Atordoada, completamente desolada e sem conhecimento algum de meu passado. Cheguei àquele lugar completamente assustada, sem me recordar até mesmo de meu próprio nome quando cheguei. Estava rodeada de garotos, garotos que eu não queria confiar, mas...
❛❛ I see my reflection in your eyes, I see myself in you. ❜❜
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A visão que eu tive ao sair da cabana foi definitivamente a pior possível. Não sei como isso acabou acontecendo, mas Gally estava em cima de alguém, o socando com força demais. Arregalei os olhos e soltei um suspiro frustrado, eu não tenho nenhuma noite de paz nessa porcaria de lugar? Assim que me aproximei, pude notar que o garoto embaixo dele era Hiro. Puta merda, Gally, você anda batendo nos outros por ciúmes, agora? Olhei para os lados, vendo Alby correr na direção de onde estávamos, ele provavelmente tinha sido avisado agora.
Sem hesitar, segurei o braço de Gally e com a ajuda de Minho, que segurou seus ombros, conseguimos afastar ele do outro trolho. Olhei para Hiro, vendo o estrago que Gally tinha feito em seu rosto, um nariz ensanguentado e uma bochecha cortada, bastante sangue. Franzi o cenho em pura irritação e encarei Gally, que se debateu, saindo das mãos de Minho. Ele respirava pesadamente, praticamente sem fôlego e eu conseguia notar uma veia saltada em seu pescoço. Além de um corte grande na sobrancelha, e um em seu lábio inferior.
— Certo, já chega, não é? — Pergunto retoricamente a Gally, com a voz mais calma que consegui. Olhei para trás, estalando os dedos e apontando para Jeff e Zack. — Levem o Hiro até a enfermaria. Eu cuido desse trolho. — Voltei a encarar Gally, que estava com o maxilar trincado enquanto olhava os garotos ajudarem Hiro a se levantar. O olhar dele parecia queimar. — Você tem plong na cabeça, seu mértila? O que foi que deu em você?
Empurrei o ombro de Gally, fazendo ele cambalear levemente para o lado e desviar o olhar. Segurei no ombro dele, o impulsionando para que ele seguisse o caminho da cozinha. Estreitei os olhos por estranhar a facilidade com que ele se deixou ser levado na direção que eu indiquei, definitivamente algo estava errado, e eu tenho quase certeza que toda essa briga tem um nome: Daon.
— Vamos logo, diga o que aconteceu — Peço mais uma vez, adentrando a cozinha logo após ele e fecho a porta. Fico contente por ver a comida em cima da mesa, ainda não esqueci que estou devendo um jantar para a fedelha que está me esperando no quarto. Mas preciso saber o que aconteceu. Gally se escorou no balcão e cruzou os braços, olhando para o lado, evitando me encarar. — Não me diga que isso tudo foi por ciúmes da Daon.
— Cala a boca — Vociferou, rangendo os dentes. Revirei os olhos, recebendo minha confirmação. Peguei um dos pratos e comecei a colocar a comida preparada por Caçarola, por sorte, ainda estava quente. — Esse trolho babaca tem que aprender a ficar de bico fechado. E foi o que eu fiz, calei a porra da boca dele.
— Você não calou a boca dele, plong — Afirmei, colocando um pedaço de frango no prato. Apontei o garfo na direção de Gally e inclinei a cabeça para o lado. — Você queria arrancar a cabeça dele. Eu vi o jeito que você estava em cima dele, como se sua vida dependesse daqueles socos. O que ele falou que te deixou tão bravo?
