𝐃𝐢𝐫𝐭𝐲 𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬

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𝐀𝐯𝐢𝐬𝐨: 𝐓𝐨𝐫𝐭𝐮𝐫𝐚, 𝐕𝐢𝐨𝐥𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐨̃𝐞𝐬.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚.....

À uma chama nela, que mesmo não aparecendo, ela sente queimar dentro de seu ser.
Harlley despertou, era o sétimo dia naquele lugar, seu corpo estava magro por falta de alimento, e machucado pelas visitas de cada homem.

As lágrimas já não desciam, não fazia mais sentido chorar, ela já estava morta e nada poderia a ajudar. Harlley precisava lutar e explorar, achar uma brecha naquele inferno em que estava.

Mais uma vez a porta foi aberta, as luzes se acenderam e um dos homens acompanhado de um senhor estranho e baixo se aproximaram.

- Acha que ainda dá pra usar? Ela está praticamente morta.

O homem comentou ao velho baixinho. O mesmo se aproximou e analisou a garota, tendo visão de seus olhos ainda raivosos e frios. Ele sorriu e acenou para o grandalhão, que a pegou pela corrente e a nocauteou.

Eles a tiraram de sua cela e a colocaram em uma maca de ferro azul claro. Seus braços e pernas junto do pescoço foram acorrentados para que não pudesse se mexer.
Em um minuto ela acordou desesperada pela luz forte em seu rosto.

- Vamos ver.... A mandíbula esta quebrada, as costelas destruídas, os ossos de seus braços danificados, alguns tendões rompidos.... Humm. Ela está totalmente destruída, mas fico feliz em saber que é forte o suficiente para permanecer viva. Qual é seu nome jovem?

Harlley o encarou. Não conseguia falar, sua língua estava seca, o corpo parecia mais mole e torturante do que nunca. Onde estava? Quem era aquele homenzinho? Mesmo sabendo das consequências, mesmo tentando não morrer, ela estava por um triz.

- 𝘏𝘢𝘳𝘭𝘭𝘦𝘺..... 𝘏𝘢𝘯𝘮𝘢.

Seu ódio era tão avassalador que não conseguia dizer que infelizmente era Akezawa, mas se alto nomear uma Hanma a fez lembrar de seu irmão, uma lágrima correu pelo canto de seu olho esquerdo e seus lábios se apertaram.

- Hanma né? Interessante. Tem parentesco com Yujiro Hanma?

- 𝘕𝘢̃𝘰..... 𝘱-𝘱𝘢𝘥𝘳𝘢𝘴𝘵𝘰.

De certa forma era verdade, mesmo que ele nem se quer desse a mínima para Emy, ele ainda era seu "familiar" mais próximo de um "padrasto" a se dizer.

- Muito bem. Você tem uma ligação com ele? Já o viu e chegou a conversar com o mesmo?

Ele estava com medo, mesmo não demonstrando Harlley sentia o cheiro de medo quando disse ser uma Hanma. Ele tinha direito de temer, Yujiro era o ser mais perigoso da Terra, e Harlley quando se soltasse, seria o segundo.

- 𝘖..... 𝘖 𝘲𝘶𝘦 𝘲𝘶𝘦𝘳.... 𝘥𝘦 𝘮𝘪𝘮?

O velho soltou um suspiro e revirou os olhos enquanto dispensava o homem ainda parado na porta. Caminhando até a mesa a esquerda ele puxou a mesma até perto de seu corpo. Harlley viu serras, bisturins, tesouras, panos e facas. Ela estava começando a entrar em pânico, quando o velho deliderou se mostrar ser um cientista, colocando uma agulha em seu braço, outra em sua perna e por fim em seu pescoço.

Na bolsa pingava seu sangue, na outra, um líquido prateado e estelar invadia suas veias. Era frio como metal, uma sensação horrível e viscosa.

- Seu corpo é forte. Com cada osso quebrado eu terei de refazê-los, e o que nada melhor do que refazer eles com titânio?

Seus olhos se arregalaram, ela estava sendo forjada como uma espada. Ela seria o que? A porra de uma máquina?!

- 𝘐𝘴𝘴𝘰 𝘷𝘢𝘪 𝘮𝘦 𝘮𝘢𝘵𝘢𝘳, 𝘵𝘪𝘵𝘢̂𝘯𝘪𝘰 𝘯𝘢̃𝘰 𝘱𝘰𝘥𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘢𝘳 𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘢𝘵𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘴𝘢𝘯𝘨𝘶𝘦.

- Sim sim. Porém, ele não está somente fluindo por seu sangue. Ele está se infiltrando dentro e por fora de seus ossos. Se tudo der certo Sr.Hanma, você poderá se tornar a minha maior criação.

Ela negou sentindo aquele líquido a ferir por dentro, um grito mudo saiu de seus lábios rachados quando sentiu seu cérebro ser contaminado por ele metal. O corpo da jovem começou a tremer, seus olhos viraram para trás enquanto sangue saia de sua boca.

- Fique calma, o soro junto do titânio estam limpando seu sangue. Daqui a pouco você estará melhor.

Ela ouvia, mas não entendia. Algo gelado passou por sua barriga a fazendo estremecer, doeu como o inferno, sentiu suas cortelas serem puxadas para os lados, a mão daquele cientista entrava dentro de sua barriga, revirando e mechendo com seus órgãos. Ela sentia tudo, cada aperto em cada lugar, mas estava se afogando no próprio sangue misturado do metal. Seus olhos fechados, mas mãos em punhos se afrouxaram. Harlley desmaiou e o médico riu.

- Descanse um pouco querida, eu vou demorar aqui ainda.

Enquanto arrancava as partes que não eram necessárias em seu corpo, o velho encarou curios o grande coração da criança. Ele era vermelho como qualquer outro, mas suas veias formavam uma forma, parecia um.... um rosto. Sim, suas veias salientes ao redor de seu coração formavam um rosto de demônio.

- Hum.... Você tem certeza que não tem parentesco com aquele homem, criança?

Um gemido baixo saiu, ele estava cansado. Cortando e arrancando partes, substituindo por outras, adicionando metal em lugares exatos. Suas mãos passaram pela pele de suas pernas e ele as cortou até chegar nos ossos. Com a pequena serra, ele furou cada osso e injetou titânio, passou o metal em cada parte como se fosse Van Gogh pintando a Noite Estrelada.

Com um sorriso ele cantarolou batucando as facas pela mesa, levando a lâmina em direção ao crânio da jovem. O velho traçou uma linha reta, abrindo o couro e empurrando o cabelo para a frente. O velho puxou a pele até ficar pelo pescoço, agora Harlley tinha o rosto em carne viva, sangrando, sentindo cada corte cada puxar.
Ele pegou a serra e cortou seu crânio, dando para ter uma boa visão de seu cérebro meio lilás. Ali, injetou mais daquele líquido, e outros como diamante visco, tão quente que temia seu cérebro negar a composição. Mas por que aquilo? O diamante tinha uma espécie de força que permitia seu usuário a ser ou não magnético.

Harlley estava sendo transformada em ferro puro, mas imãs eram perigosos, bombas eletromagnéticas causariam um dano terrível. Com o diamante em seu cérebro, transbordando cada vez mais informações, a jovem conseguiria controlar o metal fora e dentro de seu corpo.

Ele estava feliz, a criança ainda respirava, fraco, mas viva. O velho passou mais horas a costurando, deixando sua carne com menos cicatrizes possíveis, não queria danifica lá. Harlley não era um robô, era protótipo metalizado.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚.......