𝟬𝟬𝟱. 𝗙𝗲𝗱𝗲𝗹𝗵𝗼 𝗹𝗼𝗶𝗿𝗼

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❝ I wanna make you mine

Um suspiro profundo ressoou de meus lábios quando senti o ar escapar de meus pulmões, sentindo um alívio percorrer-me quando finalmente abri os olhos, percebendo que tudo era um sonho

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Um suspiro profundo ressoou de meus lábios quando senti o ar escapar de meus pulmões, sentindo um alívio percorrer-me quando finalmente abri os olhos, percebendo que tudo era um sonho. Apenas um pesadelo parecera me perseguir. Palavras desconexas eram soltas juntas de imagens borradas e eu podia ouvir gritos ao fundo, é só de me lembrar, causava-me arrepios.

No entanto, franzi meu cenho em surpresa quando percebi que o fedelho loiro também estava ali. Fora inevitável desviar meu olhar, ele parecia preocupado, e isso me fazia questionar se eu estava ofegante demais, falando enquanto dormia ou então, me contorcendo, desesperada. E afinal de contas.... Há quanto tempo ele estava ali? Prensei meus lábios em uma linha fina e passei as mãos em meu rosto, puxando o cobertor sobre meu corpo, que ainda estava arrepiado pela memória ruim.

— Estava me observando dormir? — Perguntei levemente rouca, limpando a garganta e apoiando a cabeça em minha mão, mordendo meu lábio inferior — O que... Estava fazendo?

— Eu tinha dormido, mas você começou a se mexer muito e eu acordei — Ele disse, o tom sério presente em sua voz. As sobrancelhas levemente franzidas indicando preocupação. Ele abaixou a cabeça e suspirou antes de voltar a me encarar, logo se aproximou, ajoelhando-se ao lado da cama. Ele realmente esteve aqui esse tempo todo? Porra — Você começou a falar e a ficar ofegante, quis te acordar mas não sabia como. Encostei no seu braço e você abriu os olhos - Seus dedos tocaram minha testa, e me esquivei por um momento, vendo que suava frio — Parecia um pesadelo bem ruim.

— Eu estou bem, não precisava ter feito isso —
Afirmei me colocando de pé, finalmente, logo começando a ajeitar o lençol e o edredom sobre a cama. Não queria sua pena ou sua preocupação, só queria um tempo para conseguir dormir, e até que consegui, mesmo que por não tanto tempo quanto eu esperava. Definitivamente não poderia continuar assim, dormindo no mesmo quarto que um garoto, ou então, ele não dormiria a noite toda, me observando Conseguiram arrumar algum colchão?

Perguntei enquanto ajeitava a cama, logo que finalizei, me direcionei até a porta, cruzando os braços ao notar que a fogueira ainda estava acesa, talvez eu de fato não tivesse dormido o bastante, a maioria dos garotos ainda estavam bebendo e empurrando uns aos outros no círculo da morte, que fora como nomeei. Ajeitei meus fios, alinhando minha franja e olhei para o loiro por cima do ombro. Garoto, você não está facilitando para que eu confie em você. Pode afirmar quantas vezes quiser que não pretende me machucar ou que é confiável, mas me observar dormir... Ainda parece bastante estranho.

— Eu não tive muita escolha, trolha —
Um sorriso de canto apareceu nos lábios dele e ele se levantou em seguida. Ao ouvir minha pergunta, Newt encarou o chão, fazendo com que meus olhos encontrassem o colchão no canto do quarto, e apertei meus lábios levemente. — Responde a sua pergunta? Gally vai terminar a cabana em breve, assim ninguém precisa dormir no chão. Está com fome, fedelha? Depois de ter se mexido tanto, deve estar.

— Acho que leu meus pensamentos, loiro — Uma risadinha ressoou de meus lábios e agradeci mentalmente pelo colchão ali presente. Eu imaginei que passaria algumas noites sem conseguir pregar os olhos e muito em paz por estar dividindo a cama com alguém, mas para meu alívio, teria um colchão próprio —, não me lembro a última vez que comi. Porra, eu realmente não me lembro.

