𝟬𝟬𝟳. 𝗢𝗹𝗵𝗼𝘀 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗻𝘁𝗼𝘀

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              ❝ I want to be your love for life ❞

              ❝ I want to be your love for life ❞

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Ele parecia faminto. Seus olhos me encaravam de uma forma a qual eu não sabia decifrar, talvez a comida realmente parecesse boa, o suficiente para que ele não tirasse os olhos por um minuto sequer. Estava mesmo me avaliando? Esse loiro irritante, realmente acredita que pode determinar alguma coisa a meu respeito.

— Eu sou um fazendeiro muito curioso, e estou bastante determinado a descobrir como você vai calar minha boca, Moon — uma risadinha baixa escapou dos lábios dele e Newt se inclinou sobre a mesa, encostando o queixo em seus braços cruzados. Que abusado. — Acho que uma cebola dói menos que uma pedra, não é? Cebolas não cortam.

— Você é tão engraçadinho — Retruco apertando os lábios em uma linha fina, soltando um riso indignado enquanto termino de temperar o frango, logo jogando os cubos dentro da frigideira, para por fim, terminar o prato —, e parece faminto. Por que me encara dessa forma? Avalie o prato, não o preparo ou então quem prepara.

Chegava a ser assustador o quão observador ele poderia ser, afinal, das vezes em que nos encontramos, ele fora sempre o primeiro que vi ao abrir os olhos, na caixa, após o pesadelo, e agora na cozinha. Seus olhos me perseguem como um imã, e confesso que odeio seus olhares sobre mim, ao menos, ele parece fazer isso com maior frequência com a maioria, que tenta sempre evitar contato visual comigo. Não sei ao certo porquê, mas talvez seja por ainda não conseguir lidar com toda a situação, assim como acredito que tenha sido com Daon.

— Eu não estou te avaliando, trolha — Um sorriso estranhamente presunçoso surgiu em seu rosto, como se houvesse uma aura diferente em suas feições e sua voz. — O que? Está dizendo que eu pareço faminto de você?

— O que? — Um tom indignado toma posse de minha voz, e o encaro com descrença, estalando a língua quando acidentalmente apoiei minha mão na beirada quente do fogo, queimando o canto de sua palma. Ardia pra caralho — Porra — Murmuro baixo, me virando na direção da panela novamente, vendo que o frango ainda precisava de preparo, então apenas lavei a queimadura com um pouco de água na pia — Pare de falar merda, eu estava falando sobre a comida, loiro irritante.

Mas que merda ele estava falando, afinal? Seus olhinhos pareciam tão inocentes quando me encararam à primeira vista na caixa mais cedo, e agora ele agia como se fôssemos jogar tudo encima da mesa ao chão e transar ali mesmo. Garotos, o que eu poderia esperar vindo de um deles? Completamente previsível, e certamente detestável. Talvez eu comece a andar com algumas pedras no bolso, para atirar nele sempre que abre a boca para afirmar algo completamente insano que me tire do sério.

— Você é muito desatenta, trolha, como posso confiar em te deixar na cozinha se já está se machucando? — Newt se levantou, balançando a cabeça negativamente. Mas ele não fez seu caminho até mim, e sim à uma gaveta próxima da geladeira. Ele tirou de lá um pequeno pote com algo branco dentro, e só então, veio até mim. O loiro pegou a minha mão com cuidado, analisando a queimadura antes de me encarar e dar um sorriso de canto. — Eu também estava falando sobre comida, não notou? Tem um sério problema de interpretação, florzinha.

Ele soltou minha mão e abriu o pote, pegando uma pequena quantidade de algo que parecia ser uma pomada. Segurou em minha mão novamente e passou pelo local avermelhado. Franzi meu cenho, rapidamente afastando minha mão, não esperava que ele tratasse de uma queimadura superficial, na verdade, eu não precisava de sua ajuda.

— Sempre tem pomada aqui, Caçarola nem usa mais porque as mãos dele já estão com uma camada extra depois de tantas queimaduras. Mas os trolhos que tentam se aventurar na cozinha acabam que nem você. Tome mais cuidado.

