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𝐀𝐯𝐢𝐬𝐨: 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐨̃𝐞𝐬 𝐞 𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨.....

_____ Haviam se passado o que? Oito a doze mêses? Seu corpo havia ganhado vida outra vez, sua força estava maior do que o planejado, tendo que ser presa dos pés a cabeça com corrente elétricas. Harlley ainda não tentava fugir, mas sua mente estava devastada, seus olhos pareciam que a qualquer momento criariam garras de tão felinos que estavam.

O cientista cujo se chamava Hard Herton a tratava bem, cuidava de suas feridas e vivia fazendo cada vez mais experimentos. Aos poucos, Harlley foi manipulando um laço entre eles, com pequenos sorrisos e gestos carinhosos. Graças a isso e seu novo ser, os demônios de suas noites nunca mais a tocaram, passaram a ter medo, tentando até criar um laço de amizade depois de tudo.

Aquela manhã, a mesma estava sendo levada na maca de ferro mais uma vez para ver o Doutor, ele a aguardava pacientemente, sabia que era difícil convencê-la a se aproximar de outras pessoas além dele, mas mesmo assim, lá estava ela.

Hard se aproximou ordenando para os demais irem embora e sorriu com as mãos para trás.

- Como está se sentindo? Alguma mudança?

A jovem balançou a cabeça com um pequeno sorriso.
O homem retirou o ferro de sua boca e a mesma lambeu os dentes brancos. As presas em sua boca haviam aumentado e afinado, porém, eram tão duras que nem se tentassem conseguiriam quebrar, cada dente, cada osso, unha e até mesmo órgãos, todos revestido de diamante e titânio, eram indestrutíveis.

O cientista teve fé, e o Deus dele o ajudou, Harlley era sua arma, mas sem controle. Ele já tinha um vínculo com a mesma, sua confiança, mas precisava de sua aprovação para usá-la.

- Se você me soltasse, eu talvez poderia te mostrar.

- Oferta interessante. O que você consegue fazer?

Ela riu com a curiosidade do velho.

- Eu mostro, mas terá de me soltar.

Sua ansiedade era grande de mais, ele olhou para as chaves em cima da mesa, as dobradiças em cada parte da garota, se aproximando o suficiente, ele destrancou seu braço esquerdo.

- Acho que com uma mão você consegue me mostrar.

Um sorriso sombrio veio, ela concordou balançando as mãos suavemente, como se tivesse liderando uma orquestra. Confuso ele ficou, mas seus olhos se arregalaram quando o sangue metálico começou a emergir de sua pele e dançar por sua mão. Cativado ele se aproximou, observando fascinado.

- Isso... Isso é incrível....

- É.... sim.... exatamente.

Quando tocou o resíduo, ele começou a penetrar em sua pele, levemente assustado e olhou para Harlley, que o queimava com os olhos.

- Tire isso de dentro de mim! Pode me matar sabia, esse líquido se tornou venenoso! Harlley!

Ele gritou bravo. A jovem sorriu, as correntes estouraram, caindo uma por uma no chão. De trás da maca uma quantidade absurda daquele líquido começou a emergir, era negro e vermelho, por fora como noite, por dentro como sangue.

Harlley negou vendedo o velho se afastar ainda segurando a mão, que estava preta com bolhas brancas.

- Eu diz tudo por você! Eu cuidei de você! Confiei em você! E é assim que você me trata?! Sua ingrata!

- Ora essa. Devia se sentir aliviado, eu poderia fazer meu sangue correr diretamente para seus membros e os quebrar, seria algo muito doloroso.

Seu rosto se tornou sério. Agora não era mais a criança doce e medrosa de antes agora aquela personagem que a mesma havia criado para seu bem, havia sido destruída, e a verdadeira Harlley havia aparecido. Seria, fria, os olhos sombrios colocaram medo naquele homem.

- Você irá me matar?

Ela pensou um pouco e dobrou as costas para ter mais acesso ao velho.

- Você irá morrer de qualquer jeito. Assim como vc disse, meu sangue é venenoso, mas somente eu posso o tornar assim.

- Eles vão matá-la, vc está incompleta. Harlley, deixe-me cuidar de você. Por favor.

A garota cruzou os braços e negou.

- Não. Prefiro te ver morrendo.

Por fim sorriu de forma sincera, deixando o velho para trás. Escutando seus gritos de dor, manipulando com apenas uma mão, o metal líquido que se tornava sólido e afiado quando usado para o ataque.

Foram dias de treinamento, lutando, controlando, manipulando e investigado. Ela teve informações de onde estava, das pessoas que trabalhavam ali e sabiam da mesma. Cada pessoa ela matou, aqueles que passavam por ela.
Harlley estava na Ásia Central, fodidamente longe de seu país. Muitos guardas vinham em sua direção, e com um mover de mãos eles eram atravessados pelo ferro.

Desapontada, havia matado a maioria, e a minoria havia fugido. Mas estava com raiva, os homens, aqueles homens que sujaram seu corpo, que fazia seu estômago borbulhar e querer vomitar, aqueles não estavam alí.

Uma chance, ela passou por várias portas. A última dela estava em sua frente, sem guardas, médicos ou qualquer outro tipo. O metal começou a derreter, a luz entrou e a mesma saiu.

Livre, finalmente livre, olhou para o mundo a fora e só conseguiu enchergar árvores enormes. Uma floresta grande, ela estava literalmente perdida. Quando olhou ao redor, viu uma mulher loira correr, tentando se salvar. Uma espécie de corrente de ferro se formou e se lançou contra as penas da mulher, a puxando de volta e de ponta cabeça para a mais jovem.

- Me leve para o Japão, e eu te mato rápido, sem dor, se não fizer isso, eu vou estripar você por inteira.

A mulher concordou contendo as lágrimas e mostrou o caminho. Havia um carro de bom tamanho, as duas entraram e Harlley soltou um suspiro. Ela estava nua ainda, apenas o metal líquido cobria sua pele como uma armadura. Era bonito, sua cor era preta com brilho e pó vermelho. Era como ter o universo no corpo, só que mais apagado e cruel.

- Que dia é hoje?

- 28 de Agosto.

Harlley estreitou os olhos.

- Agosto? Se passou quanto tempo? Quantos meses estou aqui?!

A mulher deu um pulo e se encolheu enquanto lágrimas caíam.

- A... A quase dois anos.

Seus olhos se arregalaram. Dois anos? A mesma havia passado tanto tempo presa naquele lugar? Mas não fazia sentido, ela contava os dias certos, a não ser que....

- O que fizeram comigo?

- Tivemos.... Tivemos que apagar você acada um mês, se não, não conseguíamos avaliar o seu desenvolvimento.

- QUE PORRA! VOCÊ TÁ ME DIZENDO QUE PASSEI DOIS ANOS PRESA!

A mulher parou o carro e apertou os braços apavorada.

- Me perdoe, me perdoe. Por favor.

- Você vai me levar de volta, e depois disso, só Deus sabe o que eu vou fazer com vc.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚......

𝐃𝐢𝐫𝐭𝐲 𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora