5. idolo do pi

652 57 62
                                    

Quando se deu conta Alexandre estava mexendo nos armários e gavetas buscando por algo.

— Não é melhor a gente ir pra algum restaurante?

— Ah, não. Muita gente, fotos, 5 minutos até os paparazzis descobrirem onde eu estou. É melhor aqui. Ótimo, carbonara.

Ela assistiu enquanto ele colocava o avental e passava a cozinhar, mexendo na cozinha dela como se já fosse de casa.

— Você não gosta de cozinhar muito, não é? — Ele falou, com a cabeça baixa enquanto preparava a comida.

Giovanna demorou um segundo para entender o que aquele cantor estava fazendo no meio de sua casa.

— Ah.. Não. Eu não gosto. — Admitiu.

Alexandre parou na frente da geladeira, onde viu um tanto de fotos dela com Pietro, desde que ele era pequenininho.

— Teu guri é bom demais. Vocês são muito próximos? — Ele abriu a geladeira na sequência continuando a receita.

— Muito. Quer dizer.. Ele é meu filho então no final das contas a gente sempre briga mas.. Ele é meu parceiro, minha pessoa favorita. E você?

— Ah, eu não tenho filhos. — Ele deu de ombros.

— Mas é próximo dos seus pais?

Ele pigarreou.

— Meus pais se foram quando eu era muito jovem. — Explicou, com uma certa normalidade. Ela via, no entanto, o quanto isso era dolorido para ele.

— Me desculpa, eu não queria..

— Ei, tá certo. — Alexandre a acalmou. — Eu quero te conhecer melhor, é justo que você me conheça também. As coisas boas e ruins, né?

Ela assentiu.

— Eu não conto isso pra qualquer pessoa. Na verdade eu sempre evito. — Alexandre se estranhou por um momento. — Pra mim é sempre muito difícil confiar nas pessoas.

— É.. — Giovanna ficou olhando para ele.

Merda, como era bonito.

Se sentaram à mesa e comeram juntos. Giovanna aproveitou e trouxe um vinho que achava que ele fosse gostar, e ela estava certa.

— Com quantas pessoas o Murilo te traiu? — Ele perguntou entre o jantar.

Giovanna arregalou os olhos rindo.

— É sério? Nenhuma pergunta mais leve antes, tipo, Gio, qual sua cor favorita?

— Gio, qual sua cor favorita? — Ele perguntou antes de tomar um gole do vinho.

Aquele era o tipo de homem que ia direto ao ponto.

— Essa é uma pergunta extremamente pessoal. — Ela brincou.

Alexandre gargalhava com ela. Suas expressões faciais eram as melhores. Ela era muito linda e divertida.

— Algumas. Não quis saber quantas. — Ela balançou a porta cabeça negativamente.

— Se abre comigo! — Ele insistiu.

— Não quero me abrir com você. — Ela ria, em negação.

— Qual é, o que pode acontecer de tão ruim?

— Talvez o mesmo que já aconteceu comigo? — Ela rebateu.

— Eu não sou o Murilo.

Giovanna riu.

— Você é pior que ele?

— Por que? Você me acha mais bonito?

Ela balançava a cabeça negativamente ainda rindo, muito constrangida. O telefone tocou e ela atendeu, se afastando.

— Oi Pi, filho. Chegou bem, meu amor? A mamãe tava quase chamando o resgate pra você! — Ela exagerou brincando com o menino. — Me conta tudo..

Entrou para a sala e deixou Alexandre sozinho. Ele deu uma olhada ao redor e encontrou uma sala com livros e um piano. Se sentou ali e começou a tocar algumas notas de uma composição que havia feito, somente ele.

De repente passou a sentir inspiração e as notas foram se encaixando. Ele tentava construir uma melodia e sussurrava a letra tentando encaixar tudo.

Giovanna apareceu de repente e ele acordou do transe, parando imediatamente.

— Que música é essa? — Se interessou. — Acho que nunca vi o Pi escutando essa, ou eu saberia de cor. — Ela se escorou no piano, ao lado dele.

Alexandre sorriu com o canto do lábio.
Era engraçado que um adolescente acabasse fazendo a mãe escutar tanto assim uma banda a qual ela não tinha muita afinidade. Mas Giovanna parecia ser a melhor mãe do mundo, portanto, estava com Pietro onde fosse.

— Não é nada.. É.. Uma coisa minha. — Ele coçou a cabeça, sem jeito.

— Eu gostei. — Giovanna apoiou a mão no ombro dele, acariciando e tentando animá-lo. Ele parecia sensível sobre isso. — Esse sim é o tipo de música que me interessa.

Alexandre olhou para cima e encontrou aquele sorriso lindo dela. Levou a mão até sua perna, puxando a mulher mais para si. Giovanna deu dois pequenos passos, ficando de frente para ele, que ainda permanecia sentado no piano. A boca dele estava na altura dos seios dela, do decote da blusa.

Ela fechou os olhos sentindo ele deslizar os lábios por ali delicadamente.
Alexandre se levantou subitamente e a beijou na boca, agarrando sua cintura e colando contra a sua. A levantou no colo e a sentou no piano, enquanto suas bocas trocavam o que para ambos era o melhor beijo do mundo.

Ele não conseguia pensar em absolutamente nada enquanto sentia o gosto da boca dela. Essa mulher o estava deixando louco desde que a viu por primeira vez, e agora finalmente tinha uma chance.

Giovanna fugiu dele, se levantando. Alexandre não deu folga e caminhou atrás dela.

— Eu não posso.. A gente não pode..

Ele a beijou na boca mais uma vez e ela correspondeu sem ter o mínimo de força para fazer o contrário.
Sentiu a pegada forte dele enquanto enfiava os dedos entre seus cabelos e comandava aquele beijo tão ardente de paixão, de desejo.

Sentia seu coração extremamente acelerado, e então o empurrou.

— Eu não quero..

Alexandre tinha os lábios avermelhados pelo batom dela. Deu um sorrisinho de canto, puxando a mulher pela cintura.

— Você quer sim. — Sussurrou antes de atacar a boca dela novamente.

E mais uma vez Giovanna correspondeu. Apoiou as mãos no peitoral dele, tentando o afastar mas sem fazer força alguma. Sentiu as mãos firmes dele deslizando e explorando todo seu corpo, a prendendo firmemente contra si, acariciando sua bunda e depois apertando.

Giovanna levantou o rosto para o teto e respirou fundo.

— O Pietro vai infartar se souber que eu estou fazendo isso. E eu já disse, nada de celebridades. Vai embora, por favor, Nero. Por favor.

Giovanna implorou.

Ele engoliu seco, tentando se acalmar.

Deu alguns passos para trás e viu como tinha deixado aquela mulher descabelada e com um aspecto ainda mais delicioso do que antes. Aquela carinha de quem aprontou e que queria mais, ele sabia, muito mais.

Assentiu e colocou o boné juntamente com os óculos.

— Tchau, Giovanna. — Ele murmurou com dificuldade beijando o rosto dela e depois saiu pela porta da frente.

Giovanna se jogou no sofá respirando fundo e pensando sobre o que tinha acabado de acontecer ali. A melhor coisa do mundo inteiro.

the alchemyOnde histórias criam vida. Descubra agora