Doce encontro

5- Elara

Gente um recadinho: Se vocês perceberem, agora no começo os capitulos da nossa mocinha são maiores, isso é proposital ok? Além de nossa mocinha ser muito prolixa e falar mais que o homem da cobra, é um detalhe importante para o enredo. Prestem atenção nisso. Também não estranhem que uma hora ela estava aqui e na outra ela estava lá, também é proposital, para passar a sensação de que apesar da distancia, Elara está tão abalada emocionalmente que mal registra a viagem, afinal apesar de ser um romance, a situação dela é muito delicada e difícil.

***

- Eu estou tão feliz por você amiga! Seu noivo é lindo, sua vida vai melhorar, você vai morar em um planeta lindo! Ai ai, que emoção.

- Eu estou com um frio absurdo na barriga. E se não me adaptar a cultura do povo deles? E se não conseguir dar um filho a ele? E se eu sentir falta do sol? Te falei que eles têm hábitos noturnos? Amiga, eu estou sinceramente bem preocupada.

- Que nada, relaxa. Você pediu um noivo paciente e calmo, vai dar tudo certo. Queria poder ir contigo sabia?

- Eu queria poder ter você comigo. Se tem uma coisa que me deixou triste nisso tudo, foi ter que me separar de você amiga.

- Para de falar isso, vamos nos falar com frequência porque quero ver seu novo planeta, quero saber como é a vida e a cultura lá, como serão os parentes do seu noivo. Fique empolgada comigo vai? Será muito menos difícil, vai por mim.

Nos abraçamos de novo, e então eu entrei na nave que me levaria para a minha nova vida em outro planeta, numa galáxia distante. Não tive muito tempo para me preparar psicologicamente para uma mudança tão significativa, mas estava tentando ser positiva. Na minha mala tinha algumas roupas que eu acreditava que me fariam sentir menos aleatória. Pesquisei tudo o que Seraphina me deu sobre o povo de Luminarids. Seus estilos de roupa, de vida, de culinária que para mim que sou chefe de cozinha era extremamente importante. Pesquisei sobre os costumes, sobre como era a anatomia do povo, e descobri que eles tinham muitas semelhanças físicas com os humanos terrestres.

Fiquei um pouco preocupada porque como era cultural do povo manterem o celibato até se casarem, assim garantir uma prole legítima, meu medo era meu futuro marido ficar incomodado por eu não ser mais virgem, ou ser mais experiente sexualmente do que ele.

Aprendi que eles costumam morar na casa dos genitores até o casamento, mas seu amadurecimento se dá após dezesseis anos de nascidos, que é quando eles escolhem um bom lugar para morarem com a futura parceira, e cultivam o lugar até que encontrem seu par ideal. Um dos maiores choques que levei ao ler sobre meu novo povo, foi que eles quase nunca se casam por amor, já há muitas décadas não há registro de casamentos por vínculo afetivo em todo o planeta, sendo sempre casamentos por contrato entre famílias, sempre visando o melhor pareamento genético. Como será que eles me olhariam, sabendo que me casei pelo dinheiro? O que pensariam de mim? Das formas e cores do meu corpo?

O povo de Luminarids é um povo esbelto, eles dão muito valor a aparência física, e são infelizmente muito preconceituosos com outras espécies, muitos se recusam a misturar o sangue puro da sua linhagem mesmo sob chance de serem extintos. Eu achei que meu futuro esposo era exuberante, mas depois de pesquisar no material fornecido por Seraphina, percebi que o padrão de beleza do planeta é muito alto. Não existem pessoas obesas lá, todos são atléticos e musculosos. As mulheres são tão lindas que humilham até as famosas mais bonitas da Terra, imagine eu?

Também descobri que apesar de já haverem alguns poucos habitantes de outras espécies no planeta, não há uma colônia humana por perto, na verdade não há uma colônia humana em lugar nenhum do quadrante, a colônia mais próxima fica há um mês de viagem em dobra! Ou seja, não vou poder encomendar nada pela internet. Já estou sentindo falta da comida, dos meus produtos de pele, do meu filtro de barro...