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𝐀𝐯𝐢𝐬𝐨: 𝐆𝐚𝐭𝐢𝐥𝐡𝐨 𝐞 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐨̃𝐞𝐬.

____ Já era tarde, Harlley havia acabado de chegar do trabalho. Mesmo cansada ela tinha de se arrumar para o baile de mais tarde, a onde o mundo estaria rodeado em danças e uma maldita comemoração desinteressante.
Ela cantarolou penteando o cabelo já seco e escovado, o ondular das pontas bateu em sua coxa a fazendo sorrir.

Com calma ela passou o batom vermelho escuro, os cílios longos e volumosos destacavam a maquiagem dourada e elegante.
Harlley respirou fundo e se colocou de pé. Ainda de calças e coturno preto nos pés. Estava tão bonito só com aquelas pequenas coisas que quase se esquecia de cobrir o olho marcado. Aquela noite era não usaria o tapa-olho, pelo contrário, deixaria todos virem o seu ferimento de batalha.

A campainha tocou e a mesma olhou o relógio mês tava cedo de mais para Yujiro vir a buscar. De dentro do criado mudo ela pegou o revolver e desceu as escadas com cautela.
Quando chegou na metade da sala de entrada a mesma parou e analisou uma fumaça rosada e um cheiro tão doce que embrulhou seu estômago. A mulher respirou fundo e guardou a arma atrás da cintura, abrindo a porta com um olhar tedioso e frio.

- O que você quer Emy?

A moça fedelha estava de braços cruzados e nariz empinado como de costume, o cheiro que Harlley vía e sentia era do corpo podre daquela mulher asquerosa.

- Que tipo de educação é essa? Não vai nem me convidar pra entrar? Que deselegante.

A jovem nada disse. Ela a encarou e simplesmente deu espaço para que a mesma entrasse. Emy como sempre passou a olhar cada detalhe da casa da "filha", a achando grande a suficiente para uma família, com móveis bons e de cores únicas, nada de vasos ou um animal. Era bem melhor do que sua Mansão, e odiava admitir aquilo, mas Harlley tinha um ótimo gosto para quadros.

- Diga o que veio fazer aqui e suma, assim como fez nos últimos quatro anos.

A mulher se virou ouvindo a voz grosseira da mais nova.

- Hum. Vou direto ao ponto, não me permito ficar muito tempo em uma casa tão pobre.

Harlley sorriu de lado.

- Pelo menos eu tenho o que eu quero, e conquistei o que sempre quis. Ao contrário de você, não é mesmo, Emy?

A mulher rosnou e se encolheu frustrada. Nada veio em seguida, o que deixou Harlley surpresa por não ter chovido xingamentos e afrontas. Emy deu um passo para o lado e sorriu de forma irônica.

- É claro. Afinal, você tem ele. Mas me diga Harlley, ele vai gostar de você quando descobrir que já fodeu a quatro?

Em um minuto ela sorria, no outro ela gemeu de dor com o baque contra a parede. Harlley apertou seu pescoço quase o quebrando. Seus olhos azuis prateados brilharam em um vermelho intenso enquanto fogo vinha de dentro de sí. Ela sentiu nojo, a algo pior do que a morte.

𝐁𝐚𝐤𝐢.......

Ela parou e gruniu frustrada enquanto jogava a mulher no chão. Emy tossiu engasgada e sorriu para mesma, sabia o motivo de Harlley nunca ter a matado. Tudo por causa de seu filho, para não traumatizar e ter o ódio do irmão.

- Diga o que quer e suma.

Ela se colocou de pé e arrumou a saia curta.

- Você não irá ao baile. Eu não quero ter o desprazer de ter sua cara bonita estampada pelo salão.

A seriedade de Harlley foi substituída por um riso fraco.

- Você não se garante quando eu estou no mesmo ambiente não é? Sabe que ele se dá muito bem comigo e prefere estourar os tímpanos do que ouvir sua voz.

𝐃𝐢𝐫𝐭𝐲 𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora