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𝐀𝐯𝐢𝐬𝐨: 𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚, 𝐝𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐦𝐨𝐫𝐚𝐢𝐬.

_____𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨....

Fazia um tempo que Yujiro ensinava movimentos a Baki, Harlley os observava com atenção. A jovem não tinha vínculos com o homem, mas o admirava silenciosamente. Ela viu o mesmo se colocar de frente para o mais novo e o mostrar como fechar os punhos, a força grandiosa que sairia dali.

A menina olhou aquilo curiosa e imitou o mesmo fechar de mãos. Ela estava afastada, sentada na varanda de madeira, onde em baixo era aberto e segurado por vários troncos. Sem perceber, Yujiro se aproximou de sorrateiro, ela só percebeu quando o mesmo estendeu um mão para ela.

- Abra-a de novo.

Seu pedido soou como uma ordem ardente. Ela assim o fez. Suas mãos se abriram e Yujiro fechou lentamente as dele, primeiro o mindinho, depois o anelar, o do meio e o indicador, por fim ele selou com o dedão em cima.
Harlley o copiou majestosamente, com perfeição e magnitude.

- Bom. Foi mais rápida do que o pirralho.

Ele sorriu. Não era fácil fazê-lo elogiar, ainda mais sendo por algo tão pequeno. Mas ela havia chamar sua atenção, uma coisa ardeu em sua alma tenebrosa, algo sombrio e ruim. Ela lembrava *ele*, mas não tinha a mesma personalidade, ela era fria e observadora, calculista e persuasiva.

- Quer aprender?

A pergunta saiu tão baixa que Harlley quase não ouviu. Porém, era algo estranho. 𝐋𝐮𝐭𝐚𝐫? 𝐏𝐚𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞? 𝐏𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞? 𝐏𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞𝐦? Ela olhou seu irmão treinando, fazendo agachamentos, flexões, e se levando a exaustão. 𝐋𝐮𝐭𝐚𝐫 𝐩𝐨𝐫 𝐞𝐥𝐞. 𝐏𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐚𝐛𝐞𝐫 𝐝𝐞𝐟𝐞𝐧𝐝𝐞̂-𝐥𝐨. 𝐏𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐞𝐦𝐢𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐞̂-𝐥𝐨. 𝐏𝐨𝐫 𝐞𝐥𝐞, 𝐬𝐞𝐮 𝐢𝐫𝐦𝐚̃𝐨, 𝐬𝐞𝐮 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨. 𝐏𝐨𝐫 𝐁𝐚𝐤𝐢 𝐇𝐚𝐧𝐦𝐚.

Seus olhos se encontram com os de Yujiro, que tinha paciência de esperar pela resposta.

- Não.

Aquilo foi repentino. O homem mais forte do mundo ficou surpreso, seus olhos arregalaram e ele a olhou confuso.

- Não?

Harlley se colocou de pé em cima da pilastra de madeira a onde estava sentada.

- Não.

- Por que?

Ela suspiros e olhou para seu irmão que tremia os músculos.

- A força vem de ancestralidade. Vem de objeção e obsessão. Eu não tenho motivos para lutar ou aprender. Por mais que ache interessante, eu não gosto porque não tenho no que me manter focada para ficar forte.

Sua explicação foi plausível, um tanto complexa para uma criança daquela idade, mas Yujiro cruzou os braços e sorriu.

- Eu tenho certeza que quando achar o fogo da luta em seu sangue, você irá além da compreensão humana.

Ela o olhou surpresa, não esperava isso delo. 𝐅𝐞́? 𝐄𝐥𝐞, 𝐚𝐜𝐫𝐞𝐝𝐢𝐭𝐚𝐯𝐚 𝐧𝐞𝐥𝐚? 𝐏𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞? Seus olhos voltaram ao normal, talvez até mais relaxados.

- Não sou o Baki. Ele quer lutar para derrotar você. É o que ele quer, mas não para obter seu orgulho e seu respeito.

Yujiro se calou e se sentou ao lado dela, vendo a mesma voltar a se sentar.

- Ele quer, vencer você para poder ter o amor dela. Da Emy. Ele.... é tão idiota.

Um suspiro saiu de seus pequenos lábios. O Hanma a encarou de canto.

- Ele busca algo difícil. O amor é, inútil e deixa aqueles que se acorrentam a ele, fracos e perdidos. Pessoas que amam de mais, são escravas de suas próprias ações.

Ela pensou como ele, mas negou.

- Não. Pelo menos não comigo.

Yujiro a olhou semi-serrando os olhos.

- O amor que sinto pelo meu irmão, é algo que me faz querer ser algo melhor do que ela já mais lutará para ser. Ela não o ama, eu amo ele. Ela não cuida de nenhum de nós, eu o ensino a sobreviver, mesmo sendo mais fraca do que ele. Ela só conseguiu amar uma pessoa nessa vida, você. Mas, eu acho que é apenas ela quem ama, não é?

O homem a prestou atenção nas palavras tão encadeadas da pequena. Tão nova, tão genuína. Um temperamento diferente. Ela não lutava como ele e os outros, ela lutava internamente, contra si mesma, por Baki.

- Hum. Isso, não é da sua conta. Mas, continue a ser o fogo ao redor de seu irmão, se é você que faz o papel de mãe e mulher para ele, seja mais forte doque todos. Por ele.

Ela sorriu minimamente e concordou vendo o mesmo se levantar e ir embora pela floresta. Baki se aproximou da mesma e olhou para onde seu pai havia ido.

- O que ele te disse? Te fez mal?

Harlley negou e passou a mão pelo cabelo ruivo do irmão.

- Não se preocupe. Ele não fez nada.

Um sorriso se formou.

- Vamos pra casa.

Baki comemorou juntando as coisas rapidamente e correu para o lado de sua irmã.

- Sabe Baki. Um dia quero ser tão forte quanto seu pai. Ele é um cara legal.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚..... ⚜️

𝐃𝐢𝐫𝐭𝐲 𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora