𝟬𝟭𝟮. 𝗦𝗵𝗮𝗺𝗲𝗹𝗲𝘀𝘀

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I won't be able to face you if you keep
looking at me as if you wanted me ❞

❝ I won't be able to face you if you keep looking at me as if you wanted me ❞

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Senti como se, ainda que liberta, o ar não conseguisse alcançar meus pulmões. Talvez fosse o momento constrangedor, suas mãos em seu corpo, sua respiração em meu pescoço, o fato de estarmos nos encarando enquanto estou só de lingerie... Ou uma mescla de tudo. Puxei o ar, finalmente soltando um suspiro profundo, então andei rapidamente na direção da cama, enrolando-me no cobertor. Não queria encará-lo, não podia... Mas ao menos precisava agradecer por ele ter me tirado de tamanho sufoco, ainda que me despisse completamente para que isso fosse feito.

— Obrigada, Newt — Afirmei baixo, estreitando os olhos na direção da porta, e apertei mais o cobertor contra meu corpo. Eu estava fodidamente nervosa e irritada ao mesmo tempo. Nervosa porque não me lembro de ter sido tão exposta antes, ainda mais para um garoto. E irritada porque fui obrigada a me expor desse jeito justamente por minha idiotice — Você... Se importa de pegar outra roupa para mim? As minhas... Estão secando ainda. Acho que por essa noite, posso usar qualquer coisa, roupas quentes ou largas... Não estou fazendo muita questão de sair do quarto.

— Não fique tão nervosa, já acabou — Newt olha para o lado, finalmente desviando o olhar de mim. Era possível notar um leve rubor rosado em suas bochechas, indicando que ele estava tão envergonhado quanto eu, o que não era surpreendente. Mas franzo o cenho quando ele abre um leve sorrisinho, logo assentindo positivamente — Sabe, se você tivesse me pedido antes, teria nos poupado de eu te ver de calcinha e sutiã, fedelha.— Ponderou de forma provocativa, como eu deveria esperar dele, e isso me fez revirar os olhos. Logo ele se aproximou de um pequeno baú onde guardava as roupas e começou a tirar algumas peças antes de voltar e colocar as roupas em cima da cama, puxando uma camisa preta do monte.— Pega, veste isso. Você não vai ficar com calor, florzinha.

— Olha só, ainda que eu seja grata, não posso depender de você para qualquer coisa que me aconteça — Afirmo pegando a camisa que ele jogada em minha direção, então antes que eu me levantasse, eu hesito, mordendo o lábio inferior. — Não vou pedir, apenas vire-se, fazendeiro, agora.

Ordenei firmemente, cruzando meus braços. Acho que por hoje ele já vira mais que o suficiente, então não deixaria que seus olhos percorresse-me uma segunda vez, definitivamente não desejo passar por tamanho sufoco novamente, então irei me poupar de qualquer estresse que envolva estar seminua em um mesmo quarto com um loiro petulante.

— Não é ruim depender de alguém, e você é uma fedelha novata, precisa de mim pra se virar — Newt revira os olhos e então vira de costas, cruzando os braços. Ele abaixa a cabeça e fica encarando o chão. — E eu acho que nenhum outro trolho nesse acampamento vai ter... a oportunidade de te salvar de uma roupa apertada. Mandona.

— Não, eu não preciso — Retruco firmemente trincando meu maxilar. Esse garoto realmente acha que dependo dele para garantir minha sobrevivência? Nos conhecemos há 3 dias, e eu devo ter... 17 ou 18 anos de experiência, já que não me lembro a idade exata. Posso muito me virar sem que uma babá fique em minha cola — Chama isso de oportunidade? Eu diria que foi um tanto assustador... Não acha? Uma visão terrível.

Ironizo com um sorriso sarcástico curvando-se em meus lábios, já que ele evidentemente não tirara os olhos de mim até que eu pedisse que ele deixasse de olhar, então, eu obviamente usaria esse fato ao meu favor, como forma de zombá-lo, já que ele se acha o dono da razão, o espertalhão, mas não conseguiu conter o rubor ao ver uma garota — quase — inteiramente despida.

