Mar de pesadelos

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"Lua cheia. Peito vazio. Estou na minha mente.
Aquele triste lugar sombrio."

Hana está dormindo, e o remédio começa a fazer efeito, mas ela não esperava que seus sonhos fossem uma memória.

Era seu aniversário, e ela acordou radiante. Apesar dos momentos complicados que sua família estava passando, ela estava feliz que ainda podiam comemorar aquele dia especial juntos. Depois de tomar banho, ela foi para a sala, onde toda sua família estava de pé, sua irmã no meio dos pais, segurando um pequeno bolo com uma vela.

Finalmente, 18 anos, e ela estava contente. Eles começaram a cantar parabéns, fazendo com que ela escondesse o rosto. Hana soprou as velinhas e fez um pedido.

"Quero que minha família continue comigo e que possamos sair desta situação difícil."

Sentaram-se, sua mãe cortou o bolo e entregou uma fatia a cada um, mas já era tarde demais. Hana percebeu tarde demais que o bolo envenenado era um presente de seu tio. Ela agonizava, vomitando o bolo, suas lágrimas descendo como uma tempestade no meio do oceano norte.

"Unnie..."

Era a voz de sua irmãzinha, a quem tanto amava. Hana segurou a mão dela e soluçou lágrimas.

Hana acorda suada e com um pulo, encontrando Joo-yeon ao seu lado com uma expressão preocupada, ajustando os óculos.

— Unnie, você está bem? — pergunta Joo-yeon, cujo apelido ainda dói um pouco em Hana, lembrando-a tanto de sua irmã mais nova.

— Estou bem, Joo-yeon. Foi só um pesadelo — responde Hana, tentando tranquilizá-la.

Mas em seu íntimo, Hana pensa:

"Foi só o maior pesadelo da minha vida, é só a maior dor que tenho que carregar. A única sobrevivente. E no meu aniversário... a culpa é minha."

■■■

Quando Mun acorda, segue sua rotina matinal de higiene e vai até a cozinha, onde Motak está elaborando um plano para encontrar Alexander. Enquanto todos tomam café, Mun percebe que Hana está segurando um copo pequeno de cor cobalto, com pequenas bolhas de ar. Ele se senta ao lado dela e nota o cheiro de álcool misturado ao perfume de cerejas característico dela.

Motak começa a discutir o plano como se estivesse conduzindo uma reunião policial:

— Pessoal, colocamos Alexander na lista de procurados como assassino, mesmo sem provas concretas. É importante alertar a população. Até agora, não encontramos nenhum rastro dele, mas sinto que estamos ficando sem tempo. Hana, você está vulnerável nas mãos de Alexander, e tenho a sensação de que ele está apenas esperando o momento certo.

O comentário de Motak aumenta o medo de Hana, que respira fundo e deixa a mesa sem dar explicações. Ela vai até a geladeira, pega apenas uma garrafa de água e sai do esconderijo.

Ela está correndo o máximo que pode em torno do maior parque da cidade, enquanto o vento frio da manhã preenche seus ouvidos com o som de seus passos rápidos. Hana para por um instante e observa o céu nublado, refletindo sobre tudo o que está acontecendo. Ela vê um lago à sua frente, com crianças brincando ao redor dele, e por um momento, sente uma sensação de paz.

De repente, uma voz ecoa em sua mente, a mesma voz da noite passada, mas desta vez é mais clara.

"Hana... você será a ruína deles e de si mesma."

Ela se sente arrepiar com a voz, e seu estômago se contorce, como se mariposas estivessem fazendo cócegas desconfortáveis em seu interior. Hana não tem certeza se é o espírito maligno falando ou se é Alexander, mas a sensação de apreensão a faz acelerar o passo e continuar sua corrida.

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Ao voltar para o esconderijo, Hana toma um banho e decide vestir uma blusa social preta e uma calça cargo, uma pequena mudança em seu estilo habitual. Desde sua estadia em Singapura, nos últimos meses, ela tem se esforçado para diversificar um pouco seu guarda-roupa.

Joo-yeon a encontra no quarto, radiante, e a convida animadamente.

— Unnie, quer sair conosco? Hoje é dia dos jovens se divertirem!

Hana ri da animação da mais nova e questiona:

— Como assim? Do que está falando?

— Bem... uma vez por mês, Jeok-bong, Woong-min, Mun e eu saímos juntos. Quer se juntar a nós?

— Se tiver bebida, eu topo.

— Hoje teremos, Jeok-bong escolheu o lugar. Ele está convencido de que vai encontrar uma namorada em uma boate.

Hana ri do comentário e aceita o convite:

— Então eu vou, obrigada pelo convite.

Joo-yeon sorri e as duas saem. Ao chegarem à sala, os três rapazes estão sentados no sofá, distraídos com seus celulares, aguardando Joo-yeon. Os olhares de admiração para Hana não passam despercebidos.

Mun, ao vê-la, se levanta. Ele a encara por um momento, notando sua blusa social preta e seus cabelos soltos, e sente o perfume de cereja que ela usa, sem o cheiro de álcool. Mun volta rapidamente à realidade, desvia o olhar dela e diz:

— Vamos logo, pessoal, mas não exagerem. Pode aparecer um espírito maligno.

Ao chegarem, a música alta os envolve, mas Mun particularmente detesta isso. Ele veio apenas porque sabe que é o único que ficará sóbrio, assim como Hana, que está tão acostumada a beber que não age como uma bêbada louca depois de algumas garrafas.

Eles vão para a área VIP e se sentam no sofá. O garçom passa por eles e pergunta:

— O que vão querer?

Joo-yeon pede o mesmo para todas, mas Hana faz um pedido diferente:

— Eu vou querer uísque e tequila.

Mun olha para ela, um tanto surpreso, e depois observa o garçom se afastar para buscar o pedido.

Enquanto esperam, começam a conversar sobre a vida cotidiana. No entanto, Hana não pode deixar de se sentir excluída no meio das risadas sobre o que eles têm feito ultimamente, fora de sua vida de caçadores.

Prévia do próximo capítulo:

Mun vira o rosto para ela, ficando a centímetros de distância, e responde:

— Eu gosto do meu jeito de viver, Hana. Sinto muito se pareço patético por isso.

Oii neste capítulo quero dar bônus, créditos à love_munhana que em uma das minhas histórias anteriores comentou que:
"veio uma fic na minha cabeça que a Hana não gosta do aniversário dela, porque foi o dia que os pais e a irmã dela morreram e ela ficou em coma por isso é uma data dolorosa mais ninguém sabe." e eu à respondi que ia fazer isso em uma das minhas histórias.
Enfim espero que estejam gostado do capítulo, me digam então.

Até breve!

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