— Você fala como se fosse um sabichão — Reviro os olhos, finalmente desligando o fogo e me virando de costas para ele. Não queria encará-lo, não queria sua ajuda —, foi só uma queimadura superficial, não é o fim do mundo. E eu me queimei por sua causa, você só abre a boca para falar alguma merda que me tire do sério.

Encolho os ombros o afastando com a mão, o empurrando levemente na direção da mesa, então peguei alguns potes no armário superior que Caçarola havia me indicado mais cedo, caso eu sentisse fome e quisesse comer algo, então coloquei o frango com as cebolas caramelizadas e os legumes com molho agridoce, separando em quantias iguais para os dois potes, os colocando sobre a mesa e me sentando para comer. Ergui o olhar para o loiro e indiquei que se sentasse. Depois de suas gracinhas repetidas, e eu o deveria deixar dormir com fome. Sabichão. Ele se acha o sabichão, e isso me irrita pra caralho.

— Não estou falando como um sabichão, só pensei que você não iria querer passar o dia com dor na mão — Newt deu de ombros e se afastou depois do empurrão, voltando a se sentar onde estava antes. Ele desviou o olhar de mim, encarando um lugar qualquer no canto da parede. — Te tirar do sério é muito fácil então.

— Só... Come — Afirmei respirando profundamente e deslizei o pote juntamente do garfo em sua direção, estreitando os olhos na direção do ferimento, tudo bem, ele tentou ajudar — E obrigada. Não vai se repetir, mas para um primeiro dia, em que eu não sei nada além de meu nome, minha cabeça estava cheia o bastante para me distrair quando coloquei a mão na superfície quente.

— É melhor eu te deixar sozinha enquanto você conhece a cozinha, tenho que falar com Alby e Caçarola sobre se tornar uma cozinheira — Newt pegou o garfo e não demorou muito a levar a comida até a boca, ele parecia bem concentrado em sua comida. — E não diga que não vai se repetir, esse tipo de coisa acontece. Não vou ficar na cozinha, mas o fogo e facas sim. Estou aqui a três anos e ainda me corto com as ferramentas de jardinagem.

— Hm — Murmuro enquanto experimento a comida, estava boa, na verdade, deliciosa, ainda que eu quisesse mais coisas para cozinhar. Na próxima, talvez iria por conta atrás de colher alguns temperos. Será que eles cultivam manjericão por aqui? — Espero que esteja do seu gosto, fazendeiro.

Zombei ao escorar-me ao balcão de mármore frio, enquanto comia silenciosamente minha comida. Estava torcendo para ao menos conseguir pregar os olhos nas próximas horas, não queria acordar feito um zumbi no dia seguinte, completamente morta pelo sono, é incapaz de fazer qualquer coisa que seja. Preciso de um pouco mais de resistência, preciso provar que posso ser útil aqui dentro, ou esse loirinho cheio de si só encontrar mais motivos para me apontar o dedo.

— Eu não quero ficar acariciando seu ego, que eu tenho certeza que é enorme — Newt revirou os olhos e se levantou, sorrindo de canto. Ele mostrou o pote, vazio. —, mas você cozinha bem, muito bem. Então se precisar de alguma coisa da horta pra continuar cozinhando assim, me avise. Ou sei lá, a algum dos outros trolhos que trabalham lá.

Impressionante, então ele também sabia elogiar. Inegavelmente um sorriso curto curvara-se em meus lábios e assenti positivamente, logo que terminei de comer, lavei o pote e o garfo, deixando-os secar em um escorredor feito de bambu que havia no canto do balcão, então sequei minhas mãos, mordendo o lábio inferior ao sentir o ardor, talvez eu fosse procurar pelos socorristas mais tarde, então me direcionei até a porta, estreitando os olhos na direção do loiro.

— Vou procurar por você, fazendeiro.

— Vou procurar por você, fazendeiro

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𝗗𝗨𝗦𝗞 𝗧𝗜𝗟𝗟 𝗗𝗔𝗪𝗡 || Maze Runner - NewtOnde histórias criam vida. Descubra agora