13- Elara

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Acordei pouco antes do sol se pôr e fui fazer uma refeição para meu esposo. Passei meu tempo na sala de higiene, cuidando dos meus assuntos, e depois fui direto para a cozinha.

Tive a ideia de fazer uma torta com massa de nozes e castanha triturada, e recheio de fruta.

Primeiro desidratei uma frutinha bem gostosa que tinha lá na geladeira, seu nome era jomb e me lembrava um pouco as tâmaras no sabor adocicado. Então misturei ela com as castanhas e nozes e triturei tudo formando uma massa consistente. Forrei uma forma com a mistura e depois bati um legume que lembrava bastante uma mistura de abacate na textura e o sabor da banana, com jomb para adoçar, e recheei minha torta, depois levei para a geladeira.

Finalmente achei uma forma aceitável de preparar muffins e o recheio usei frutinhas de Golin e tostei as verrugas da bendita planta que meu esposo dizia não ser boa para consumo e salpiquei por cima do bolinho para agregar crocância.

Consegui tempo para torrar alguns grãos e fazer uma bebida que com muito esforço me lembrava café. A bebida em si ficou muito agradável, mas eu queria café e a frustração de encontrar outro sabor foi meio grande, mas tem gente que toma café de dente de leão e acha bom, eu que não ia renegar meu café alienígena. O que importava era que o bendito grão tinha níveis aceitáveis de cafeína e eu precisava muito de um ânimo.

Consegui fazer leite vegetal, e com o resíduo fiz um tofu maravilhoso, essa foi a surpresa mais agradável da minha manhã. As coisas podiam ser difíceis, mas eu ficaria bem. Aquele tofu renovou minhas esperanças. A essa altura, com quase três dias morando com Zephyr, já tinha um número agradável de opções de farinhas vegetais, que usei para fazer receitas diversas naquela manhã e provavelmente usaria no almoço.

Quando estava colocando tudo na mesa, Zephyr entrou apressado na sala.

- Amor, acordei e você não estava na cama. Está tudo bem?

- Sim, só queria cozinhar para você.

Ele me abraçou e me deu um beijo delicioso, enquanto descia as mãos para agarrar minha bunda.

- Eu sinto muito, fui chamado com urgência para resolver um conflito no asteroide Huukj e não posso ficar pra comer.

- Sério, já? Bom leve de lanche para comer na viagem. Vou preparar uma marmita.

Levantei rapidamente e fui para a cozinha, e enquanto preparava tudo, me dei conta de que ficaria sozinha.

- Não fique triste amor, eu volto logo. Venho o mais rápido que puder. E podemos nos comunicar pelos braceletes.

- Não é a mesma coisa. Estou com medo, não conheço ninguém, e vou sentir sua falta.

- Eu sei. Se pudesse não sairia da cama hoje. Obrigado pelo lanche.

- Quando chegar na nave me avise por favor.

- Claro. Até mais.

Com um último abraço, Zephyr se despediu e foi embora de vez. Voltei para a mesa e toda a animação e esperança que cultivei no preparo da refeição se desfez diante dos meus olhos.

- Oi. Está pronta para nosso treino?

Ouvi Eulazy falando atrás de mim.

- Como você entrou?

- Pela porta. Zephyr me avisou que você estava sozinha porque ele teve que ir trabalhar e hoje calhou de ser minha folga, então vim acompanhar seu treino.

- Obrigada Eulazy, mas eu sei que vocês não tiram folga.

- Geralmente não, mas como eu sabia que Zephyr podia sair a qualquer momento, fiquei de sobreaviso e tirei minha folga.

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