Memórias do passado

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"Eu quero testemunhar,
gritar sobre a luz sagrada,
Você me traz de volta a vida,
E tudo isso em nome do amor."

Mun se move lentamente até o quarto de Hana, os machucados já estavam sarados, mas ela ainda tinha a aparência de alguém falecida. O ambiente estava pesado, carregado de tensão e preocupação.

Ele se senta ao lado dela, sentindo um alívio momentâneo por estar bem. Em seguida, Mun chama os outros para irem ao Além e tentar entender a situação em que Hana se encontrava. O coração dele quase para ao ouvir Wigen dizer:

— O coma dela é irreversível, médicos não podem trazê-la de volta, a não ser ela mesma.

— E ela? Não quer voltar? - Mun pergunta, angustiado.

— Não sabemos, já deveria. E se ela não retornar, Woosik pode desaparecer. - Wigen responde, preocupada.

Mun questiona novamente:

— Nós não podemos fazer nada por ela? Tem que haver uma solução.

Su-Ho, hesitante, sugere:

— Sim, existe uma maneira, mas é arriscado.

Motak, ansioso, incentiva:

— Vamos, apenas nos diga. Temos que trazê-la de volta!

Su-Ho respira fundo e continua:

— Alguém teria que entrar na mente de Hana, tentar convencê-la a acordar. Mas só pessoas que têm os poderes de Hana têm mais sucesso. Obviamente, há o risco de morrer lá dentro. Se até mesmo alguém como Hana pode morrer tentando, para vocês o risco é ainda maior!

Todos absorvem a informação em silêncio. Joo-yeon, falando baixo, se oferece:

— Eu posso tentar...

— Não - Mun reprova com firmeza. - Eu vou.

Todos naquela sala branca ficam tensos diante da coragem de Mun em se oferecer para correr um risco tão grande por alguém que inicialmente ele pensou em evitar, mas que agora se tornou uma amiga querida para ele. O ambiente reflete a tensão, com todos parecendo pálidos.

— Antes de irem — Wigen começa a dizer — O Além estava perdendo o equilíbrio, o que está acontecendo com a Hana é horrível e está afetando a todos nós, principalmente a algumas horas atrás... então fiquem atentos. Temos que encontrar Alexander e parar ele, antes que seja tarde mais.

Mun percebeu que Wigen não contou tudo e que havia mais coisas por trás, mas decidiu que era apenas sua mente brincando com ele e logo esqueceu dessa suspeita.

Todos ouvem isso com atenção e assentem em concordância.

De volta à Terra, Mun entra no quarto de Hana, e os outros se espalham, aguardando com expectativa o que está por vir. Ele pega na mão dela e depois coloca a mão sobre a testa dela, chamando o território para ter melhor acesso à mente dela. Com as luzes coloridas subindo do chão, Mun fecha os olhos e é envolvido pela escuridão do mundo em que ela vive agora.

Ele caminha inicialmente por um lugar totalmente escuro, e então a luz revela uma casa antiga. Mun entra no local e abre a porta lentamente, encontrando Hana soluçando ao ver a si mesma e sua família à beira da morte.

Com uma expressão de preocupação, Mun se aproxima dela e segura seus braços, desviando a atenção dela, para que olhasse ele.

— Hana, por favor. Deixe o passado! Temos que voltar.

— O que faz aqui? - ela pergunta entre soluços.

Ele paralisa antes de se aproximar mais e falar com ternura.

— Vim te tirar daqui Noona.

— Não,vai embora... ele vai te matar também — ela soluça, derramando lágrimas, e foge.

Mun a segue, e agora estão em outro cenário, um apartamento em Singapura, onde ela está chorando sozinha na cama.

— Noona, por favor! Se continuar aqui vai morrer.

Ela se levanta com os olhos inchados.

— Estou morta há muito tempo. Nem mesmo a bebida me ajuda agora.

Mun finalmente compreende a bebedeira sem sentido dela. Hana sempre foi uma garota solitária, mesmo com uma equipe em Singapura.

— Não, Noona, você tem uma família agora.

Ela ri sarcasticamente.

— Vocês mal me conhecem. Nem sei quem são vocês. Fui idiota de confiar em você. Não sei por que fiz aquilo.

O coração de Mun parece ser rasgado em pedaços e jogado no chão, mas mesmo assim ele diz:

— Você não confiou em mim por ser idiota, Noona. Simplesmente viu que podia, e eu sempre te ajudarei.

Ela absorve as palavras e sente um lampejo de arrependimento, mas, corroída pela culpa, ela sai do quarto após suas palavras cortantes.

Mun segue Hana até o terraço do prédio, onde a noite ventava forte, indicando a iminência de chuva. Ela o encara ao vê-lo entrar, mantendo uma distância de dois metros entre eles. Com voz carregada de emoção, Hana começa a desabafar:

— Mesmo aqui, com essa equipe, eu era totalmente desvalorizada. Sempre fui considerada uma irresponsável para eles.

A expressão de Mun se contrai, sentindo a dor do arrependimento por tê-la chamado de irresponsável um dia. Hana continua, as lágrimas voltando a rolar:

— Quando descobriram que eu ia voltar para a Coreia, ficaram felizes que a garota caótica e bêbada ia sair... — Ela respira fundo, tentando conter o choro, e continua, com a voz embargada e cheia de dor, atropelando suas próprias palavras. — Nunca foram uma família para mim, mas era melhor do que a Coreia, né?

Mun se aproxima lentamente dela, mas Hana recua com passos para trás, mantendo a distância. Ela continua a desabafar sua triste história:

— Dois velhos chatos e um jovem casal, eu não me encaixava lá, mas eles amavam os meus poderes... algo útil.

Mun, visivelmente irritado, comenta:

— Esse tipo de pessoa não merece ser caçador.

Hana os defende, com um misto de tristeza e ressentimento:

— Eles não são maus, eu que causava problemas. Eu os irritava por agir por impulso, mas eu não conseguia me controlar.

Mun se aproxima mais uma vez, estendendo a mão para ela.

— Eu te ajudo, Hana noona. Me dê a sua mão, e eu nunca mais vou soltá-la. Vamos sair dessa juntos.

Os olhos de Hana brilham por um instante, mas logo ela parece ouvir vozes em sua mente, e sua expressão se torna séria.

— Não posso. Se eu permanecer viva, vou arruinar todo mundo. E ele vai te matar. Eu não quero que isso aconteça.

Mun se aproxima ainda mais, mantendo a mão estendida.

— Hana noona, saia desse transe. Há pessoas te esperando, uma família de verdade que está disposta a encontrar uma solução. Me deixe ajudá-la, estou te suplicando...

Ela, ainda perturbada pelas vozes, olha para trás e começa a subir os degraus. Mun percebe o que ela está prestes a fazer e se move mais rápido para impedi-la.

Hana então sobe na pequena parede do terraço e desliza, os pingos de chuva começando a cair ao redor dela.

— Não! — So Mun grita, correndo em direção a ela.

Previa do próximo capítulo:

— O que foi? Por que me olha assim?

— Seus olhos, parecem os de um espírito maligno... — Mun comenta, nervoso.

Hana fecha os olhos por alguns segundos e depois os abre, parecendo normais.


Oii pessoal! Espero que estejam gostando. Até breve!

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