[you're my achilles heel]

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capítulo menor e não tão bem revisado, pois escrevi no auge da minha dengue. tomem muita água, passem repelente e se protejam, porque não é nada fácil. se cuidem. <3








Pego mais um pacote nada saudável de macarrão instantâneo em uma das prateleiras. Fazer uma compra improvisada para casa em uma loja de conveniência às duas da manhã não estava na lista das coisas das quais aguardava para esse ano.

Mas acompanhar Mate Jonas pela segunda vez em uma luta fora da cidade também não estava. E aqui estou.

Desta vez fomos à Folks Holden, uma cidadezinha que talvez consiga ser menor do que Way Brook's, — mas com uma quantidade de estudantes universitários tão agitados quanto.

Confesso que estive mais preocupada do que à primeira experiência, já que desta vez fui somente com MJ e o treinador no mesmo carro. Se acontecesse algo muito grave, não sei quais das muitas reações exageradas teria.

Mas foi uma luta calma, — nos padrões das quais uma consegue ser.

Única coisa que conseguiu deixar meu cérebro com falta de dopamina é a falta de vitória do lutador.

Apesar dos primeiros round's excelentes, os três últimos não foram sua melhor performance, o quê contou muitos pontos para seu adversário. Ao menos, não houve knockout ou nenhum golpe que me fizesse fechar os olhos parte do tempo.

Ao final da luta, estive pensando qual seria o humor de Mate. Se estaria frustrado, decepcionado, triste, ou com a pior das emoções: raivoso.

Mais uma vez, Mate Jonas foi capaz de surpreender.

A expressão cansada no rosto era óbvia, mas havia um certo ar resignado. Por fim, o lutador se provou bem o bastante para levantar o assunto sobre nossa quase escassez de mantimentos.

Percebemos que somos péssimos para a vida cotidiana de colegas de apartamento há uns três dias, quando nos demos conta que a comida não aparece magicamente em nosso armário. Que precisamos sair para compra- lá.

Estava acostumada à minha antiga colega de apartamento ser quem sempre trazia o assunto à ser discutido, e havia até certa organização em fazer uma compra quinzenal, — ou com o quê o salário de duas universitárias poderiam chamar de compra.

Mas Mate não tem o mesmo interesse por organização de rotina, e eu muito menos.

Por isso que após deixar Gane em casa, fomos em direção ao único lugar que estaria aberto em meia madrugada com tudo que seria contra indicado para uma alimentação que não te faça contrair câncer, como dois irresponsáveis. Somos dois irresponsáveis.

— Suco de laranja ou maçã? — meu peito salta ao levar outro susto quando sua imagem surge de repente entre uma prateleira ou outra.

Reviro os olhos, porque esta é talvez a décima vez que Mate questiona algo como isso, incapaz de fazer uma escolha sem minha opinião.

— Laranja. — dou de ombros, escolhendo sem titubear. Na última vez que tentei o fazer preferir algo, houve uma discussão de cinco minutos da parte dele insistindo para que eu escolhesse.

Mate acena com a cabeça, antes de retornar em direção às geladeiras no final da loja.

Volto à andar passando os olhos por escolhas nada confiáveis, como salgadinhos apimentados ou um saco de bala de gomas. Não, tenho que viver ao menos até os trinta anos.

Acabo refletindo que se for para escolher qualquer doce, então que seja o pacote de quase 1Kg de chocolate em formato de esferas bem pequenas.

Percebo que Mate volta à se aproximar, o quê faz com que eu me prepare para mais uma de suas perguntas. Mas ele não diz nada, para minha felicidade.

PELO O QUÊ LUTAR | [Em Andamento] Onde histórias criam vida. Descubra agora