─ Eu não estou te falando isso para tentar amenizar sua dor, o que eu quero que você saiba é que cada um de nós tem uma história e cada um de nós já passou por algo ruim e nossas cicatrizes podem ou não ser visíveis para as demais pessoas, mas elas não nos tornam melhores ou piores do que ninguém. Apenas nos tornam mais fortes.

 Apenas nos tornam mais fortes

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ᴛʜᴇ sᴛᴏʀᴍ☔ 𝟏° 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫𝐚𝐝𝐚 | ᴠᴇʀsᴀ̃ᴏ ʜʏᴜɴʟɪx ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora