Capítulo 10

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Eu já tinha postado o cap 10 antes, mas decidi postar de novo, pois não tinha gostado de como o outro tinha ficado. Modifiquei só o final.

Pov: Stan

Estou pensando seriamente sobre a ideia de ir a um psicólogo.

Sinceramente, acho que estou segurando muito bem minha situação fodida, mas acho que é melhor compartilhar meus problemas com alguém profissional do que o fofão que eu chamo de amigo, ou aquele pobre, que tá mais cagado do psicológico do que eu.

Mas eu não quero pedir ao meu pai para pagar uma psicóloga ou um psicólogo para mim. é vergonhoso ter que pedir isso a ele.

Sei que não deveria me envergonhar dos problemas que tenho, e  não deveria me envergonhar de querer melhorar a mim mesmo, mas realmente não quero falar com meu pai sobre isso.

Não quero que ele saiba que a maioria do meu psicológico fodido é culpa dele, e eu tenho certeza que ele irá perguntar o que eu estou sentindo.

Tipo, se eu quero ir a um psicólogo, eu vou contar para ele, não para você, PAI!

Mas...

As vezes me sinto egoísta por reclamar tanto do meu pai.

Tem pessoas que sofrem por coisas bem piores do que eu, e eu ainda reclamo do meu pai, que me dá comida, uma casa, e me deixa sair com amigos.

Talvez eu realmente seja egoísta.

Talvez eu mereça não ter ninguém para desabafar. Talvez eu mereça me sentir sobrecarregado com problemas. E eu odeio que esse lado da minha mente que pensa mau de mim tenha razão.

Eu estou agora ainda na escola, tentando tomar coragem para falar com o ruivinho. Eu estou olhando para ele enquanto senhor Garrinson explica algo que eu não ligo.

Eu queria muito ter a autoestima e a coragem para falar com ele. Queria que ele pensasse que eu sou legal. Queria poder ser legal, na verdade.

Eu sei que não sou uma pessoa muito incrível, e não me orgulho disso.

As vezes, queria ser uma pessoa melhor. As vezes, queria pensar melhor sobre mim. E as vezes, queria poder mostrar para as outras pessoas que eu sou mais que do um simples garoto com problemas emocionais.

Não quero ser lembrado só por isso.

E me preocupa saber que talvez, quando eu morrer, essa seja a característica sobre mim que vão lembrar.

Ele é tão bonito.

Eu queria ser amigo dele.

Eu queria que ele me olhasse.

Eu queria ter coragem.

...

Acho que mereço não ser notado pelas pessoas.

Não que eu queira ser notado, eu não gosto de chamar atenção. 

Mas eu queria chamar a atenção dele..

Sou tirado dos meus pensamentos quando ouço o sinal do segundo intervalo tocar. Eu tenho que tomar coragem para falar com ele.

Levanto da minha cadeira, assim como todo mundo, e me sinto suar. Uma sensação estranha correndo pelo meu corpo lentamente, como se me impedisse eternamente de socializar com o ruivinho. É meu corpo reagindo ao meu medo.

Meu corpo sabe das possibilidades da conversa dar errado.

Saio da sala, e procuro pelos meus amigos. Sempre nos encontramos em uns banquinhos que tem no parque da nossa escola.

Chego lá, e ali vejo Kenny sentando ao lado de Butters no banco. No outro, vejo Bebe e Wendy, de mãos dadas. E em um, vejo o Cartman, sozinho. Ele ocupa quase todo o banco sozinho, mas eu sei que aquele espaço do lado dele é para mim.

Stan x Kyle - Suddenly HomoOnde histórias criam vida. Descubra agora