Logo que me levantei da cama, não demorei a vestir a camiseta preta. Olhando por essa perspectiva, talvez se eu não tivesse mexido nas peças de roupa, me serviriam de maneira que não ficasse tão... Chamativa. Ainda que a camisa parecesse um vestido bem largo, até que me caia bem. No entanto, eu jamais sairia desse quarto vestida de tal forma, jamais.

Tudo bem, pode se virar agora — Afirmo colocando as mãos atrás do corpo e mordo meu lábio inferior com força, amaldiçoando-me mentalmente por todo esse acontecimento — Não sei se vai jantar agora, mas não me espere, eu não pretendo jantar ou... Sair por hoje.

— Sim, foi uma visão terrível, nunca mais na vida quero ter a visão de suas belas pernas. Estou começando a achar que você até pode ser uma corredora — Ironizou, dando uma risadinha baixa, abusado. Pouco depois, ele se virou para mim novamente, seus olhos percorrendo meu corpo para analisar como estava o caimento de sua camisa, quase me encolho, no entanto, mantenho a compostura, ainda que seu olhar seja tão desconfortante. Ele não esboçou nenhuma reação exacerbada, apenas um leve aceno antes de olhar em meus olhos. — Eu posso trazer seu jantar, fedelha. Aqui dentro está menos quente do que lá fora, você tem cara de que desmaia se sentir muito calor, não quero que você dê trabalho pra outra pessoa além de mim. Poupe os socorristas, é nelhor ficar aí mesmo. Eu volto logo.

— Eu não desmaio de calor.

Afirmo revirando os olhos e dou alguns passos em sua direção, meu orgulho estava me matando por dentro, estilhaçando-me em pedaços, mas ele estava fazendo até demais por mim, e odiaria simplesmente o fato de que continuo sendo uma ignorante com o fedelho. Quer dizer, não pretendo mudar minhas atitudes ou provocações que sempre direciono à ele, mas vez ou outra, poderia ser agradável, então eu apenas me aproximei, o suficiente para segurar em seus ombros e respirando fundo. Porra, eu preciso mesmo jantar? Poderia só me enfiar em um canto qualquer do quarto e fingir que o dia de hoje tampouco aconteceu.

— Já que insiste — Um sorriso sarcástico forma-se em meus lábios, mesclado com um quase evidente nervosismo, então me aproximo, deixando um breve selar em sua bochecha, rapidamente me afastando e seguindo na direção da cama, tampouco querendo encará-lo —, aceitaria de bom grado se me trouxesse o jantar. E pare, simplesmente pare de ser legal comigo, porque assim, não consigo odiá-lo, por mais que eu queira.

Ele ficou em silêncio, apenas me encarando com uma expressão completamente suavizada, que lentamente se transformou em um sorriso de canto. Ainda que eu tivesse agido por impulso, acredito que não faria diferente. Palavras, em minha concepção, são inesgotáveis fonte de energia, capazes de formar grandes sofrimentos, e também, de remediá-los. Nunca soube como as mensurar, por isso sempre agi ao invés de falar muito.

— Por um segundo eu jurava que você ia me empurrar — Ele comentou, balançando a cabeça negativamente, contendo uma risadinha. Ele revirou os olhos, ainda com um sorriso estampado em seus lábios e tirou minhas mãos de seus ombros, segurando meus pulsos. Newt deu alguns passos pra frente, me fazendo sentar na cama novamente, meus olhos encaravam os seus com determinada confusão, no entanto, não ousei soltar-me disse aperto agora — Desculpe se você tem problemas de atitude, eu sou bom demais pra ser verdade, não é? — Falou em um tom sarcástico, soltando meus braços. — É preciso ser um fazendeiro legal pra lidar com flores espinhentas, lembra?

 — É preciso ser um fazendeiro legal pra lidar com flores espinhentas, lembra?

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𝗗𝗨𝗦𝗞 𝗧𝗜𝗟𝗟 𝗗𝗔𝗪𝗡 || Maze Runner - NewtOnde histórias criam vida. Descubra agora