1-Elara

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Oi pessoal, tudo bem? Faz um tempinho desde que lancei minha primeira história aqui na plataforma, e depois disso deixei na gaveta dois projetos antes de engajar esse. E como eu sempre digo, eu sou ansiosa, se não tem a história toda eu nem leio. Por isso só trouxe doce encontro pra vocês quando estava finalizando. Enfim, não quero me alongar muito aqui. Boa leitura!

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- Alô amiga? Pode me encontrar em casa em meia hora? - Essa ligação acontece todos os dias desde que entrei no restaurante há três anos. Todos os dias quando termino meu turno, ligo para minha amiga Tamar para ela me encontrar em casa para conversarmos. É nossa forma de manter a amizade sempre forte, independente das barreiras que a vida impõe. Se tive um dia ruim ligo para ela, se tive um dia bom eu ligo para ela. Nos dias ruins nós comemos comida de conforto e choramos abraçadas, nos dias bons nós geralmente abrimos um vinho chileno ou fazemos mimosas, o que for mais fácil e eu tiver na geladeira disponível.

- Posso, mas o que está acontecendo pra você estar com toda essa pressa? - pergunta minha amiga curiosa do outro lado da linha.

- Preciso de ajuda, quero fazer uma surpresa pro Marcos. - Respondo de forma efusiva. A alegria hoje é tanta que mal caibo em mim.

- Está bem, a gente se vê já, já. - Responde ela meio desanimada.

Nós crescemos juntas na Casa transitória do amor e esperança. Eu sei o nome é além de brega, sem criatividade nenhuma, mas esse tipo de instituição tem essas características normalmente, então não é tão incomum.

Eu fui recolhida da minha família original aos quatro anos, por que meu pai nos abandonou e minha mãe não conseguia cuidar de mim. Fiquei sabendo que ela mesma ofereceu que eu fosse recolhida, tentando me dar melhores chances. Isso foi pouco depois de o planeta ser invadido por uma espécie alienígena.

Sim, isso mesmo. Meu pai fugiu por medo dos alienígenas, pelo que ouvi dizer, eles chegaram no dia 23 do mês de abril, fizeram o primeiro contato, anunciando que eram uma espécie de um planeta distante da nossa galáxia e que formariam uma colônia no nosso planeta.

Os Dremut são uma espécie assustadora. Os machos são altos, com pelos azulados por todo o corpo, rosto e asas de morcego. Suas fêmeas tem uma pelagem clara, e um estilo de cabelo punk, raspado nas laterais e mais longo no topo, e a parte sem pelos ou cabelos parecem ter tatuagens tribais, mas como os padrões são basicamente os mesmos, mudando poucas linhas, acredito que elas já nasçam com esses desenhos. Apesar da aparência exótica que causou assombro na grande maioria das pessoas no planeta, os Dremut se mostraram uma espécie bem pacífica, sendo as diferenças culturais e sua falta de traquejo social as discrepâncias mais desafiadoras.

Os governos de alguns países instauraram uma quarentena para a população, visando proteger os cidadãos de possíveis ataques. No Brasil aconteceu isso. Porém durante um Lockdown pessoas não trabalham, e minha mãe foi ficando sem condições de cuidar de mim. Meu pai nunca voltou, e mesmo depois de extensas negociações entre os governos humanos e os líderes dos Dremut, um acordo foi estabelecido, mas a economia sofreu um grande abalo.

Na verdade, a Terra passou a ser um planeta protegido do acordo universal dos planetas primitivos. Esse acordo visava proteger os interesses das espécies nativas do planeta Terra e toda sua diversidade, mas como o interesse econômico era muito grande, os governos humanos se uniram para formar uma frente unificada perante os alienígenas, a União libertária dos continentes, liberaram um país pequeno para que os Dremut formassem sua colônia na Europa chamado Liechtenstein, pois era um dos países com menos habitantes portanto seria fácil separarem a colônia alienígena da população local. Desde que eles não atrapalhassem nem prejudicassem o meio ambiente, e em troca dessa colônia eles compartilharam algumas tecnologias pontuais.

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