Ainda que parecesse cômico, era bastante trágico, eu sequer tinha a memória de coisas simples da minha vida antes daqui, não sabia se já tive esses pesadelos antes, tampouco sabia do que gostava ou não. Minha mente parecia em branco e a única certeza agora era meu nome, que eu temia descobrir que era mais uma das coisas que eu estava incorreta, por isso precisava conversar com a Daon, ela sim, parecia saber sobre alguma coisa. Qualquer coisa que fosse.

Mordi meus lábios tentando afastar os pensamentos por um momento e então finalmente saí do quarto. Tinha uma boa memória fotográfica, o suficiente para seguir na frente para chegar até a cozinha. Caçarola havia apresentado o local, e ainda que estivesse em um período de estiagem e seca, tinham o suficiente para o próximo mês com a colheita que conseguiram, então eu poderia fazer legumes salteados e alguma proteína, se é que teria alguma. Não sei exatamente o motivo, mas era como se meu organismo pedisse por essa refeição, especificamente essa refeição, legumes refogados e talvez um frango grelhado.

— Só não coma o prato, ele não é comestível —Disse sarcasticamente, passando por trás de mim para pegar sua própria refeição. — Você vai trabalhar comigo nos jardins, fedelha. Espero que goste de plantas, e não se importe em colocar suas mãos na terra.

— E quem determinou isso? — Perguntei cruzando meus braços, observando os legumes frescos colhidos e exatamente quais deles eu usaria. E se eu não quisesse trabalhar com a terra o dia todo? Não queria complicar absolutamente nada, mas esse discurso não parecera igual ao de Alby mais cedo — Você?

— Sim, eu — Afirmou, com um sorriso estranhamente presunçoso. Ele inclinou a cabeça para o lado e suspirou. — Jeff não precisa de mais ninguém nos médicos. Você não suportaria ficar cinco minutos com Gally e Daon nos construtores. Corredora, fora de questão. Caçarola não gosta que toquem nas panelas dele. E o matadouro... Não sei, não parece sua cara.

— Corredora fora de questão? — Uma risada ressoa de meus lábios e o encaro de forma desdenhosa, sentindo uma pontada de raiva surgir em meu interior, mas respirei fundo —
E o que sabe ao meu respeito, dono da razão? Alby me disse que vocês fazem aquilo que está de acordo com seus gostos, eu sinto muito, mas não acho que dentre todas, viver com uma enxada e terra nas mãos, me soa como a que mais "parece minha cara".

Faço aspas com as mãos, abrindo um sorriso irônico em meus lábios, logo pegando alguns ingredientes e seguindo para lavá-los, uma receita parecia perfeitamente formar-se em minha memória, ainda que eu não soubesse exatamente quando a aprendi. Talvez cozinhar estivesse em uma de minhas qualidades, mas só descobriria depois de experimentar algo feito por mim, talvez eu esteja muito enganada no final o resultado seja péssimo.

— Sim, fora de questão. A não ser que você convença o Minho do contrário, ele é o encarregado dos corredores — Newt deu de ombros, ignorando minha pergunta e virando de costas para a bancada da cozinha, pegando uma maçã dentro de uma sexta, que petulante.

— É só isso? — Rio de forma nasalada e aperto as mãos contra o balcão, começando a cortar por fim os legumes. Tudo bem, eu deveria esquecer disso por agora, ainda que me subestimasse sem nem mesmo conhecer-me, eu não podia esperar muito de, como devo dizer... Um homem — Está com fome? Estou pensando em fazer alguns legumes refogados com frango grelhado, posso cozinhar pra você.

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𝗗𝗨𝗦𝗞 𝗧𝗜𝗟𝗟 𝗗𝗔𝗪𝗡 || Maze Runner - NewtOnde histórias criam vida. Descubra agora