𝟬𝟬𝟮. 𝗥𝗲𝘀𝗶𝗹𝗶𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮

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❝ We are like a new moon,
open hearts, as if we were one ❞

Talvez agora minha consciência estivesse novamente intacta, já que não hesitei em afastá-lo com as mãos, pegando um punhado de pedra entre meus dedos e me levantando, ameaçando atirá-las

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Talvez agora minha consciência estivesse novamente intacta, já que não hesitei em afastá-lo com as mãos, pegando um punhado de pedra entre meus dedos e me levantando, ameaçando atirá-las. Tudo isso trazia-me uma insegurança descomunal, e eu queria gritar e correr, mas não sabia ao certo como prosseguir sem que entrasse em um conflito interno de que reagir pudesse me trazer mais problemas. Ele levantou-se do chão, afastando-se com sua mão estendida diante de mim. Deu passos para trás, mantendo seu olhar em mim.

— Você precisa se acalmar, me atacar não vai resolver seu problema — Ele colocou a mão no peito de um garoto mais alto do cenho franzido, impedindo-o que se aproximasse, ele sim, parecia ameaçador, já que soou como se fosse avançar em mim — Eu já disse, ninguém aqui vai te machucar.

— Quem é você, loiro oxigenado? — Indaguei ríspida, quase rindo em descrença, minha mente parecia não funcionar, era quase impossível discernir o que era real ou fruto de minha imaginação — Não se aproxime ou irei atirar outra pedra em você.

Afirmei firmemente, apertando o colar de pedra que estava em meu peito. O notei desde o momento em que acordei, e por mais que eu não me lembrasse de onde viera, parecia algo importante, parecia algo que um dia foi significativo para mim no passado. Eles todos, ainda que não apresentassem ameaça aparente, não pareciam confiáveis. Qual poderia ser a lógica de enviarem uma única garota em meio à tantos garotos? Parece sem sentido, sem fundamento. Meu nome é um mistério, minha história uma página em branco. O medo se enrola em meu estômago como uma serpente. Olho ao redor, procurando algo familiar, mas só encontro estranheza, ainda que eu me esforçasse para recordar, nada além de barrões e pessoas falando de forma desconexa era o que passava em minha memória.

— Meu nome é Newt, trolha, você não deve se lembrar do seu nome ainda — Ele levanta os braços e dá só um passo a frente, balança a cabeça negativamente e respira fundo — Não vou me aproximar, mas preciso que você se acalme e me escute.

Newt. Era estranho admitir que esse nome parecera rondar meus pensamentos de forma incoerente e confusa. Sentia uma familiaridade em sua voz, mas ainda era uma incógnita. Respirei fundo, abrindo minhas mãos e permitindo que as pedras batessem contra o chão, subindo um pouco de poeira. Esfreguei as palmas das mãos, limpando o resquício de terra e dei um passo na direção deles, meu coração batia aceleradamente, e o zunido diminuía progressivamente, como se fosse apenas fruto de meu medo e ansiedade. Meus lábios apertaram-se em uma linha fina e engoli seco.

— Eu quero saber o que está acontecendo — Afirmei calmamente, mas avançaria se algum deles ousasse se aproximar, ainda estava agindo na defensiva, era de se esperar, considerando a situação —, não quero me acalmar, quero respostas.

— Pra você ter respostas, vai ter que me ouvir e não vou poder explicar com você ameaçando jogar uma pedra na minha cabeça — Um sorriso de canto curvou-se em seus lábios, então ele olhou em volta, voltando seu olhar para mim, apontando em uma direção, tal local parecia um jardim — Ali é onde eu trabalho, só tem plantas, quer ir até lá? Eu posso te explicar o que está acontecendo... Só me escuta.

— E por que eu deveria confiar em você? — Afirmei relutantemente, nenhum deles parecia confiável, uma risada exagerada se esvaiu de meus lábios, em completa indignação — Pode me certificar de que não vai me machucar, loiro?

— Porque não tem outra saída a não ser confiar em mim — Ele afirma, estreitando os olhos e colocando as mãos na cintura, abaixando a cabeça por alguns segundos antes de voltar a me encarar. — Eu não ganharia absolutamente nada machucando você. Estamos no meio do nada, olhe ao redor, vê alguma saída? É isso que quero que você entenda, não vou te machucar e nem vou deixar que ninguém te machuque, fedelha.

— Está bem — Respondi firmemente, dando um suspiro profundo e me colocando de frente a ele — Quero que me explique tudo.

Odiava a forma como me chamava de fedelha, porque eu tampouco sabia o que significava, poderia não ser qualquer ofensa, mas era terrivelmente ruim não saber a origem de algo a qual te chamavam. Estreitei os olhos na direção dos outros, notando seus cochichos constantes e suspirei, ansiava por respostas o quanto antes, e esperava profundamente que o garoto pudesse me dar todas elas. Continuei andando logo atrás dele, meus olhos percorreram toda a extensão do que parecia o restante de uma terra que antes fora fértil. Algumas hortaliças estavam espalhadas de forma organizada, tudo estava cautelosamente arrumado, ainda que a terra não parecesse tão fértil.

— O que tem a me dizer? — Questionei, cruzando os braços, escorando-me à um pedaço de madeira que estava próximo de algumas plantações — Não precisa mentir para fazer com que eu me sinta melhor, eu já estou ciente de que não estou em uma das melhores situações.

— Mentir? — Ele dá uma risadinha baixa, como ele poderia rir? — Não preciso mentir e não estou tentando melhorar sua situação, que por sinal, é a mesma que todos nós aqui. Pra ser bem otimista, você vai se lembrar do seu nome logo logo, fedelha.

— Meu nome... — As palavras parecem fugir de minha boca, era como se nada antes de hoje pudesse antes ter existido, inclusive a memória de meu próprio nome — Porra, é, eu não me lembro. E o que quer dizer com eu estar na mesma situação? Vocês também não se lembram de nada antes daqui? E o que é esse lugar, afinal?

Desencostei-me da madeira, a passos lentos e curtos me aproximando, ele não parecia tão mais alto do que eu, no entanto, ainda tinha de olhar para cima caso quisesse encarar seus olhos escuros e impenetráveis. Meu peito parecia ter sido atingido por uma bala, formando um enorme buraco em que nada poderia preencher para suprir o vazio que me matava aos poucos, minha voz soou como um sopro, e tive de me segurar para não estrangulá-lo por estar abalada pela situação, ciente de que a culpa poderia não ser dele.

— Eu acho que não fui objetiva. Pedi que me explicasse que porra está acontecendo e tudo o que fez fora rir — Meu tom de voz era ameno, mas rangia meus dentes a cada palavra, então seguro seu ombro, o aproximando de mim, um sorriso irônico se forma em meus lábios — Preciso que seja bem claro comigo a respeito do que lhe questionei, meu amor.

 Pedi que me explicasse que porra está acontecendo e tudo o que fez fora rir — Meu tom de voz era ameno, mas rangia meus dentes a cada palavra, então seguro seu ombro, o aproximando de mim, um sorriso irônico se forma em meus lábios — Preciso que ...

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𝗗𝗨𝗦𝗞 𝗧𝗜𝗟𝗟 𝗗𝗔𝗪𝗡 || Maze Runner - NewtOnde histórias criam vida. Descubra agora