"𝑬𝒖 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒆𝒕𝒐" (Parte 1)

𝗘𝘅𝗽𝗲𝗰𝘁𝗮𝘁𝗶𝘃𝗮𝘀 𝗱𝗲𝘀𝗽𝗲𝗱𝗮𝗰̧𝗮𝗱𝗮𝘀

Eu havia embalado tudo e já estava pronta para entregar, até que minha mãe entra no meu quarto e vê toda a papelada.
- Filha, pra quem é tudo isso?
Ela estava meio assustada com toda a bagunça, nunca fiz uma bagunça tão exagerada no meu quarto.
- Então, é pra pessoa que eu gosto, mas não fala pra ninguém, por favor mãe.
Ela me olhou até espantada, nunca havia gostado de ninguém, muito menos contado para ela.
- Nossa filha! Que legal! Quem é o sortudo?
Ela estava curiosa, até demais, mas eu não ia deixar de falar para ela.
- Entao mãe, só tem um porém.
- Qual é o porém, filhinha?
Eu iria falar com um aperto em meu coração, ela estava tão feliz e ansiosa pra saber quem é a primeira pessoa que me apaixonei.
- É que essa pessoa que eu gosto não é um sortudo, é uma sortuda.
Ela olhou para mim tentando entender, ela não havia compreendido de primeira, mas quando compreendeu, eu vi o seu brilho sumindo e uma lágrima escorrendo de seus olhos.
- Desde que esteja feliz, eu estarei feliz também, e é isso que importa filha.
Eu sabia que ela não estava feliz comigo, ela estava decepcionada, não queria ter uma filha como eu. Ela estava chorando muito, no que eu me tornei e qual o motivo que me faz ser assim?
Ela saiu do meu quarto, eu comecei a me debruçar em lágrimas, quardei o presente que fiz com todo o meu amor e deitei em minha cama e dormi, tipo de coisa que eu não faço, nunca consigo dormir quando chega a tarde, mas essa foi uma exceção, dormir e não sentir dor.
Meu celular tocou várias e várias vezes, nunca estou realmente ocupada, e sempre que estou, comunico meus amigos, para eles não acharem que eu cometi atrocidades, mas nesse momento, eu não queria encostar no celular, não queria ver a cara de ninguém, não queria existir e ser assim, então voltei a dormir de novo.
O dia já tinha acabado e tudo o que fiz foi só um grande nada, o domingo havia acabado, eu não queria ir pro colégio, não hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã, nem próxima semana ou mês, tanto faz, não quero ver ninguém, queria viver num casulo e nunca mais sair, eu não quero ver ninguém.
- Filha, você está bem, meu anjo?
- Estou sim mãe, te amo.
Eu disse dando um beijinho na bochecha dela, me doía falar de novo com ela, mas eu amo a minha mãe e não poderia fazer nada contra ela, afinal, ela que me criou e cuida de mim.
Cheguei no colégio, não dei bom dia, afinal de bom não havia nada mais, e não cumprimentei meus amigos e nem a Lary. Doía muito em mim, isso era fato, mas eu não queria falar com ninguém, eu só queria a voltar ao normal, queria ser uma pessoa comum, não essa criatura ordinária e estranha que me tornei.